sexta-feira, 14 de agosto de 2015

CAMETÁ - A EDUCAÇÃO COMO META

Salomão Larêdo, escritor e jornalista 

Há mais de dez anos, pelo menos, o município de Cametá, por meio do trabalho liderado por dois educadores – os professores. drs. Gilmar Pereira da Silva e Doriedson Rodrigues -–, começou seu processo de efetiva mudança, tendo como alicerce, a educação. Planejaram investir em educação que se expressa no trabalho de confiança e qualidade através da adoção de novos cursos no campus da Universidade Federal do Pará, em Cametá, na condição de coordenador e vice, respectivamente 

Os professores Gilmar Silva e Salomão Larêdo

Prof. Doriedson Rodriguês e Salomão Larêdo


Prof. Dorielson Rodrigues Gaia e profa. Dilma Cardoso Pereira, incansáveis batalhadores pela educação e cultura cametaense, com Maria Lygia, Salomão e Filipe Larêdo. 

Gilmar e Doriedson foram atrás de meios, recursos e com ação política começaram implantando faculdades, abrindo, em todas as cidades do Baixo-Tocantins (Baião, Oeiras do Pará, Mocajuba e Limoeiro do Ajuru), núcleos universitários que dessem chance ao povo dessa região, de promover-se pelo que é básico na vida de quem não tem recursos e procura conhecimento: a educação; justamente nessa vereda onde a congregação das Filhas da Caridade, na década de 1940, a pedido dos padres lazaristas da congregação da Missão, começou o processo que propiciava nova perspectiva aos nativos, implantando institutos, colégios e um ginásio onde o estado investia pouco e os recursos do município mal cobriam o curso primário em alguns locais e o ensino superior era inacessível ao povo do interior até que, na década de 1990, a UFPA iniciou o processo de interiorização na administração Nilson Pinto e Cametá recebeu na antiga escola municipal Maria Cordeiro, cedida pelo então prefeito Alberto Moia Mocbel e efetivada na administração do ex-prefeito Waldoly Valente, cursos propedêuticos, que hoje, ao lado de muitos outros em diversas áreas do conhecimento, além do mestrado, lideram a transformação do campus – com o apoio da administração superior da UFPA, parlamentares, movimentos sociais e prefeituras – para a futura Universidade Federal da Amazônia Tocantina – UFAT, que também poderia ser chamada de Universidade Federal do Baixo Tocantins, em alusão à nomeação dada à região pelos seus habitantes. 

Filipe e Maria Lygia Larêdo, no Campus da UFPA-Cametá

Visitando Cuxipiari

Novos cursos exigiram infraestrutura e surgiram novos prédios para abrigar biblioteca, auditório, salas de aula, laboratórios, a necessidade de casa aos estudantes e ampliação da área de trabalho com a regularização fundiária do campus II e novas estruturas. Com essa movimentação, Cametá começou a ver seus imóveis serem locados por estudantes de toda parte, virando cidade universitária, literalmente. 


O planejamento bem feito, o trabalho sério executado diuturnamente por uma equipe coesa e comprometida com a promoção humana, a justiça social e com a democratização do conhecimento através da educação e da cultura, começou a trazer resultados à comunidade que cada vez mais confia no trabalho desses educadores, o prof. Doriedson Rodrigues que passou a coordenar o campus, enquanto o prof. Gilmar Silva assume a Secretaria Municipal de Educação de Cametá. Os dois líderes educacionais trabalhando de forma integrada fazem disparar o processo de desenvolvimento que poderá fazer Cametá experimentar, caso continue investindo tudo e sem parar em educação, conviver e compartilhar numa sociedade consciente de sua capacidade e possibilidades de viver melhor por ser menos desigual, mais justa e mais fraterna como acontece em países que investiram no binômio educação e cultura que passa pelo livro, biblioteca , leitura, formação do leitor crítico, cidadania cultural, como o Chile, Japão e Israel, para citar alguns exemplos. 




Doriedson, incansável, no Campus, está empenhado em levar com os professores e técnicos o doutorado e novo curso de mestrado a Cametá, bem como novas áreas para Campus II com novas estruturas, casa de estudante e estruturação cada vez maior dos 04 Núcleos Universitários, além de novos cursos, e Gilmar, focado e com uma equipe motivada, na SEMED, passou a construir escolas de alto padrão nas ilhas, vilas, povoados e área urbana de Cametá, que o prefeito Irácio de Freitas Nunes, numa opção clara de seu governo municipal , entrega à população, incentivando as famílias a permanecerem em seus lugares, trabalhando pelo bem estar comum, como a sociologia urbana vem provando ser o correto, desincentivando o inchaço das cidades grandes que exclui e descarta , por comunidades menores, porém, bem estruturadas e apoiadas em ações efetivas da administração pública, valorizando o ser humano. 


Pessoas da comunidade de Cuxipiari


A convite do prof. Doriedson Rodrigues e sua equipe  e a decidida  participação dos professores Carlos Amorim, Dilma Cardoso, Dorielson Rodrigues Gaia, Betinho, dentre outros e  com apoio da prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Educação, lancei, no campus da UFPA, em Cametá, em meio a bonita e emocionante festa cultural, meu recente trabalho literário, o Olho de Boto, oportunidade em que Gilmar levou-me para ver a escola construída na comunidade do Cuxipiari do Carmo, com os requisitos da moderna pedagogia, numa arquitetura bonita, atraente, mundiante, que valoriza a cultura cametauara - que tem o nome da escola homenageando líder daquela comunidade, cuja síntese de vida é estampada numa placa de identificação - dotada de sedutoras salas de aula identificadas com o nome dos peixes do cotidiano da comunidade que comunga de uma integração com a escola onde todos são valorizados e podem utilizar a infraestrutura em suas necessidades sócio-culturais como recepção de casamentos, mostra de cinema, teatro, reuniões, local gostoso, aprazível onde a dignidade de ser humano avulta num fazer educação com respeito objetivando promover o ser humano e o direito à educação e cultura, livro, leitura, é uma ação do dia a dia com água tratada, instalações elétricas, aeração e esgotos sanitários que respeitam o meio-ambiente, os docentes e discentes recebem alimentação na escola, não é merenda, é almoço e jantar feitos com produtos do cotidiano da comunidade. 





São mais de duas dezenas de escolas na área urbana e no interior cametaense, creches, ginásios esportivos, bibliotecas, laboratórios de informática e pesquisa. A secretaria municipal de educação mantém programa de formação continuada aos docentes, valorizando-os com remuneração e condições decentes de trabalho. Como cidadão brasileiro e cametaense, estou convicto de que Cametá, mantendo o investimento em educação, daqui a 30 anos certamente os frutos serão colhidos em consciência crítica, social, cultural e, sobretudo, política, do povo que saberá cada vez mais seus direitos, cumprindo seus deveres e trabalhando por uma sociedade mais justa, mais fraterna, menos desigual e, por isso mesmo, mais humana e feliz. 

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