segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

FOGUETE TROVEJA NO TABATINGA E CARAPAJÓ ILHAS, VILAS E POVOADOS CAMETAUARAS E AO MUNDO INTEIRO ANUNCIANDO O NASCIMENTO DE HERUNDINO MOREIRA NUM PARTO DIFÍCIL QUE A MÃE QUASE MORRE, EVENTO COMUM NUM TEMPO SEM HOSPITAIS, CONTANDO SÓ COM OS RECURSOS DA PARTEIRA, DA NATUREZA E DA FÉ EM DEUS!

Salomão Larêdo escritor e jornalista

A continuidade desta odisseia, o leitor pode apreciar nesse espaço e detalhar, se quiser nas páginas 321 e seguintes do seu livro “Terra dos Romualdos País dos Maparás”, que contém a memória tocantina de Tucuruí, Baião, Mocajuba, Cametá e Igarapé-Miri e também demonstra o modo como nasciam as crianças no interior paraense, desprovido de recursos e constate, que, mesmo depois de mais de meio século, quase nada mudou dessas precárias condições num Estado rico que exporta minérios, energia, madeira, água, gado, peixe e tudo mais de sua vasta riqueza, mas o povo continua paupérrimo!!!!

Herundino Moreira – obediente e disciplinado

Herundino Moreira e Zilda Moreira


Trecho do livro "Terra dos Romualdos País dos Maparás"

"Um foguete estourou no ar de céu azulado e o sol forte das 11 horas da manhã na ilha do Tabatinga e foi trovejando sons nas ilhas adjacentes do Carapajó.Era o aviso de que nascera finalmente a criança cujo trabalho de parto chegara ao terceiro dia e o pai, preocupadíssimo, fora atrás da indicação de “experiente” para aliviar o sofrimento de mãe e filho e evitar a morte da mãe, que era iminente, e combinara o aviso; retornou radiante à casa a fim de afagar seu caçula registrado em sua homenagem: Herundino Moreira Junior e acarinhar agradecendo à mulher aquele importante presente, o 15º  filho.

Era o dia 13 de maio de 1947, uma terça-feira, às 11 horas da manhã; a mãe exausta, desde o dia 11 num parto trabalhoso e difícil, sob os cuidados da velha Mariana, parteira já bastante idosa e, por isso, já sem boa visão.


Diante da dificuldade, exausta e com muitas dores, fragilizada e pressentindo o pior, a mãe falou de sua vontade: quero morrer na rede e, quando foi levantada do chão forrado de panos, a criança finalmente nasceu e seu choro ecoou pela floresta amazônica através da ilha do Tabatinga e por todas as vilas, ilhas e povoados; e aquele recém-nascido, hoje médico obstetra e ginecologista, explica que a mãe, ao ser erguida para levantar-se e pôr-se em pé, deu chance à criança, que estava de cabeça para baixo, de deslizar e sair: foi uma providência que se pode creditar à fé que a mãe tinha na virgem de Fátima, cujo dia se comemorava naquela data no interior cametaense.


Assim começou a vida do médico Herundino Moreira Junior, ex-secretário de Saúde do Pará, ex-deputado estadual e ex-presidente da União Democrática Estudantil Cametaense (Unedec), casado com a baiana Zilda Moura Moreira em 1977, pais de Herundino Neto, médico; Fabrício e Tiago, engenheiros; e Larysse, odontóloga, e uma neta."


Leia mais no livro "Terra dos Romualdos País dos Maparás", do escritor e jornalista Salomão Larêdo.








Nenhum comentário: