sábado, 16 de fevereiro de 2013

A IMPORTÂNCIA DO MARABAENSE

Salomão Larêdo, escritor e jornalista

Não há dúvida da importância do povo marabaense compondo o nosso rico Estado do Pará, esse município grandioso chamado MARABÁ, a quem manifesto sempre meu apreço e gosto de estar em Marabá, lugar de gente querida e amiga. Mas, aqui, refiro-me ao “Marabaense” um tipo de embarcação que nas décadas de 50 faziam o transporte da castanha-do-pará, dos armazéns de Marabá até Tucuruí, aproveitando a estação invernosa em que o rio Tocantins, em razão das chuvas intensas, subia e os motores podiam vencer as cachoeiras do trajeto, com mais facilidade.Era uma beleza se apreciar, depois de uma hora da tarde, a chegada, nos barrancos de Tucuruí, para descarregar, esses velozes meios de transporte que aproveitavam o rio Tocantins, deslizando céleres para voltar e cumprir a safra, que era intensa.

Eram muitos os “marabaenses” que trafegavam no rio Tocantins hoje estrangulado com a construção da hidrelétrica de Tucuruí e isso fez acabar com as corredeiras dentre as quais estavam a de Itaboca e Capitariquara.
Para não perder essa memória, escrevi o livro “Marabaenses”, onde há registro dos nomes desses barcos e como eram construídos  nos estaleiros de Cametá por carpinteiros navios com conhecimento empírico que até hoje as gerações se sucedendo constroem barcos  de madeira primorosos e fizemos o cotejo com a engenharia naval.
Livro: Marabaenses - carpintaria naval, de Salomão Larêdo

Os “Marabaenses”  sumiram do cenário fluvial  amazônico, o que é uma pena e há pouco registro deles nessa área do Baixo-Tocantins. E a castanha–do-pará, se não for cuidadosamente tratada, pode desaparecer, como se acabaram os castanhais de Marabá, que era conhecida como a terra da castanha.

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