segunda-feira, 18 de junho de 2012

VANJA ORICO - TENHO MUITAS SAUDADES DA AMAZÔNIA



Vanja Orico é artista de cinema, famosa. E  é cantora, famosa. É filha do escritor Osvaldo Orico, o penúltimo paraense a ocupar a Academia Brasileira de Letras. Pai e filha, famosos e ilustres, mas a  galera  de hoje não sabe de quem se trata. Nossa bandeira é de valorizar o que é nosso, o leitor deste blog tem ciência dessa nossa  ideologia. Por isso, entramos em contato com Vanja, através de e-mail, para  uma pequena entrevista onde sublinhasse seu pai. Vanja, como disse, atriz  de fama internacional, não se fez de rogada, imediatamente nos respondeu os e-mails  e se  colocou  à disposição.  O que ela disse e o que amealhamos  das pesquisas no Google, você pode fruir na matéria abaixo, ilustrada com as fotos colhidas na mesma fonte. Agradecemos à Vanja pela entrevista e a você por  acessar  nosso blog.

A VEZ  DAS MULHERES


Olá Larêdo, sou carioca, nasci no bairro de Copacabana, aqui no Rio de Janeiro.Fiz faculdade de Música, na Europa.O título de meu livro "Não Atirem, Somos Todos Brasileiros", frase dita por mim, quando ajoelhei em frente aos canhões da ditadura, em 1968, antes de ser presa pela policia. Eu escrevi esse episódio no meu livro.

O show no Peru, acontecerá após o lançamento do livro. Mais  para o final do ano, outubro/novembro de 2012.
Vanja Orico, viúva, tem  um filho e dois netos e continua morando no Rio de Janeiro.

- Vanja, fale de seu pai Osvaldo Orico.
- Meu pai foi o acadêmico Osvaldo Orico. Papai nasceu em Belém do Pará
Veio para o Rio para lecionar no Pedro II. Vivemos na Espanha por alguns anos, depois fomos pra Itália, e na volta ao Brasil ele tomou posse na Academia Brasileira de Letras, no  Rio de Janeiro.
Ele tem uns 60 livros publicados, e é claro que não me lembro de todos os títulos, eu teria que, posteriormente, fazer uma pesquisa.
Sobre papai, a Academia e  o Pará, eu não posso falar muito. O que sei é que foi ele quem criou a lei na qual a mulher também  pode se tornar uma acadêmica, e a primeira mulher foi Dinah Silveira de Queiroz. Graças ao papai hoje temos muitas mulheres na Academia  Brasileira de Letras.
Papai quase não participou de minha vida artística, foi mamãe quem sempre me acompanhou em minhas turnês & filmagens fora do Brasil.




MOREI NO PARÁ
Morei no Pará por uns 2/3 anos, tenho muitas saudades da Amazônia, fiz até uma musica com o título  "Salve Amazônia"
Depois viemos pro Rio, e daqui pro mundo, pois morei muitos anos na Europa.Já fiz muitos filmes.
Hoje estou me acho bem tanto fisica como psicologicamente. Acabei de entregar meu livro de memórias pro meu editor Leo Christiano, e acredito que será lançado no  segundo semestre de 2012. 
Tenho um show agendado no Peru, através do meu amigo e escritor Yvo Perez. Atenciosamente, Vanja Orico

CRENDICES AMAZÔNICAS DE OSVALDO ORICO



Osvaldo Orico, é paraense, filho de Manoel Félix Orico e Blandina Orico  nasceu em  Belém, no dia  29 de dezembro de 1900 e faleceu no Rio de Janeiro, a  19 de fevereiro de1981.Osvaldo Orico estudou no Colégio Paes de Carvalho em Belém. Ingressou no jornalismo, em 1918, sendo repórter no jornal O Estado do Pará e depois.Foi também um dos editores da revista Guajarina, responsável pela eclosão do movimento modernista no Pará.

Em 1919 foi para o Rio de Janeiro, onde formou-se em Direito e ingressou na vida diplomática. Primeiramente dedicou-se ao magistério, sendo professor da Escola Normal no período de 1920 a 1932.

Em 1935 retornou a Belém, sendo Secretário de Educação. Neste mesmo ano, Magalhães Barata elegeu-o deputado federal, pelo PSD, concluiu o seu mandato em 1954. Em 1936 foi secretário-geral do Estado do Pará.

Osvaldo Orico ocupou a cadeira 38  Academia Paraense de Letras. Em 1938,  aos 36 anos, ingressou na Academia Paraense de Letras, ocupando a cadeira 10. Dentre outros livros, escreveu o romance  Seiva; Da Forja à Academia (memórias), Mitos Ameríndios, Vocabulário de Crendices Amazônicas.

VANJA – MULHER RENDEIRA



Vanja Orico, nome artístico de Evangelina Orico, nasceu  no Rio de Janeiro,  no dia 15 de novembro de 1931, é  cantora e atriz, filha do diplomata e escritor paraense Osvaldo Orico e mãe do cineasta Adolfo Rosenthal, fruto de seu casamento com o ator André Rosenthal, falecido em 1999.

u no cenário artístico cantando Mulher rendeira, tema do filme "O Cangaceiro" (1953), de Lima Barreto, mas começou sua carreira cantando no filme "Mulheres e Luzes", em 1950, uma produção do cineasta Federico Fellini, quando estava na Itália estudando música. De volta ao Brasil, fez sua estréia no cinema brasileiro no clássico O cangaceiro, premiado no Festival de Cannes e sucesso no mundo inteiro, o que rendeu a ela o reconhecimento internacional, fazendo apresentações na Europa, na África, no Caribe e nos Estados Unidos. Gravou discos na França e foi recordista de vendas no Brasil. Foi capa das principais revistas da época.



Uma marca forte da sua trajetória no cinema é sua presença em vários filmes do Ciclo do Cangaço, do qual é uma das musas. Além do citado O cangaceiro, também participou de Lampião, o rei do cangaço (1964), Cangaceiros de Lampião (1967) . Vanja Orico desenvolveu importante carreira de cantora, com apresentações em várias partes marcada pela valorização da cultura brasileira.

- Eu fui muito marcada por aquele episódio em 1968 com os militares, com aquele meu gesto durante a passeata contra a morte daquele estudante, acontecida na véspera. Nós nos reunimos no Teatro Opinião e depois saímos em passeata. Quando o exército estava para massacrar a todos eu me coloquei a frente, me ajoelhei e fiz o gesto: “Não atire, somos todos brasileiros”. Aí eu fui presa e depois fui muito vigiada.

Um comentário:

ROBERTO PIMENTEL disse...

Salomão, parabéns pela postagem. Visitei agora seu blog, ao qual cheguei buscando informações sobre Vanja Orico, atriz do filme “Lampião, rei do cangaço”, o qual eu vi, quando ainda adolescente, no saudoso Cine Nazaré, ela contracenando com Leonardo Vilar. Essa busca foi motivada para dar informações a meus dois curumins de 9 e 6 anos que ouviram a expressão “cangaceiro” e queriam saber do que se tratava. Fiz uma longa exposição do que sei, findando em falar do citado filme, inclusive da série da Globo, estrelada por Nelson Xavier e Tânia Alves. E nessa busca, acabei obtendo informações valiosas em seu blog, de que o pai daquela atriz, Osvaldo Orico, era paraense, escritor, integrante da ABL, professor e diplomata. Talvez eu tenha ouvido falar a respeito quando estudei no velho CEPC, na década de 60, mas não lembrava.