VALORIZANDO O QUE É NOSSO!!

A UEPA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ - MOSTRA O RESULTADO DA MUDANÇA EM FAVOR DA CULTURA AMAZÔNICA NUMA CULMINÂNCIA ONDE A LITERATURA DO PARÁ É O PONTO ALTO DAS ATIVIDADES UNIVERSITÁRIAS.

Salomão Larêdo, escritor e jornalista

De maneira inteligente, consistente e amorosa, grupo de professores da área de Letras da UEPA passou há alguns anos a investir na literatura produzida na Amazônia oriental, notadamente no seu foco de interesse: o Pará. Sou testemunha e partícipe dessas ações. 

O poeta Edmir Bezerra, a profª. Josebel Fares e o escritor Salomão Larêdo

E, agora a UEPA e os professores e toda a comunidade e a sociedade amazônica começam a colher os frutos da boa semeadura feita pelo pessoal docente, onde se destacam as professoras doutoras Josebel Ackel Fares, Renilda Rodrigues Bastos, Socorro Cardoso, Alonso Junior e outros, além de muitos funcionários da instituição e discentes empenhados e, todos, por compromissos com a educação e a cultura, pela consciência cidadã e por paixão, começaram a valorizar a produção literária local, criaram grupos de trabalho e pesquisa entre os quais se destacam o Griot – contadores de histórias e divulgadores de textos de autores autóctones, o CUMA – grupo de intensa ação e pesquisa, cultura e memórias amazônicas e a incentivar com que os alunos produzam seus tcc’s, dissertações de mestrado, em cima das obras dos autores e de temas nossos, efetivam semanas literárias, criaram a editora e passaram a levar os nossos escritores à sala de aula, que é o trabalho que deve ser feito para que possamos nos desenvolver, crescer, haver massa crítica.

Viviane Sena

Depois de toda experiência de anos, o fruto amadurece e aparece e resulta numa ação concreta efetiva onde mais de 50 autores do Pará, entre consagrados, novos, iniciantes, os que não estão mais aqui conosco (falecidos) e os que militam ativamente foram vistos, lembrados, estudados e muitos dos contemporâneos estiveram presentes na UEPA numa bonita interação com os alunos dos cursos de Letras, na disciplina Literatura Amazônica, da criativa mestra Bel Fares.

Salomão Larêdo e a Profª. Renilda Bastos

Foi o meu caso e do poeta Edmir Bezerra que na bela manhã da véspera de são João, no dia do banho de cheiro cheiroso que lembra a nossa escritora Eneida de Moraes, estivemos no campus da reitoria - sala de recitais – trav. Djalma Dutra, comungando com os alunos do curso de Letras - 4º ano matutino de Língua Portuguesa que promoveram importante bate-papo sobre a nossa literatura. 

Dia Favacho e Salomão Larêdo

Foi o encerramento da disciplina ministrada pela doutora Josebel Fares e pelas alunas do mestrado. O evento tem por objetivo estreitar a aproximação da universidade com os escritores amazônicos. Não conheço, nas diversas instituições de ensino superior sediadas em Belém, outra que esteja fazendo trabalho semelhante e consistente.

Profª Rita de Cássia, Salomão Larêdo e a profª Edilena Guerra

A Universidade brasileira, a paraense e amazônica tem que passar por uma mudança radical no sentido de valorizar o que é nosso e a UEPA já faz este ritual litúrgico há alguns anos e encarou a comunidade e com ela interage e a cada dia intensifica a troca dos saberes mútuos, o conhecimento científico e empírico e o resultado é um instituição superior com a cara do nosso povo que constrói conhecimento de cultura democrática ao entendimento de nossa região e com consciência crítica e política, por ela tenha amor e seja capaz de conhecendo, defendê-la dos ataques e saques dos ádvenas que dela, só querem retirar o que é bom e deixar buraco, miséria e povo espoliado. Porém, na medida em que trabalhos da espécie como a UEPA vem realizando, em algum tempo, esse investimento em educação, cultura, arte que se dá através do livro e da leitura, isso vai frutificar e mudar, pois o que adianta produzir bons tcc’s, interessantes dissertações e brilhantes teses de doutorado, se estas ficam sem função social? Parabenizo a UEPA por, há alguns anos vir perseguindo este desideratum. Tomara que os projetos continuem. 

Salomão Larêdo, a mestranda Natália Ribeiro e a profª Renilda Bastos

Agradeço a direção da UEPA, aos docentes e discentes todos, agradeço à professora Josebel Fares, que me convidou à aula de encerramento do semestre de sua disciplina Literatura Amazônica; agradeço à mestranda Natália Lima Ribeiro, às alunas da graduação, do mestrado à profa. Rita de Cássia Silva, sempre sagaz e atenta leitora, que, com argúcia, levantou a questão da linguagem em minhas obras, assunto que merece prosa maior; agradeço aos demais professores e leitores e amigos e amigas que marcaram presença e se interessam pela literatura que eu e meus colegas escritores, com muito amor e muito sacrifício, produzimos em livro impresso.(texto e fotos: Salomão Larêdo)