AO SEU VALER

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É só colocar, no lugar da música, a literatura paraense, a situação é a mesma e maior o desabafo, até, pois, nós, escritores do Norte, aqui da Amazônia, especificamente de Belém, sofremos muito mais o preconceito, que começa em nossa casa,  nas famílias,  nas escolas, nas universidades locais que não utiliza nossos livros, no professor que  não nos conhece e não lê os livros que produzimos e por isso, para o aluno, somos ilustres desconhecidos. Não temos nem  mídia   que divulgue  nossas ações, nossos textos, lançamentos  de livros. Não temos editoras, patrocinadores, governo não adquire nossas obras, talvez por desconhecê-las. Parece até que todos tem vergonha do que aqui se produz, pois o que é bom, vem, sempre lá de fora, desde a época da belle-époque. Valorize o artista, o autor, a cultura local e, certamente, ela se desenvolverá mais. Continuamos lutando, resistindo, na firme esperança de mudar essa situação.