terça-feira, 30 de abril de 2013

SUCINTA BIOGRAFIA DE MILTON LARÊDO

Salomão Larêdo escritor e jornalista

Nasceu Milton Barroso Larêdo em 02 de fevereiro de 1915 no sítio de nome São Vicente, Vila do Carmo, Cametá, filho de Manoel Larêdo da Costa, professor de matemática, e, de Almerinda Biósia Barroso Larêdo, prendas do lar.


Auto-didata, calígrafo, escrevia e lia cartas para seus conterrâneos que não possuíam essas habilidades. Voraz leitor, lia muito e anotava em cadernetas registros de acontecimentos de sua vida e dos seus, por isso, mantinha no bolso da camisa ou da calça, papel e caneta. Curioso e observador, tudo anotava e estudava e gostava de fazer discursos em ocasiões especiais no meio familiar e em sua comunidade.

Em 1926 morre sua mãe de nome Almerinda Biósia Barroso.

Em 1930 foi trabalhar com Ivo Gaia, no Paruru em comércio grande, com muitas filiais; seu irmão Jaime tinha ido trabalhar antes com Ivo Gaia que era bom patrão e político, chegou a ser prefeito de Cametá. É padrinho de batismo do Cônego David Larêdo.

1937 – Milton volta a Vila do Carmo. 

Adquire, com a ajuda do irmão Jaime, o barco a vela “Carmelita” que fazia frete para Belém. Capacidade: 7 a 8 toneladas.

17.07.1943 – Casou com Maria do Carmo Larêdo, sua querida Lady Larêdo, com que teve cinco filhos: Adalcinda, Ocirema, Salomão, José e Abrão Larêdo. Ensinava a noite os filhos, contava histórias, emprestava e lia o noticiário dos jornais, revistas, lia, cada noite, capítulo por capítulo, romances, contos, contava histórias, falava das lendas amazônicas, mitologia grega, curiosidades dos diversos continentes, ensinava os significados de expressões latinas, explicava noticiário das emissoras de rádio, política, economia, música erudita e popular e contava de tudo que amealhava em leitura sobre cultura geral, como as 7 maravilhas do mundo antigo, monarquias, senado romano, filmes etc. Sempre que tinha folga do serviço, lia e uma de suas leituras prediletas e permanentes era o dicionário da língua portuguesa.

Serviu ao Exército, no 34º BC – Batalhão de Caçadores, em Belém. O 34 ficava ao lado da Basílica de Nazaré, depois passou para a av. Almirante Barroso, tornando-se 26º e hoje 2º Batalhão de Infantaria de Selva. 


Foi soldado, depois cabo e fazia curso para sargento quando, em l944, não mais quis continuar no exército e então foi relacionado e excluído, o sargento deu baixa contra a vontade, porque Milton estava fazendo ótimo curso para sargento e tinha ótimas condições para seguir carreira brilhante na caserna. Para explicar a razão de sua saída, Milton foi conversar com o sargentinho que prometia xadrez para quem quisesse dar baixa. O sargentinho entendeu as razões, lamentou a saída de Milton e desejou-lhe boa sorte.

Antes desse episódio, Milton fez exame de vista, coração e dentadura para poder embarcar para a Itália, mas a guerra terminara logo em seguida. Fora relacionado para embarcar, mas felizmente o conflito acabara. 

Por interesse do sr. Raimundo Albuquerque – que não avisou e não o consultou – veio a ser comissário de polícia de Vila do Carmo.

Esteve em Tucuruí e falou com o diretor da Estrada de Ferro do Tocantins, de nome Cirano, que mandou que se apresentasse ao Creão que o examinou e considerando apto, foi admitido. Creão, é o sr. Erostácio Correa Filo- Creão, conhecido como Yoyô.

Milton na EFT foi telefonista, encarregado de despachar o trem, foi chefe de estação de trem em Breu Branco e Remansão. Morou, por causa disso, em Tucuruí, durante muitos anos e depois do fechamento da EFT foi transferido ao DNER, em Belém.

Viajou para Marabá no motor e passou 4 dias na mata pois a embarcação partira na cachoeira e aí, na floresta amazônica, para sobreviver, comeu carne de macaco e outras carnes de caça e frutos do mato.

Em 1969, falece seu pai Manoel Larêdo. 

Trabalhou no DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagens, hoje DNIT, em Belém, até aposentar-se, recebendo elogios como funcionário.

O inesquecível e amado Milton Larêdo, esposo e pai afetuoso, o homem modesto, simples, humilde, honesto, correto, honrado, justo, faleceu em Belém, no Hospital da Beneficente Portuguesa, acompanhado por seu médico Júlio Bernardes, às 19h30, do 1º de maio de 1993. Seu filho Salomão e sua mulher Maria Lygia e sua filha Ocirema estavam presentes junto ao leito e assistiram ao último suspiro de Milton Larêdo, testemunhando a morte do pai querido. O corpo de Milton Larêdo foi velado no Recanto da Saudade e após missa de corpo presente celebrada por seu primo e cunhado cônego David Larêdo, foi enterrado no dia 2 de maio, pela manhã, no jazigo da família no cemitério de Santa Izabel, em Belém do Pará.

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