segunda-feira, 10 de agosto de 2015

RABETAS OU RABUDAS ABOLIRAM OS REMOS DAS ÁGUAS TOCANTINAS

Salomão Larêdo escritor e jornalista

E o que se vê é uma profusão de embarcações supercoloridas batizadas com nomes conectados ao novo, contemporâneo e tradicional ("Um dia eu te pego", "Caridade", Viva Jesus" e tantos outros) dignos de pesquisa e letras embandeiradas abertas em estilos que merecem além do olhar estético à análise dessa arte popular aquaviária que circula pelo rio Tocantins, o mais bonito do mundo e encosta nos trapiches, pontas repontas, ilhas, furos, igarapés, portos e cheias de vida, as rabetas ou rabudas multicores fazem brilhar ainda mais a alegria da vida pulsante em nosso Baixo Tocantins, nas ilhas, vilas, povoados vários, casarios, areiais e milhares de portos onde chegam às dezenas, centenas, transportando, ligeiras e velozes como os dias e a vida moderna, nossa gente, as mercadorias, carros, motos, combustível, comida, frutaria: açaí, pupunha, mapará de Tucuruí, jatuarana dos Furtados, branquinha, camarão, tucunaré do Maxi, filhote do Araquembaua, farinha, madeira, óleos, sementes, ingás, pão, vestuário à atividade cotidiana comercial ribeirinha, social de festas de santos e aparelhagens e motivos vários numa navegação útil e utilitária necessária pelas nossas lindas estradas líquidas repletas de aningais e aturiás e também de farta poluição aquosa nas manhãs, tardes, noites e madrugadas em que remos de faia, jacumãs tapuios, lisos ou pintados não fazem mais os tratos com os remeiros profissionais que junto com a força física na propulsão lenta das águas, saíram de circulação e isso merece uma boa meditação, bom estudo, análise, reflexão e pode dar surpreendentes trabalhos acadêmicos.





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