Tu achas que o Guamá é um dos bairros mais violentos de Belém do Pará? Lê o romance ficcional Cabaré dos Bandidos. Ler é o maior espetáculo da vida!
SALOMÃO LARÊDO
quinta-feira, 12 de março de 2020
sábado, 15 de fevereiro de 2020
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
INTERNET DAS COISAS DA LITERATURA DA NOSSA LINGUAGEM ITINERANTE DE CADA DIA é o tema da palestra de Salomão Larêdo, na manhã desta sexta-feira, dia 22 de novembro de 2019, em Baião, no II Seminário Integrado de Linguagens e Literaturas de Baião - II SILLB - na Biblioteca Municipal. O seminário, realizado pelo Campus da UFPA, em Cametá, prevê participação de numeroso público de todos os municípios do Baixo-Tocantins (Da sala de redação, Hévilin Romão).
terça-feira, 19 de novembro de 2019
“NUNCA VIRAM NADA IGUAL: o povo
sofrendo, morrendo e cantando, alegre, fazendo festa, de tudo arranjando uma
maneira de fazer piada, driblar a sorte, a vida, empurrá-la para a frente, e de
nada, nada reclamava. Viviam todos aprisionados naquele pedaço infecto,
segregados, abandonados. Lá fora, a fartura, o luxo, a riqueza... E eles na
miséria, comendo cata de lixo, pés e cabeça de frangos que a caridade alheia
ainda fazia chegar até eles (...) Como é possível dizer que se vive num
ambiente daqueles? Como é possível dizer que se vive, existir vida, no sentido
de que vida seja existir com dignidade, com a segurança de bens comuns, de
infraestrutura, de reais condições? Quem está dentro sabe que deve dar a volta
por cima, deve reinventar para poder dar vida ao que não existe.”
Te interessaste, leitor e
leitora? Leiam o livro CABARÉ DOS BANDIDOS e saibam mais sobre a realidade do
bairro do Guamá, ambientada em um cenário repleto de desigualdade social.
terça-feira, 12 de novembro de 2019
MERGULHO DE CORPO E ALMA NAS ÁGUAS DO IMAGINÁRIO - CONCEDI, a pedido de José Nunes, doutorando da universidade de Brasília, longa entrevista na qual falo sobre o processo criativo de meu trabalho literário, em que reafirmo minhas experiências com o imaginário amazônico. Selecionamos, abaixo, o trecho para teu deleite, leitora e leitor deste espaço, e o endereço onde tu podes ler toda e entrevista.
“Ficcionista que sou, escrever, para quem vem da Amazônia, é mergulhar de alma e corpo nas águas profundas do imaginário – o qual é repleto de memórias – e do lendário imenso, rico; o escritor tem que estar rodeado de ideias, a todo momento, para poder transformar por do sol, que é poesia, em poema ou um fato rotineiro em uma narrativa fascinante, bela; sentir-se pertencendo a este mundo e a todos os outros mundos que as pessoas pensarem, de maneira coletiva, poética e feliz porque o que escrevo faz o outro se questionar, pensar, o texto provoca, instiga, é uma forma de expressão, de luta, sempre consciente do limite das palavras.” (https://comoeuescrevo.com/salomao-laredo/)
quinta-feira, 17 de outubro de 2019
ENTREVISTA À TV NAZARÉ, falando da FLiPA - Feira Literária do Pará cujo foco principal é o escritor do Pará, a literatura brasileira que se produz no Pará, com excelentes autores que todos precisamos valorizar, divulgar, estimular, patrocinar e sobretudo, ler ! Os escritores do Pará tu podes conhecer, conversar, interagir com todos, pois eles estarão nos dias 19 e 20, neste sábado e domingo, na Livraria da Fox, em Belém do Pará, entrada grátis!
terça-feira, 8 de outubro de 2019
A
DEFESA DA HOMOAFETIVIDADE, que contém no
romance OLHO DE BOTO, do escritor SALOMÃO LARÊDO, é evidenciada nesse trecho do
artigo de professores da UFPA: “...O romance de Larêdo carrega um discurso de
defesa da homoafetividade, indo na contramão aos discursos sociais da
comunidade paraense que está mergulhada na existência da tradição e dos
costumes, para as quais as práticas homoafetivas devem ser silenciadas e
punidas....” (Extraído do artigo da prof. Socorro Simões et al)
quinta-feira, 26 de setembro de 2019
SALVE A SENHORA DAS ÁGUAS! É Círio outra vez!
“Proposta ambiciosa, não só pela originalidade da forma como pela originalidade da ótica, na qual o Círio é visto como uma procissão que se estende e percorre rios/cidades/matas e como processo revolucionário (...) que demonstra inegável cuidado de elaboração e de pesquisa, além de uma linguagem correta e colorida.”
SALOMÃO LARÊDO retrata, em seus poemas, a devoção à Nossa Senhora de Nazaré oriunda de suas raízes, Vila do Carmo, Cametá – Pará. (Ápio Campos, em seu parecer como membro da comissão julgadora, tece o seguinte comentário sobre o livro de poemas Senhora das Águas, de Salomão de Larêdo:)
quarta-feira, 25 de setembro de 2019
PROVOCADORA! INQUIETANTE ! SUGESTIVA! - diz a professora Regiane Neves, em sua dissertação de mestrado pela UFPA, sobre a narrativa no romance Antônia Cudefacho.
“Percebe-se que a narrativa Antônia Cudefacho não é mera história sobre sujeitos cametaenses, mas, sim, comporta 'enredos' imersos de inúmeras condições sociais, filosóficas, econômicas e políticas, cujas relações eram determinantes em sua condição de vida”.
sábado, 30 de dezembro de 2017
sábado, 16 de dezembro de 2017
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
domingo, 3 de dezembro de 2017
sábado, 2 de dezembro de 2017
domingo, 26 de novembro de 2017
sábado, 25 de novembro de 2017
TROMPETISTA
TROMPETISTA DO TROMBONE, Francisco Farias é músico que toca trompete com a competência, perfeição, maravilhamento e encantamento dos mestres. Nasceu no rio Trombone, distrito do Paruru, em Cametá, com esse dom nato e desenvolveu habilmente nas tocatas que fazia com outros músicos, em bandas, em jazz e em orquestras pelo Baixo-Tocantins, Marajó e outras paragens. Salico, como é mais conhecido, tem uma família bonita de filhos amorosos, músicos, artistas. Zeca, faz pouco tempo no nosso tempo desta Terra, sua amada, está no Paraiso, vendo Deus face a face,como ela sempre desejou. Sempre sorrindo e afável, Salico, homem íntegro, quase noventa anos, firme e forte, me recebeu – veja a foto - na sua casa,em Belém,onde mora há muitos anos, para dois dedos de prosa e um cafezinho na visita matinal. Zeca nos observava, alegre, feliz! Sou amigo de longa data do Salico e de toda a sua família, gente amiga, querida, de dentro do meu coração, gente conterrânea, que sabe fazer poemas e cultiva a poesia da estima, da amizade, especialmente, a consideração.
sexta-feira, 24 de novembro de 2017
AS ICAMIABAS NAS MÃOS DAS MULHERES ICAMIABAS
MULHERES GUERREIRAS SEM MARIDO, COM MARIDO, COM ALGUEM,COM UM AMOR, SEJA QUEM FOR e por isso sábias, capazes, inteligentes, de luta, são leitoras. E estão lendo o romance "As Icamiabas lenda das Amazonas, Paíz das Pedras Verdes, romance de mulheres guerreiras sem marido e seus muiraquitãs". Tem na Livraria Fox, em Belém.
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
CAIXA D'ÁGUA DE SÃO BRÁS
Belém e a caixa d'água de ferro, parecendo nave espacial, especial, entre tubos levantada, no porto de são Brás.Fotolegenda:Salomão Larêdo
quarta-feira, 22 de novembro de 2017
OS MÚSICOS DA VILA DO CARMO
MÚSICOS DA COMUNIDADE DA VILA DO CARMO DO TOCANTINS, são muitos a destacar neste dia da música e do músico, pois funcionava em nossa Vila, na década de 1950/1960, na modesta casa da família Satiro de Melo, na rua do detrás, um famoso centro de cultura onde se aprendia música erudita, popular, jazz, teatro, artes manuais e outras, à frente Nazaré Satiro de Melo, irmã de Raimundo Satiro de Melo e mais seus irmãos, todos, gênios da música , filhos de Benedito e Sofia, também músicos e de lá se ensaiava, se compunha e se escrevia música em papel de embrulho que serviam como partituras às bandas espalhadas pelos povoados e ilhas de Cametá, Mocajuba, Baião, Igarapé Miri, Tucuruí. Minha homenagem a maestra Nazaré, aos irmãos Sátiro de Melo e os sobrinhos: Hélio, Néli, Sindico e aos demais os músicos: Anselmo Freitas Ludico e Chico Américo, no clarinete; Osmar Santos, na flauta; Jacinto Mendonça, no Sax; Helio Satiro e Francisco Farias ( Salico) no trompete, Antonio Dornelas e Mirico Américo, no bombardino; Raimundo Fiel, na trompa; Tenório no contrabaixo; Vicente Ferreira, bombo; Pedro Sapo, no prato; Joao Pantoja, rufo; Sindico, no clarinete; Néli, no bombo,Minguta, Pitaica, Godofredo(bateria e marcação, crooner) e outros que formavam na Banda de Música e no Jazz Orquestra Internacional, no gênero, considerado um dos melhores do Baixo-Tocantins, segundo o pesquisador Vicente Salles. Havia também o Banguê do tio Félix e o Banguê liderado pela família Torra e o grupo de música variada, liderado pela tia Vivica Gonzaga, que colocava, na época junina, o boi bumbá e no carnaval, o bloco “ Na volta eu digo”, para animar a comunidade da Vila do Carmo, em Cametá. ( Texto: Salomão Larêdo)
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
segunda-feira, 6 de novembro de 2017
CABARÉ DOS BANDIDOS e BANHOS DE RIO ou BANHO MARIA – irresistível atração das águas”; são DOIS NOVOS LIVROS, romances que escrevi e serão editados pela EMPÍREO e com lançamento em Belém do Pará, previsto para 2018.
CABARÉ DOS BANDIDOS tem cenário urbano, em Belém, com cenas fortes no bairro do Guamá, confronto entre a força policial e a turma do famoso Cabaré dos Bandidos que existia, até a década de 1960. BANHOS DE RIO, cenário amazônico, cenas no Baixo-Tocantins: Cametá, Mocajuba, Baião, Tucuruí, Marabá e no Marajó onde gente de posses tinha banheiros privados na beira do rio Tocantins. Há muitos crimes, conexão europeia, mortandade nas águas e agentes da polícia sem nada decifrar. Narrativa fatiada, ficção pós moderna.
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
PRÊMIO FOX/EMPÍREO DE LITERATURA 2017 - GIULIANA PAIXÃO(foto) ganhou e o livro de sua autoria , o romance "Guardiões do Império"(foto) será lançado na FLiPA - Feira Literária do Pará, que acontece em Belém do Pará nos dias 14 e 15 de outubro, na Livraria Fox, a edição é da EMPÍREO!
Venha participar! A FLiPA valoriza o que é nosso e estimula também novos autores do Pará e os coloca no cenário literário.A FliPA é uma realização do Grupo de Escritores do Pará - PAGÉS, da Livraria FOX e da Editora EMPÍREO.
sexta-feira, 6 de outubro de 2017
SENHORA DAS ÁGUAS, meu primeiro livro impresso faz este mês de outubro, 35 anos de lançamento e já virou “cult” e raridade.
São 65 páginas com cinco longos poemas sobre o Cirio de Nazaré na visão do caboco. O livro ganhou prêmio, tem prefácio do cônego Nelson Soares, apreciado pelo Cônego Ápio Campos e é dedicado ao meu filho Filipe Nassar Larêdo, que nasceu no dia 12 de outubro, hoje, meu editor (é da editora dele, a Empíreo, a linda edição do romance " As Icamiabas..." - veja a foto - que tem capa de Cintia Ramos) à Maria Lygia Nassar Larêdo, minha mulher e mãe do Filipe e aos meus pais e irmãos e povo da Vila do Carmo, de onde venho. Foi patrocinado pelo médico Roberto Macedo, meu amigo. Por feliz coincidência e plano de Deus, meu 7º romance “As Icamiabas..” que é o 41º livro editado e que tem 126 páginas, dedicado aos meus amores Maria Lygia e Filipe, que deveria ter sido lançado dia 27 de setembro, o atraso na entrega pela transportadora fez- me remarcar para o dia 04 de outubro, ontem. Apaixonado pela Virgem de Nazaré e ela por mim, certamente essa linda mulher e mãe de todos nós quis que fosse perto do seu Cirio neste 2017 e assim foi feito, na Livraria Fox,ontem a noite, em Belém do Pará, com a presença de inúmeras amigas e amigos, leitores, a quem agradeço a elegante estima e consideração com a literatura do Pará, comigo e minha família – Maia e Filipe - . E as “Icamiabas” chegaram, trazendo, de dentro da floresta Amazônica, da beira dos rios, muita chuva, fartura de água, vento forte, demonstrando a força feminina, a fertilidade da mulher e do homem , a vida e as possibilidade de juntos, generosamente, construímos uma nova sociedade, um mundo novo, unido - que brota daqui da Amazônia - de paz e de amor, de justiça e esperança! Abraço abraçado : Salomão Larêdo.
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
PREPARAMOS COM MUITO CARINHO BRINDE ESPECIAL
– Um MUIRAQUITÃ - PARA OS CINQUENTA PRIMEIROS LEITORES que adquirirem o livro “AS ICAMIABAS...” no dia do lançamento, 04 de outubro, nesta quarta-feira, a partir das 17h00, na Livraria da Fox, em Belém do Pará. É um brinde bem ao estilo das ICAMIABAS para tu saíres de lá, repleto de boas energias que se somam às fortes energias do CÍRIO DE NAZARÉ. Compartilha e marca tua amiga, teu amigo para que estejam entre os CINQUENTA primeiros e ganhe um MUIRAQUITÃ. Valoriza o que é teu! Valoriza o que é nosso!
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
NOS ACERTOS da edição do livro "As Icamiabas Lenda das Amazonas - Paiz das Pedras Verdes - romance de mulheres guerreiras sem maridos e seus muiraquitãs " que chega dia 27 de setembro, em Belém, na Livraria da Fox,para todo mundo ler. A Editora é a EMPÍREO - que edita livros apaixonantes - que a foto registra autor - Salomão Larêdo - e editor - Filipe Nassar Larêdo -, no olho da edição.
segunda-feira, 3 de julho de 2017
BRAGANÇA, A CULTURA, A LEITURA, A EDUCAÇÃO, A PROFESSORA CONCEIÇÃO E FÁTIMA ABDON E O LEITOR CRÍTICO! PARABÉNS!
– A professora Conceição, na década de 1990, quando secretária municipal de educação de Bragança, solicitou o jornal para os alunos lerem e fui cooperar e então começou o empenho dos professores em ajudar a formar leitor crítico que a sua filha, a Profa. Fátima Fatima Abdon Andrade Abdon dá continuidade. Ciça, tirou um tempo e veio buscar, em Belém, a pequena caixa com alguns dos meus livros, editados e publicados e mandou à sua irmã Fátima para doar aos professores de Bragança que queiram começar a formar leitor crítico em suas escolas onde é também possível, com a ajuda de todos, implantar um espaço de leitura que cresça e se transforme em biblioteca da comunidade. Sem esperar cair do céu e participando do investimento que cada um concretamente pode fazer pelo outro através da educação e da cultura que passa pelo livro, biblioteca e leitura e com ações políticas e culturais desse tipo, vamos disseminando por todo o Pará o hábito de ler por prazer e cooperando na formação de sociedade menos desigual, mais justa, mais fraterna à geração que respeita o outro com suas diferenças e tem maior humanismo e por isso, mais pacífica vivendo uma nova civilização. Bragança é pioneira nesse trabalho. Certa vez levei doze livros meus e distribuí a cada professor que quisesse iniciar uma caixa estante pedindo outros livros. Depois de um tempo, cinco me informaram que levaram adiante a ideia e assim, prosseguimos nessa jornada.
segunda-feira, 12 de junho de 2017
OS CEM ANOS DE VIDA DA TIA ZITA - ANTONIA LARÊDO AMÉRICO – NESTE 13 DE JUNHO DE 2017 – PARABÉNS, TIA ZITA, A DOCE PRESENÇA ALEGRE EM NOSSAS VIDAS! FELIZ ANIVERSÁRIO! EXULTAMOS CANTANDO JUBILOSOS OS PARABÉNS DESSE GRANDE ACONTECIMENTO!
Salomão Larêdo
No dia 13 de Junho de 1917, nasceu Antonia Gonzaga Larêdo, a primeira filha do casal José Larêdo da Costa e Ana Teonila Gonzaga Larêdo, numa humilde casa de gente simples do interior de Cametá, no Pará, em uma pequena Vila do Carmo cametaense cuja padroeira é Nossa Senhora do Carmo, a mesma, que com o nome de Virgem de Fátima[1], há um mês havia conversado, em português, com três crianças filhos de gente simples do interior de Portugal e agora ouvia os agradecimentos de Ana e José, a Deus e a ela que, Virgem do Carmo, entendia tudo que o casal dizia na língua portuguesa que se fala no Brasil. 13 de Junho de 2017, a Antonia – que virou tia Zita –, completa 100 anos de idade!
Feliz aniversário!
Parabéns tia Zita.
Data histórica para toda a nossa família.
Efeméride importante, diria meu pai Milton Larêdo.
Estamos agradecidos a Deus por vida longeva e cheia de tantas bênçãos e graças que concede a Tia Zita, figura humana plena de exemplos de vida e muita fé em Deus, crença na Virgem da Conceição.
Trabalhadora, companheira de seu marido Alípio Américo, de apelido Mirico, em casamento de mais de 60 anos, mãe amorosa de seus filhos, netos e bisnetos, amiga de seus irmãos, zelosa tia dos sobrinhos e apaixonada por toda a sua família e pela vida.
Mulher forte, alegre, otimista, de memória segura, completa neste dia 13 de junho de 2017, um século de existência. É a primeira pessoa da nossa família Larêdo a completar um século de existência junto dos seus.
Tia Zita é referência em Mocajuba e muito estimada por saber fazer a vontade de Deus e, apesar de todas as dificuldades, dores e limitações da própria idade – perder os pais, três filhos crianças, irmãos, marido, parentes, conhecidos, amigas, não possuir mais a visão, a mobilidade - é compreensiva e com simpatia, amizade e alegria tem a palavra certa, afetuosa e carinhosa para quem a procura e quer ouvir conselhos sapienciais de seu coração sempre inflamado pelo fogo do Espírito Santo e inflado desse amor, porque salmodia todo dia e em permanente oração, fortalecida nas rezas, testemunha, com sua vida, a sua relação de filha de Deus, e confiada nesse amor e na alegria divina é portadora de luzes e graças e por isso a sua conversa dá ânimo nas pessoas que se sentem felizes com essa convivência de paz e ternura que tia Zita transmite.
RAZÕES DE AFETOS
Poderia passar horas e horas desfiando e desfilando os dons que Deus dá a tia Zita. Prefiro, no entanto que o leitor usufrua dos relatos que eu ouvi em pequenas prosas com ela quando algumas vezes, estive em Mocajuba, onde mora há muitos anos e cuida da família com zelo e muito amor ou das inúmeras vezes em que nos falamos por celular e ela, reconhecendo os limites da idade, é sempre pessoa otimista, pergunta sempre por Maria Lygia e Filipe e manda beijos e ainda conta os fatos do inicio da nossa família, cujos textos comprovam ao leitor a história.
Quem vive cem anos, é pessoa abençoada e privilegiada. Privilegiados são os filhos e todos nós que fazemos parte da família dessa centenária figura com quem aprendemos a valorizar e amar o lugar e a família em que nascemos.
Parabéns, tia Zita. Beijos!
REGISTRO DE RELATOS
Para saber quem é Zita Larêdo, tio Mirico Américo os filhos, começo da vida na Vila do Carmo, em Mocajuba, publicamos a seguir, em homenagem ao Centenário de Tia Zita, textos diversos sobre assuntos importantes que aconteceram em nossa família, em que ela, Tia Zita, faz a narrativa lúcida, histórica e restauradora da vida nos primórdios da vida da Família dela que constituiu junto com o tio Mirico e, da Família Larêdo.
Para saber mais, além do que contém os textos a seguir que foram publicados em diversos livros e mídias em ocasiões diferentes, procure ler os seguintes livros: A Família de Milton e Lady Larêdo; Vila do Carmo- Paisagem de Afetos; Terra dos Romualdos - País dos maparás; Tio David Padre David – a vida em fatos e fotos do padre David Larêdo.
ACONTECIMENTOS DO INÍCIO DA VIDA MUITO DIFÍCIL
Salomão Larêdo
No dia 13 de julho de 2004, em visita a tia Zita, tio Mirico e meus primos, em Mocajuba, eu, minha mulher Maria Lygia e minha irmã Ocirema, como sempre, fomos bem recebidos e tia Zita ao abraçar a mim e Ocirema, nos aconchegou a ela, de cada lado e chorou, dizendo que tinha muitas saudades de nossa mãe, sua irmã Lady e dos demais irmãos (Artênio e Domingas) e parentes falecidos.
Contou que após o falecimento de seu irmão Artênio (13.08.2000), somente recentemente (fim do mês de maio de 2004) sonhou pela primeira vez com ele que se apresentara muito bem disposto e lhe disse que sua prima Alécia havia falecido. Tia Zita no dia seguinte soube que seu compadre Élio Satiro de Melo havia falecido (29.05.04), em Belém. Alécia estava na Vila do Carmo, recuperando-se de um acidente vascular cerebral.
Depois do almoço, pedi a tia Zita que contasse aquela história da farinha[2], quando era criança. Tia Zita recontou assim:
Que o pai, José Larêdo da Costa, estava doente e não havia nada para comer e ela, na condição de filha mais velha, com doze anos de idade, resolveu ir fazer farinha no centro e convidou tio Artênio que tinha oito anos de idade.
Ao chegarem no centro, distante uns trinta quilômetros da Vila, cuidaram de arrancar, descascar e ralar mandioca; foram ao igarapé para limpar a mandioca que estava na água e depois de espremerem, precisavam catar lenha para o fogo e ao retornarem, perceberam que o forno estava quebrado e arreando porque o barro que o sustentava tinha caído. Foram então atrás do barro e encontraram-no em lugar distante onde também havia muito uxi e umari e se distraíram juntando para trazer e isso serviu-lhes de café e almoço, porém, perderam muito tempo nisso.
Levaram o barro e depois que estava no ponto, consertaram o forno, fizeram o fogo e em seguida a farinha e quando colocaram tudo nos paneiros de costa, já era bem tarde e ao penetraram no caminho, logo escureceu e tia Zita, embora mais velha, estava com mais medo e pôs-se a caminhar na frente e o canto dos pássaros metia medo e lembrava as histórias que contavam e ela ficava ainda com mais receio, contudo, caminhavam.
Numa certa imediação, ouviram uma zoada e ela disse ao irmão Artênio que não respondesse que podia ser visagem. Mais adiante ouviram a mesma zoada e o irmão Artênio comentou que parecia a voz do tio Manoel e do pai deles e então responderam e logo eles se aproximaram portando um facho de luz e o pai estava aborrecido com eles pela demora e queria até bater neles, quando o irmão Manoel não deixou e chamou-lhe atenção dizendo que eram crianças e estavam trabalhando. Chegaram em casa, cansados, mas o que levaram deu para mitigar a fome alguns dias.
Nessa mesma ocasião contou que devia ter uns oito anos – seria então por volta de 1926 -,mamãe estava pro centro com papai e não havia nada pra comer. Pedi ao Artênio que tomasse conta da Lady que ainda era criança e estava doente - Lady era uma criança que só vivia doente - e eu então desci pro quintal e fui pro igarapé que passava atrás de casa e lá havia uma tapagem de um conhecido do papai e pedi pra ele pra lancear. Ele disse que a permissão era só pra lancear, gapuiar, não, e eu, claro, respeitei e então peguei um aracu pinima (amarelo e branco) –.
Outra vez, saí pro Baxo com umas pessoas amigas - que gostavam de me levar porque eu era muito esperta - e pegamos muito camarão, e só do graúdo.
Na frente da casa do tio Manoel (onde hoje é a casa de vocês) havia um cacuri, que tinha sido feito por seu Tonga e estava abandonado e eu o Artênio descemos pra pegar água no porto e eu, curiosa, fui olhar o cacuri que estava todo esburacado e todo arrebentado, apodrecido e quando vi, lá dentro tinha um tucunaré razoavelmente grande, bonito e eu peguei um pedaço de madeira e bati na cabeça dele e para que ninguém visse pedi ao Artênio que tirasse a camisa e com ela embrulhei o peixe e fomos embora pra casa. Tratei o peixe e deixei no jirau meio escondido, para fazer uma boa surpresa para a mamãe que chegaria da roça, junto com papai, exausta e faminta e combinamos de ficar quietos e ela foi logo perguntando quem havia tratado peixe no jirau e o Artênio, todo feliz, o olhar brilhante, abraçando as duas pernas da mamãe, disse: - A Zita pegou um tucunaré grande na tapagem do seu Tonga!!!
Mamãe então ficou preocupada e disse que devíamos ir entregar o peixe ao dono. Então eu disse que não, que nós havíamos visto o peixe e o pegamos na tapagem abandonada e, portanto o peixe era nosso. E naquela discussão, tio Manoel, irmão de papai, entrou na casa e depois de ouvir todas as explicações afirmou que o peixe nos pertencia porque o cacuri estava abandonado.
Mas, mamãe não aceitava.
Tio Manoel ponderou que deixasse de besteira e ela foi firme:
- Eu não quero ninguém comentando por aí que meus filhos são ladrões.
- E não são! - disse tio Manoel.
Que em seguida comentou:
- Ana, quem vai saber que eles pegaram o peixe?
Depois de muito custo, mamãe cedeu e então preparou uma comida deliciosa para todos nós.
- Por que a senhora, tia Zita, não preparou logo a comida?
- Por que a mamãe cortava os tamanhos certos para cada um de nós.
Tia Zita explicou que quando a mãe fazia, a comida tinha outro sabor, o peixe rendia mais.
Eles estavam felizes com a boa surpresa que premeditaram, se entreolharam contentes e que o jirau ficara sujo porque eles ainda eram crianças, não sabiam limpar direito e a mãe, mais experiente, logo percebeu – mesmo eles querendo que ela não cismasse de imediato com nada - que alguma coisa estranha – contudo, boa - havia acontecido na sua ausência.
Naquela época, a mãe colocava comida no prato, a gente comia e não pedia mais alegando que ainda estava com fome. Era o que a mãe botava no prato, tão somente. Todos nós nos contentávamos com aquilo que a mamãe dava para cada um.
Tia Zita comentou que o seu pai José gostava muito do tio Mirico, e que procurava estar por perto deles quando namoravam e que muito se aborreceu e chegou a bater nela quando soube que ela estava grávida.
Tia Zita menciona que conseguia as coisas, quase como um milagre, parecia que havia proteção divina, porque o caso do tucunaré, o peixe era bem grande (e rendeu comida para uns dois a três dias) e a tapagem estava toda cheia de buracos, portanto, fácil do peixe escapar e por ser grande, ficava difícil segurá-lo; idem no lancear no igarapé e também na fabricação da farinha, havia dificuldade, mas depois tudo dava certo.
Isso faz-me lembrar que minha mãe Lady contou-me que foi para o centro com tio David para ver se conseguiam algo para comer e trouxeram um tatu. Ela entendia que era Deus quem colocara a caça no caminho deles e que o bicho não esboçou reação quando eles foram pegá-lo
Tia Zita disse que a situação em sua casa era de muita dificuldade, pois o pai era homem de saúde precária.
Informou que muito ajudou seus pais e irmãos e que todos os seus irmãos desde cedo procuravam ajudar a mãe, Ana Teonila Gonzaga Larêdo, principalmente depois que ficou viúva.
Tia Zita contou que o casal Ana Teonila Gonzaga Larêdo e José Larêdo da Costa teve os seguintes filhos: Zita, Artênio, Manoel (falecido aos sete meses de idade), Julite (falecida aos três anos de idade), Lady, Benedito (falecido aos dois anos de idade), Domingas, os gêmeos David e Davina, Peca, José (Josezinho, falecido aos três anos de idade, era muito ligado à sua irmã Lady, com ela aparece na foto no início deste livro).
Tia Zita comentou que Manoel, Julite, Benedito, Davina e José, faleceram de infecção intestinal, que era comum na Vila criança vir a falecer assim, depois de passar diversos dias com febre intensa.
Tia Zita informou[3] que teve os seguintes filhos: Eurico, Zezinho, Dayse, Maria, Maria Náide, Ana, Graça, José Teófilo e Paulo.
Zezinho, Maria e Ana, faleceram em tenra idade.
ANA TEONILA GONZAGA LARÊDO, PRESIDENTE DA FESTA DO CARMO, LÍDER COMUNITÁRIA, ZELADORA DA IGREJA, MÃE AMÁVEL, ATENCIOSA E GENEROSA
Salomão Larêdo
Casada com José Larêdo da Costa, o casal teve os seguintes filhos: Antonia (Zita) Artênio, Maria do Carmo (Lady), Domingas, José, Davina e David (gêmeos) Iolanda (Peca).
“Minha mãe Ana Gonzaga era uma boa mãe, mulher amável, atenciosa, generosa. Quando os filhos ainda estavam pequenos, ela cuidou muito bem de todos e quando cresceram, passou a ajudar mais efetivamente meu pai, José, na roça, no campo, eram lavradores.”
Assim começou a responder a minha pergunta – quem foi sua mãe? - a tia Zita – Antonia Larêdo Américo-, filha mais velha de minha avó Ana Gonzaga, que nasceu em Vila do Carmo do Tocantins no dia 13 de Junho de 1917, hoje com 99 anos de idade, viúva do tio Mirico (Alípio) Américo, que mora em Mocajuba com filhos e netos.
Desejando obter sempre mais informações acerca de minha família de origem, conversei pelo celular com tia Zita, às 16h do dia 20 de Agosto de 2016. Ela tem por hábito ficar pela parte da tarde, sentada no pátio interno de sua casa, em Mocajuba, e o celular perto, ela mesma atende e conversa que foi como mais uma vez procedeu comigo que de quando em vez ligo para saber como ela está e pergunto por coisas atuais - ela falou da nova neta, filha do Paulo, que se chama Eva - e respondeu ao que perguntei, segura, raciocínio rápido e lembrando de fatos de hoje e de ontem, ou seja, memória recente e antiga, enorme lucidez e muita alegria ao falar e pela voz diz meu nome.
Eu sei que depois do almoço tia Zita fica no pátio interno de sua casa, rezando e lá atende as minhas ligações ao seu celular e então proseamos.
Desta vez, eu quis saber o que ela lembra da mãe Ana Teonila Gonzaga Larêdo. Ela então me disse que era uma mulher forte, formidável. Costurava em casa e fazia nossa roupa, consertava. Rezava muito e seu sonho era ter um filho padre. Realizou isso com o David que depois de estudar, foi ordenado sacerdote. Mamãe dava aula de catecismo e era zeladora da igreja, do apostolado da oração. Era uma líder em sua comunidade onde todos tinham grande estima e respeito por ela que sabia tratar a todos, com firmeza, segurança, compreensão. Era uma pessoa amável, atenciosa, generosa. Tornou-se líder da comunidade e da nossa Vila do Carmo. Foi eleita presidente da Festa do Carmo alguns anos. Ela arrumava a igreja e vestia as santas, cuidava para que tudo sempre estivesse limpo, organizado, enfeitado.
Minha mãe era uma pessoa otimista, educada, animada, risonha e afável com todos. Cuidava com muito zelo de todos nós.
Mamãe gostava de fazer panela de barro e fazia muito bem.
E seu pai, José, como era? Basta olhar pro Salomão Larêdo. Assim era meu pai, fisionomicamente. Era homem alto, trabalhava na roça, era filho de judeu.
Quem nos contava muito caso, porque era muito prosista, era tio Manoel, irmão do papai.
Quem era tia Maria da Costa? Pergunto e tia Zita responde: era prima do papai, casada com Benedito Medeiros, padrinho do Artênio, com quem morou, no final de sua vida, quando já estava viúvo. Tio Medeiros era tapagista, tinha tapagem, pegava muito peixe.
Observações: Quando tia Zita menciona que sua mãe Ana era uma mulher animada, posso confirmar essa afabilidade com os netos. Recordo certa vez, que, já adolescente e passando férias em sua casa na Vila do Carmo, quis fazer uma festinha e fui pedir a ela que não só permitiu como providenciou o petromax – não havia luz elétrica e o petromax, uma espécie de candeeiro, movido a álcool e pressão, proporcionava boa claridade - para iluminar o ambiente e patrocinou a compra das pilhas para a eletrola funcionar e, alegre, por nos ver feliz, passava sempre na sala para ver se estava tudo bem.
Minha avó Ana Teonila Gonzaga Larêdo, nasceu na Ilha do Moiraba, era afrodescendente. Mulher alta, forte, segura, sábia, corajosa, firme e generosa, mantinha, em sua casa, o hábito de receber, cedo, em sua casa, quem quisesse conversar e fornecia uma xícara de café, chamado “café simples”, que passava diversas vezes no ambiente, sempre cheio de gente.
No salão da casa, muitas vezes, a noite, rezava-se o terço e depois a ladainha de Nossa Senhora, que as mulheres começavam e os homens terminavam. Uma vez, garoto, fui juntar-me aos mais velhos e tentando imitá-los, estava atrapalhando a cantoria e quando me dei conta estava sendo removido pela orelha e fiquei ajoelhado ao lado dela sem dar um pio.
INICIO DA FAMÍLIA LARÊDO, CONFORME CONTA TIA ZITA (ANTÔNIA LARÊDO AMÉRICO)
Salomão Larêdo
Em conversa com tia Zita, em Mocajuba, onde mora, no dia 29 de Julho de 2015, às 18h30, disse que sabia informar que Jacob Larêdo, chegou a Vila do Carmo - Cametá e casou com Tereza e teve dois filhos: José Larêdo da Costa e Manoel Larêdo da Costa.
José Larêdo da Costa, meu pai, casado com Ana Teonila Gonzaga Larêdo, minha mãe.
Que chamava papai Gonzaga a José Antonio Gonzaga, seu avô, pai de sua mãe Ana, que era casado com Levinda de Almeida (era natural da ilha do Moiraba) José Antonio Gonzaga, de cor negra, era natural do Aripijó.
Levinda de Almeida era irmã de Tereza de Almeida (tia Teté), casada com João, conhecido como João Cacau, pais da Ninita (Ermita de Almeida Larêdo) casada com meu primo Moisés, filho do tio Manoel Larêdo que era casado com Almerinda Biósia Barroso.
Tia Maria da Costa era prima do papai. Era casada com Benedito Medeiros (pescador). Tia Maria da Costa era alta, magra.
Vovô Mota, era como nós chamávamos para Gonçalo, irmão da vovó Tereza, que tinha um irmão chamado Antonio Monteiro (que morava na ilha do Moiraba).
Tia Serafina era mãe do tio Samuel Bensabath que era primo do papai. Tio Samuel tinha uma irmã de nome Margarida. Tia Serafina morava numa casa ao lado da casa do vovô Jacob, que depois foi vendida ao seu Tonga e comprado por Ivo Gaia onde morou tia Nenê Marçal que teve com ele diversas filhas.
A casa do vovô Jacob e vovó Tereza é onde se encontra a casa da Lady[4] , minha irmã e do meu primo Milton. Essa casa foi doada por tio Manoel ao primo Milton. Lá funcionava a escola do tio Manoel.
Tia Margarida teve as seguintes filhas: Zazá, Quiquita e Luna. Depois casou com Santinho Cohen e teve: Didi, Naíde e Sinhazinha que é mãe da Helena e da Djanira.
SOBRE A VOCAÇÃO SACERDOTAL DO TIO DAVID
Em conversa telefônica com tia Zita, às 17horas no dia 19 de abril de 2008, ela contou que tio David quebrava a rama de um arbusto chamado “capim de bode” e enfiava na cuieira para ser o altar e lá, ele imitava celebrar a missa que era assistida por muitas crianças, a maioria nossos parentes que iam pra lá se meter nas brincadeiras que David armava.
- Ele usava alguma coisa que parecesse paramento que os padres usavam quando celebravam missa?
- Não, ele estava brincando, usando roupa normal.
No quintal, eles todos faziam um andor de miriti, enfeitavam com “capim de bode”, colocavam uma imagem do Coração de Jesus e saiam cantando um hino do qual eles só sabiam o refrão que era assim:
É o coração de Jesus!
É o coração de Jesus!
É o Coração de Jesus!
A gente ouvia longe a voz das crianças ecoando pela Vila do Carmo, nosso lugar, naquela época, tão pequeno e tão pobre!
Mamãe dizia: lá vem a procissão dos índios!
É que naquela época, as crianças, filhos de gente simples e pobre – toda a comunidade era de parcos recursos -,andavam com pouca roupa e assim eles iam brincar, nus da cintura pra cima, meninos e meninas. Os menores, acompanhavam nus, totalmente, então, da cintura pra cima, estavam todos sem roupa, por isso ela falava procissão dos índios.
Uma vez chegou na Vila, um padre – ainda não eram os holandeses -, desses que apareciam depois da semana santa, para o que se chama na época de “desobriga” e reuniu as crianças para o catecismo e fez perguntas e quando chegou a vez do David, ele perguntou alguma coisa que agora não lembro e o David respondeu:
- Eu perco a confissão, mas não perco a fé.
O padre comentou que gostou da resposta, que era isso mesmo e coisa e tal.
- Vocês imaginavam que um dia ele seria padre?
- Não, não passava pela nossa cabeça. Porém, mamãe dizia:
-Esse menino vai ser padre, ele gosta muito de reza.
E a gente comentava: sim, quem sabe é que é ele vai lhe dar uns quantos netos! E mamãe sorria.
Depois de um tempo, acho que o David já tinha uns 14 para 15 anos, o padre Tiago Poels que era de Mocajuba e ia celebrar pela Vila, convidou David pra ajudar a missa e depois ele veio pedir pra mamãe o David, para que ele estudasse em Mocajuba.
Mamãe ficou pensativa e conversando comigo, quis saber minha ideia e eu disse que ela era quem resolvia, que eu mesma estava querendo ir pra Mocajuba, porque já estava casada, já tinha o Eurico e precisava matricular ele na escola e eu tinha estado em Mocajuba pra missa que o padre Edmundo , filho do lugar, foi celebrar.
Papai já tinha morrido e mamãe então foi conversar com tio Lourenço que era o zelador da igreja da Vila e chegou em casa e eu quis saber o que ela tinha decidido e mamãe então disse o seguinte: eu acho que vou enfrentar esta saudade.
David foi para Mocajuba e mamãe de vez em quando ia visitá-lo. E quando o pe. Tiago ia celebrar na Vila, levava o David. Depois ele veio pra Belém. (do livro “Tio David Padre David, a vida – em fatos e fotos – do cônego David Gonzaga Larêdo)..”
Este é uma plaquete em homenagem à tia Zita Larêdo, pelo seu centésimo aniversário natalício, completados neste 13 de junho de 2017.Um mimo de seus sobrinhos: Salomão, Maria Lygia e Filipe Larêdo. Belém do Pará, 13 de junho de 2017.
[1] Nossa Senhora do Rosário de Fátima
[2] Esta nota, publicamos no livro “Vila do Carmo...”, da seguinte forma: N. do A - Obs: a história da farinha, aí em cima, está contada em outra parte deste trabalho. Acrescento e mantenho esta outra versão, porque a anterior, é um registro escrito que tia Zita me mandou e esta versão é um registro oral.
[3] Assim esta observada na publicação feita no livro “Vila do Carmo...”: Minha prima Maria das Graças Larêdo Américo, que é dentista, participou de toda esta prosa.
[4] No quintal havia uma figueira, certamente trazida do Marrocos, de onde veio o velho Jacob, judeu sefardista e plantou no quintal, ao lado de um pé de canela.
INFORMES GERAIS SOBRE ZITA LARÊDO.
Nome de solteira: Antonia do Carmo Gonzaga Larêdo.
Apelido caseiro: Zita
Filha de José Larêdo da Costa e de Ana Teonila Gonzaga Larêdo (nome de solteira: Ana Teonila de Almeida Gonzaga)
Casada com Alípio Américo de Araujo, (tio Mirico) passou a assinar:
Antonia do Carmo Larêdo Araujo. Mas, na prática, assinava: Antonia Larêdo Américo
O único filho que leva Araújo no nome é Eurico Larêdo de Araújo. Os demais assinam Larêdo Américo: Daise, Maria Naide, José Teófilo, Paulo e Ana Paula (adotiva).
Até a presente data, tia Zita tem: 18 netos e 8 bisnetos.
Belém, 22 de maio de 2017. Informações checadas com Maria das Graças pelo celular (msn), nesta data.
Fotos dos acervos de Maria das Graças Larêdo Américo e de Salomão Larêdo
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