sábado, 3 de novembro de 2012

MIGUEL MORAES MANTÉM A TRADIÇÃO DO PIRULITO CASEIRO NAS RUAS DE CAMETÁ

Manhã do dia 26 de outubro, Miguel Moraes da Silva, cametaense, do Joroca, 65 anos, aguarda, sentado na calçada da rua a hora de começar suas atividades como vendedor de pirulito nas ruas de Cametá, em especial, na porta dos colégios onde uma clientela especial, feita de estudantes de faixas etárias diversas, o aguarda pra adquirir os pirulitos que ele produz artesanalmente em sua casa com a ajuda da mulher, há dezesseis anos.

Miguel Moraes diz que é conhecido em toda Cametá e em Belém tem fama como vendedor de pirulito, atividade que desenvolve há mais de quinze anos desde que se aposentou de sua atividade como lavrador.
E ele quem faz a calda e indica: pra fazer o pirulito, trabalho com 3 limões com casca e três quilos de açúcar. Ponho no fogo. Quando a calda está pronta, no ponto, coloco as caparas nos furos da tábua e vou passando o líquido e quando está endurecendo, é o momento de por a tala de miriti  enfeitada com papel colorido, que as vezes recebe uma mini-bandeirinha multicor. Os sabores preferidos atualmente são: limão, laranja e uva. Gostaria de usar as frutas regionais: cupuaçu, cacau e maracujá, mas a clientela prefere essas outras.


Quando todos os furos da tábua de pirulito estão cheios guardo nas latas de leite mucilon que conservam o produto, saudável, por uns 30 dias. Cada lata é limpa com cuidado e Miguel pinta de vermelho e azul a parte externa. Tudo tem que ser bem colorido, sobretudo a tábua que Miguel constrói de cedro pra pesar o menos possível uma vez que ele carrega, trafegando a pé e precisava de leveza e muito colorido para ficar bem visível, ao longe, Miguel faz tudo, até a pintura.

- Quando tem pirulito suficiente para encher umas quatro latas, saio pra venda e tudo é consumido, não sobra nada e, como Miguel entende que deve atrair, agradar e manter o cliente, ele faz uns 30 pirulitos com a marca “premiado”, o que dá direito da pessoa ,na compra de um, levar mais um, de graça.

- Miguel, tu gostas de estar na rua, nesta idade, vendendo pirulito?

- Gosto de estar no meio das crianças. Isso pra mim é uma diversão e eu me sinto bem.

- Quanto ganha com essa venda?

- Vendo bem.
 
Isso é traduzido na construção, pouco a pouco, bem devagar, de sua casa lá em Cametá-Tapera, “pois só tenho uma filha que já tem família e não tenho maiores preocupações. O que ganho, dá pro gasto”.
E Miguel Moraes levanta pra iniciar sua tarefa do dia-a-dia.

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