segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O VENDEDOR DE SONHOS - REVISTA TODA, DO DIÁRIO DO PARÁ - ENTREVISTA O ESCRITOR SALOMÃO LARÊDO

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ABAIXO CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA CEDIDA POR SALOMÃO LARÊDO À JORNALISTA IVA MUNIZ DA REVISTA TODA DO DIÁRIO DO PARÁ



Nome:

- Salomão Larêdo

Idade:

- 65 anos

Data e local do nascimento:

- No dia 23 de Abril de 1949, em Vila do Carmo, Cametá, Pará, Amazônia, Brasil

Quantos livros escritos e publicados:

- Escritos, inúmeros. Publicados e lançados, até hoje: 39

Autorretrato: Diga como você é, citando as principais características de sua personalidade (boas e ruins):

- Tenho consciência de ser pessoa humana que tem muitos sonhos – mundo melhor, menos desigual, mais justo, seguro, fraterno -. Não desisto do que quero e vou em busca de realizar a meta a que me proponho, sem tirar o foco; tenho ideias e ideais. Sou sensível, afetuoso, amoroso, carinhoso, persistente, de índole pacífica, indulgente, diligente, cumpridor de minhas obrigações, atento às necessidades do outro. Sou exigente, apressado, impaciente.

Fale um pouco de sua origem: local onde nasceu, quem foi seu pai, mãe e irmãos:

- Nasci na Vila do Carmo, em Cametá, no Pará, região Amazônico, à beira do rio Tocantins. Meus pais, já falecidos, são de origem hebraica, caboca, negra e índia, gente simples sem recursos financeiros. Meu pai Milton Larêdo, autodidata era funcionário público federal; e minha mãe, Maria do Carmo (Lady) Larêdo alfabetizada, trabalhava em casa, muito, para dar conta de cinco filhos: Adalcinda, Ocirema, Salomão, José e Abrão e a Zuzu, irmã de criação, todos viemos pra Belém no inicio da década de 1960 e todos fizemos curso superior, temos famílias, vida estabilizada. Provindos de lar católico, tivemos pais amorosos, afetuosos, família unida, carinhosa, feliz!

Fale também da família que você formou: esposa e filhos:

- O arcebispo Desmond Tuto, da igreja Anglicana, na África do Sul, disse uma frase com que concordo, ei-la: “ não és tu que escolhes a tua família: ela é um dom de Deus para ti, assim como tu és para ela”. Então, eu e Deus escolhemos a meiga e doce Maria Lygia que é minha mulher e que mulher e super do bem e da total paz. Vamos completar 40 anos de casados em dezembro próximo. Fruto do nosso amor, nasceu o Filipe Nassar Larêdo. Maria Lygia é advogada, pra mim, expertise em direito Comercial, pesquisadora, estudiosa, atenta e atualizadíssima. Mas, gosto mesmo é da delicadeza dela, da simplicidade, da bondade, meiguice e ternura, é uma fada em minha vida, além de ter inúmeros dons, entre os quais, sensibilidade à arte, tece verdadeiras obras primas. Maria Lygia, é inteligente, atenta, sagaz, arguta e como diz o texto sagrado, é “mansa como a pomba e viva como a serpente”. O Filipe é filho único, formado em Direito, em Belém e em produção editorial em São Paulo. Filipe, grande leitor e de muita boa leitura, é inteligente, seguro, tranquilo, perspicaz, sábio, sensível e sempre muito preocupado com o meio-ambiente, com a justiça social e com o próximo, é um amante dos livros e aprendeu a editá-los. Atualmente trabalha e dirige a sua Editora Empíreo, onde é o Publisher, caminho que decidiu seguir na busca de publicar livros apaixonantes. Minha família, amorosa, afetuosa, carinhosa, querida, é muito linda e me faz muito feliz, além de ser leitora e amante dos livros, da arte e da cultura. Somos católicos sem nenhum tipo de pieguismo e procuramos viver nossa fé e crença em Deus e na Virgem Maria, com sensatez, razão e emoção de forma equilibrada, respeitando muito e sempre a liberdade de escolha do outro, sua crença, modo de ser e viver de maneira diversa e diferente de cada um de nós e de nossa família.

Qual a principal lembrança de sua infância?

- Ouvir, antes de saber ler, fascinado, narrativas orais feitas por meu pai e minha mãe, avós, tios, minhas irmãs, parentes, amigos que contavam casos de visagens, de vultos, procissão das almas, do boto, pirarara, matintaperera, cupelobo, lobisomem, anhanga, curupira, cobra grande, mãe d’água. Todos contavam histórias de nossa cultura oral envolvendo o lendário e o imaginário do meu lugar, a Vila do Carmo, fatos do cotidiano, orações, benzeções, ladainhas. Há também na carga afetiva do ambiente doméstico, familiar, as vozes, as lembranças de leitura, na sala da casa de minha avó materna na Vila do Carmo, onde lia revistas com as histórias de vida de alguns santos e outras com informações variadas, de cunho religioso, que meu tio David trazia do seminário. Lembro que meu pai, autodidata, contava muito caso, recolheu muito conhecimento, lendo, mostrava e ensinava como fazer, proceder, a usar a palavra, na fala ou na escrita. Adorava aforismas, ditos populares e relatava situações que vivera ou viu acontecer com outras pessoas e tirava as lições. Minha mãe contava histórias, cantava e cantava, muito e cantando me encantava, ficava ouvindo, perto dela, as letras das músicas e admirando a palavra, o som, o sotaque, imaginando o conteúdo das canções, das cantigas e ela contava o cotidiano, as coisas que aconteciam. Aprendeu a costurar, cozinhar e fazia tudo isso com alegria, com amor, com perfeição. Minha mãe possuía e lia muitos livretos de orações dentro deles, muitas estampas de santos com frases e orações. Ela assinava a revista “A Voz de Nazaré”, editada em Belém e ela recebia pelos correios em Tucuruí e ela lia e depois eu também passei a ler.

Quem trabalhos exerceu ao longo da vida?

- Inobstante meu pai - como dá pra entender na resposta acima - ter-me preparado desde a mais tenra idade com as ferramentas da leitura e da escritura, preocupado em arranjar-me uma atividade rentável, papai, também, desde cedo me colocou para aprender a profissão de sapateiro, depois alfaiate, barbeiro, rádio-telegrafista. Para ajudar no sustento da casa de meus pais, vendi sonhos nas ruas de Vila do Carmo, pão e arroz-doce nas ruas de Tucuruí e café na feira de são Brás, em Belém. Depois fiz o curso de direito, sou advogado inscrito na OAB-PA. Mas, o que eu queria mesmo era ser jornalista e escritor, que foi por onde me encaminhei. Ganhei concurso de redação no colégio e fui ser aprendiz de redação no jornal Folha do Norte, onde, anos depois, fiz concurso para ser repórter e não deixei mais a profissão de jornalista. Mas, ao longo da vida, trabalhei como jornalista, redator de publicidade, editor, assessor técnico, consultor jurídico, funcionário público, diretor de diversos órgão públicos, professor e escritor.

Da onde vem toda essa paixão pela literatura?

- É realmente um devotamento, uma sedução e paixão e vem, não tenho dúvida, do exemplo dos meus pais, de minha família, como afirmei acima, eles eram leitores, liam e contavam narrativas, fato de nossa comunidade e eu apreciava aquilo, me deleitando, alimentando, embevecido com as histórias, com as lendas e viajava, queria narrar, contar, escrever. Meu pai emprestava livros para ler a noite para nós, na sala de nossa casa minúscula, em Tucuruí. Quando papai chegava do trabalho na Estrada de Ferro do Tocantins, depois que tomava banho e fazíamos a janta, lia o livro e ia explicando para nós enquanto viajávamos nas narrativas e ele, didaticamente, suspendia a leitura no meio de uma expectativa para continuar no dia seguinte, uma espécie de capítulo por capítulo que ele dividia e nós ansiávamos o dia seguinte para a sequência do texto. Em seguida, íamos nos preparar para dormir e mamãe fazia as orações e após, cada um em sua rede ,ouvíamos as narrativas dos contos de fada que sabia de cor e dormíamos embalados pela maviosidade da voz materna, a mente viajando nos acontecimentos do conto popular sob maravilhoso encantamento.

Fora do trabalho, o que você gosta de fazer para relaxar e/ou se divertir?

- Gosto muito de dançar e de pescar, conversar com amigos.

Aconteceu algo em sua vida que mudou o rumo dela (vida)?

- Casar com Maria Lygia e foi, uma senhora mudança, pra melhor. Ao longo do tempo, venho trabalhando pra ser uma pessoa a cada dia, sempre melhor.

Que música poderia ser tema de sua vida e por quê?

Desde criança fui sempre envolvido pelas cantigas que minha mãe cantava ao longo do dia, executando os afazeres e pelos cantares, sons variados, letras de músicas diversas que ouvia, fossem de ninar, de roda, tiração de reis, dos tambores do banguê , do samba de cacete, siriá, do carnaval e as dos discos que as aparelhagens de som traziam às festas dançantes. Fiquei com polifonias e posso destacar o som do trompete que me acompanha durante a vida. Gosto muito. Os sons das ladainhas das festas de santo. O ritmo sensual, sedutor e sexual das cúmbias, dos merengues e do jaz orquestra internacional da Vila do Carmo que ensaiava na rua do detrás na casa da musicista Nazaré Satiro de Melo, que escrevia música e ensinava o pessoal a tocar os instrumentos e regia o coro da igreja e então eu ficava embevecido pelo canto gregoriano e música das ladainhas na casa de minha avó e há então um mix de sons, essa simbiose de ritmos que vem dos tambores, do canto-chão, da música popular, dos boleros e sambas dos cabarés, do Palácio dos Bares, já em Belém, das emissoras de rádio e do que ouvia de música no cinema, música clássica e erudita de diversos compositores, maestros paraenses, brasileiros e estrangeiros. Então não há uma música específica. Há músicas, cantares, cantigas, sons e essa bonita misturada, dando muito tema para muitas vidas das que vivo pois toda hora, todo dia, todo tempo a vida é tema da própria vida, que muda, se transforma, e vai e vem e retorna e torna ir e retorna. Um verdadeiro poema e uma poesia, em prosa. A vida é uma poesia, cheia de sons e de palavras que procuro ouvir, entender e traduzir nos textos que escrevo.

Na sua vida diária, o que lhe deixa feliz e o que lhe faz perder a paciência?

- Estar com a minha família me deixa sempre muito feliz. Faço enorme exercício a todo instante para não perder a paciência por uma bobagice.

Dizem que saco vazio não pára em pé. Como cuida da saúde?

- Faço caminhada, diariamente e musculação terapêutica em dias alternados da semana. Tenho consciência da importância de cuidar de minha saúde para meu equilíbrio, por isso, faço exame preventivo masculino todo ano, controle cardiológico, pulmonar, endócrino, gastro, hepatológico, vacinas, reposições, alimentar e outros, conforme a necessidade.

Todos nós temos múltiplos talentos, qual são os seus?

- Escrever, falar, pois tenho voz bonita, de som agradável, forte, dentre outros talentos.

Se pudesse voltar atrás, o que faria diferente na vida?

Procuraria fazer mais exercícios, ser mais tolerante, relaxado e paciente comigo e com todos.

A religião apresenta-se como em sua vida?

- Parte importantíssima ao meu equilíbrio total como ser humano, filho de Deus e que faz parte do universo e merece estar aqui comungando e compartilhando esse mistério grandioso da vida conforme a vontade de Deus. Por isso tenho fé, rezo, medito e procuro viver bem saudável o meu ser espiritual que me anima.

Acredita em milagre? Já recebeu algum?

- Creio em milagres. Nascer na Vila do Carmo e viver com meus pais, irmãos e familiares e chegar até aqui do jeito que estou é um grande milagre! Conhecer, namorar, casar e viver com a Maria Lygia é graça, bênção e mercê de Deus. O nascimento do Filipe é uma grande graça e um milagre, pois a vida é um grande milagre! Maria Lygia e Filipe. Em toda a minha vida individual e familiar, a providência divina nunca falhou, acredito sempre nisso e então o milagre se dá a todo instante, sempre.

Como você compreende o passar dos anos e a chegada da velhice?

- Procuro viver o momento presente. Não deixo de estar atento e adotar as providências para que isso aconteça de forma natural e com muita sabedoria para sempre estar em condições de continuar lendo e escrevendo, pleno de amor e aconchegado com Maria Lygia e Filipe  e com a presença de familiares e amigos.

Você torce pra que time em Belém e por quê? Como é vc como torcedor?

- Em Belém,torço pelo Club do Remo, Filho da Glória e do Triunfo, o mais querido e de maior torcida. Meus pais eram torcedores do Leão Azul. Mas, sem exagero, sem fanatismo, apenas uma diversão, sendo amigo e respeitando o que torce pelos outros times, pois, o esporte - e o futebol está aqui incluso- , é um contributo ao viver em fraterna harmonia, saudável, em paz e com alegria, ganhando, empatando ou perdendo, jamais perder a esportiva.

O que mais você quer da vida profissional e pessoal?

- No campo pessoal, continuar amando e vivendo muito e sempre bem, com boa saúde e disposição para ler e ler bastante, pesquisar, escrever, pois há muito pra ler, muito assunto que preciso pesquisar e muito texto para escrever que é o que gosto até demais de executar pelo prazer de produzir livros aos meus queridos e amados leitores.

O próximo livro será (fale o título, do que trata e data de lançamento)

- Tenho sempre muitos projetos, novos livros sendo executados, pois trabalho e produzo texto de forma permanente. Sim, tenho livros na Editora EMPÍREO, com meu editor que é o meu filho Filipe Nassar Larêdo, que passam pela avaliação costumeira e percorrem, no tempo oportuno, as diversas etapas da edição que é sempre trabalhosa e deve ser bem feita e cuidadosa e quando tudo estiver concluído, faremos a divulgação na mídia, repassando todos os informes necessários ao bom êxito. Estou confiante de fazer em breve, um grande lançamento.











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