quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

FEIJ, PATRIMÔNIO PARAENSE, ENTRA EM RESTAURO. AS OBRAS COMEÇAM NESTE 17 DE FEVEREIRO

Salomão Larêdo, escritor e jornalista



Quem transita pela av. Magalhães Barata em direção a são Brás, passa na frente da Federação Educacional Infanto Juvenil – FEIJ e não imagina, nessa paisagem urbana, o imenso patrimônio que ali foi construído pelo educador Gonçalo Lagos Castelo Branco Leão, mais conhecido como “Chefe Castelo” – advogado e general - e um grupo de idealistas.

Gonçalo Lagos Castelo Branco - Chefe Castelo

É centro de lazer e esportes que deverá ser restaurado, conforme adiantou à nossa reportagem, a diretora social Patrícia Sales, pela Construtora Marroquim que assumirá o ônus de todo o grande serviço de restauro de que está precisando esse grande patrimônio do povo paraense, hoje encravado numa área nobre e central de Belém.


FEDERAÇÃO EDUCACIONAL


Começou, conforme consta no livro- “Chefe Castelo, Escotismo e Feijianismo (Belém, 1999) – do advogado e um dos mais antigos feijianos e ex-presidente da entidade, dr. Carlos de Sena Mendes - Federação Paraense de Escoteiros, movimento que teve inicio em Belém, em 1932 e cujo imóvel, adquirido por compra em 1938, passou depois a constituir a Federação Educacional Infanto - Juvenil- Feij, organizada a 12 de novembro de 1949 por transformação da federação de escoteiros e consoante deliberação unânime da assembleia geral e que contém três associações e por emblema, a “rosa dos ventos”, dirigida por um assembleia geral, um conselho superior e uma diretoria executiva, cujo presidente atual é o feijiano Paulo André Medeiros.


MODERNA ÁREA CULTURAL 

Dotada de piscina olímpica, de adulto e infantil, campo de vôlei de praia com areia especial e macia, campo de futebol com medidas oficiais, basquete, bosque, estacionamento, salão de festas e uma biblioteca que leva o nome do ex-presidente da FEIJ o advogado, escritor, artista plástico Raymundo  Martins Vianna, que, além de folclorista, dramaturgo e artista plástico, foi o ilustrador do livro “Batuque” do escritor paraense Bruno de Menezes, e, outros equipamentos (coral, serviço de rádio e som, museu, teatro, cantina, força e luz), a Feij, hoje sob a presidência de Paulo Medeiros tem aproximadamente 700 Feijianos e quer dar a grande volta por cima e ser  espaço cultural moderno que ofereça  diversos serviços de que tanto precisa o ser humano nestes tempos frenéticos e de atividades estressantes.


BOSQUE - ESPAÇO AO LENDÁRIO

Patrícia conta à nossa reportagem que o bosque da Feij, denominado “Camilo Vianna”, local  de sua preferência, contém diversas  espécies  adultas de nossa flora, está em processo de limpeza para que  seja  espaço onde as pessoas possam ler e apreciar a natureza em meio ao lendário da região amazônica, na companhia da matintaperera, curupira, lobisomem, Jurupari, cupelobo, boiúna, anhangá e tantas outras figuras do imaginário amazônico que serão confeccionados e espalhados em todo o bosque.



É uma ideia, explica Patrícia, mas “informo isso pra vocês em primeira mão e faremos tudo para se tornar realidade, muito brevemente”.

Patrícia Sales, diretora social

A BIBLIOTECA REFLETE O QUE SOMOS

E, comprovando que não somos leitores, a biblioteca da Feij está fechada e cheia de goteiras, pois as telhas francesas, muitas estão quebradas e, o forro arrebentado, o acervo espalhado entre bolores e mau cheiro, num ambiente que causa pena e tristeza pois é o espelho da nossa condição e situação. 

Interior da biblioteca da Feij

Felizmente Priscila informa que a reforma começa logo pela biblioteca para que funcione o mais breve possível e seu acervo preservado, pois tem obras importantes da literatura brasileira e paraense, como os livros dos escritores locais: Dalcidio Jurandir, Ildefonso Guimarães, Lindanor Celina, José de Campos Ribeiro e muitos outros.


UM TEATRO E A FALTA DE MAPEAMENTO

Amigo leitor, você sabia que na entrada da Feij, no prédio principal tem um teatro? Tem e hoje lá funciona – locado para terceiros até 2015 – salão de recepção. E os grupos de teatro do Pará com tanta carência de espaços para apresentar seus trabalhos. É uma pena que ainda não tenhamos mapeamento dos espaços cênicos e demais atividades artísticas e não estaríamos em tanto atraso em nossas atividades culturais. E o teatro da Feij fica na ilharga do Teatro São Cristóvão, cuja reconstrução está prevista e já com inauguração  marcada para o final deste 2014. Será?


CIRCUITO DA LEITURA OU CRIME CULTURAL – DESSE JEITO NÃO QUEREMOS FORMAR LEITOR!!

E nessa avenida Magalhães Barata, o paraense poderia ter ,funcionando, para formar leitor, três bibliotecas, com rico acervo. A Biblioteca Clara Galvão, do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, a Biblioteca Raimundo Viana, da Feij e a Biblioteca do Hospital Ofir Loyola.

Museu Paraense Emílio Goeld, onde fica a biblioteca Clara Galvão

Biblioteca Raimundo Viana, Feij

Biblioteca do Hospital Ofir Loyola

Caro amigo leitor deste blog, se você quiser ampliar o corredor cultural de instituições que deveriam ativar seus espaços de leitura e  bibliotecas, comece com  a Escola Estadual de Educação (antigo IEP) Casa da Linguagem, Sede do Paissandu, Codem, Tribunal de Contas do Estado, Centro Integrado de Governo, Colégio Nazaré, sede do Club do Remo, Colégio Santa Catarina, Suiço Brasileiro, Colégio Gentil Bittencourt,  Colégio Impacto, Faculdade Maurício de Nassau. 

Club do Remo

MAIS ESPAÇO OCIOSO – LEITOR, PRA QUÊ?

Nesse corredor, direto e num perto do outro, acrescente ainda, amigo leitor, a biblioteca da Escola Municipal Ernestina Rodrigues, da Escola Estadual Vilhena Alves, Palacete dos Passarinhos, da Secult (Parque da Residência) e do Teatro São Cristóvão, da Seccional Urbana de São Brás, da Cosanpa, da Junta Comercial do Pará (Jucepa) e da Escola Municipal Benvinda de França Messias. Quantos espaços!  E quantos livros ociosos e tudo isso sem funcionar ou funcionando precariamente (há exceções) ou para público restritíssimo, espaços desintegrados ou desestruturados. Caso queiramos mesmo formar leitor, é só ativar cada espaço desses e abrir  ao funcionamento 24 horas. É uma questão de articulação de governo e vontade política. Mas, podemos pressionar, a sociedade civil é quem tem realmente  o poder. Faça valer sua cidadania, ponha em ação sua ação política e tudo pode mudar, pra melhor, claro!

Escola Municipal Ernestina Rodrigues














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