Salomão
Larêdo, escritor e jornalista
Stéfano Paixão
Stéfano
(que conta com meu apoio ao seu trabalho, solidariedade às dificuldades e estímulo
à não desistência, nunca), que porta, naturalmente, consigo a Paixão no nome, é
um jovem corajoso e destemido (intemerato
e intimorato) produtor cultural ganhador de prêmios no Pará e nas Minas Gerais (paraense, de
Baião) e que no peito e na raça realiza
na praça, para o seu povo da poética Baião, a “ II
Mostra de Cinema Paraense de Baião”.
Isso é que se chama arte, todas, não apenas a sétima, porque só sendo artista,
tendo amor à arte, sensibilidade estética e poética para, com a cara e a
coragem, sem nenhum apoio público ou privado como ele mesmo anuncia, inovar,
fazer o filme e ir mostrar ao seu povo e pensando coletivamente, seduzir outros
a ir mostrar também seus trabalhos que dão muito trabalho – são muitos os
filmes que serão vistos, com direção e artistas diferentes, todos, paraenses -
na mostra que começa hoje, até porque, arte, se faz para o outro, junto com
outros.
Stéfano é corajoso porque faz arte no interior amazônico, na região do
Baixo-Tocantins (aqui, além de termos o chamado custo amazônico, estamos
distantes do eixo cultural do Brasil, sem apoio dos governos, dos empresários,
das instituições, sem equipamentos, com material deficiente e tanta gente
puxando pra trás e torcendo pra não dar certo, que só o cara sendo passado na
casca do alho e tendo o corpo fechado aos quebrantos, feitiços, puçangas,
pajelanças e mal dizeres, consegue e prova às exigentes musas da arte, que é
mesmo, artista porque faz arte tirando
leite de pedra) que e sai pra mostrar ao público
na estação das chuvas,
período de tempo mais instável, o chamado inverno amazônico e na cidade que está mais
perto das nuvens, portanto, mais sujeita a chuvas e trovoadas. Mas, Stéfano,
que adora desafios, sabe o que faz e faz tão bem que ,inobstante todas as
barreiras, dificuldades, desestímulos , negação de todo jeito e tipo, não
desiste de sua arte, não desgruda da arte e produz e faz, obedecendo a regra básica do cinema: luz, câmera, ação e ação tem
que acontecer, tem que se dar e neste
caso é uma ação política que objetiva levar cultura à sua gente para que surja a consciência crítica, política, artística, a
consciência cidadã que forma
subjetividade à cultura e faz pensar e muda a sociedade, pra melhor é claro.
Stéfano faz (e sempre muito bem) a sua parte, com arte, atento às mudanças que
virão e nessa mesma crença, façamos todos nós, com a nossa arte de ver, a nossa
participação nessa mudança que virá, porque essa mostra de cinema carrega consigo
a instrução, o ensino, a educação, a cultura e a arte, raiz da cultura popular
paraense e amazônica, logo, universal, alicerce de todos que fazem cinema, que
fazem arte, que fazem o povo ficar mais sábio e feliz. Parabéns Stéfano;
parabéns cineastas e toda gente ligada à arte; parabéns Baião; parabéns povo do
Baixo-Tocantins.
P.S.
Tenho absoluta certeza que o prof. dr. Doriedson Rodrigues, com toda sua sensibilidade de
educador e de amor às artes e a cultura, que é
o coordenador do campus da UFPA em Cametá que envolve também o núcleo de
Baião, dá total apoio e incentivo a esse investimento e realização do Stéfano Paixão
e recomenda que os alunos dos
cursos superiores de Baião e
Mocajuba apoiem e participem ativamente
dessa mostra que pode servir ao
currículo como importante atividade
complementar, dentro da atividade de extensão que a universidade deve efetivar.
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