“Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano.”
Em meio a conflitos de personalidade tão comuns no
início da juventude, a poesia de Rimbaud foi
aquela com a qual mais me identifiquei. Simbolista,
não apenas criticou – aliado a outros movimentos
artísticos – as fórmulas que alimentavam as
produções da época, como também exigiu a
presença do humanismo nos versos estabelecidos
pelo parnasianismo.
início da juventude, a poesia de Rimbaud foi
aquela com a qual mais me identifiquei. Simbolista,
não apenas criticou – aliado a outros movimentos
artísticos – as fórmulas que alimentavam as
produções da época, como também exigiu a
presença do humanismo nos versos estabelecidos
pelo parnasianismo.
Com o passar dos anos, outros poetas foram
me encantando. Porém, sempre preferi que
seus textos tivessem uma postura rebelde,
no sentido de não aceitar os padrões estabelecidos.
Nesse cenário, encontrei Oswald de Andrade.
me encantando. Porém, sempre preferi que
seus textos tivessem uma postura rebelde,
no sentido de não aceitar os padrões estabelecidos.
Nesse cenário, encontrei Oswald de Andrade.
Nascido em 11 de janeiro de 1890 – apenas
1 ano depois da morte de Rimbaud –, Oswald
achava que um poeta deveria ser, genuinamente,
um revolucionário e a poesia brasileira tinha
esse potencial frustrado pela valorização dos
ideais positivistas estrangeiros, que não apenas
contaminavam a política, mas também todo o
cenário artístico nacional. Mecanizada, a
poesia brasileira se tornara mera reprodução
barata e desqualificada do que era fornecido,
principalmente pela Europa, sem vínculo
nenhum com a realidade do país.
1 ano depois da morte de Rimbaud –, Oswald
achava que um poeta deveria ser, genuinamente,
um revolucionário e a poesia brasileira tinha
esse potencial frustrado pela valorização dos
ideais positivistas estrangeiros, que não apenas
contaminavam a política, mas também todo o
cenário artístico nacional. Mecanizada, a
poesia brasileira se tornara mera reprodução
barata e desqualificada do que era fornecido,
principalmente pela Europa, sem vínculo
nenhum com a realidade do país.
Assim como ele, a simples importação de
fórmulas prontas não me agrada. Uma
estrutura geométrica equilibrada não combina
como o ideal de literatura que escolhi.
Penso que o Brasil, com traços culturais
riquíssimos, desperdiça sua riqueza poética
quando adota uma estética estrangeira,
ao invés de absorvê-la e transfigurá-la.
E foi nesse ponto que Oswald se tornou,
para mim, a referência nacional na poesia
pois, ao escrever o Manifesto da poesia
pau-brasil em 1924, ele propõe que o
Brasil inverta os papéis e passe
a ser um exportador de estilo
“regional e puro em sua época”.
fórmulas prontas não me agrada. Uma
estrutura geométrica equilibrada não combina
como o ideal de literatura que escolhi.
Penso que o Brasil, com traços culturais
riquíssimos, desperdiça sua riqueza poética
quando adota uma estética estrangeira,
ao invés de absorvê-la e transfigurá-la.
E foi nesse ponto que Oswald se tornou,
para mim, a referência nacional na poesia
pois, ao escrever o Manifesto da poesia
pau-brasil em 1924, ele propõe que o
Brasil inverta os papéis e passe
a ser um exportador de estilo
“regional e puro em sua época”.
Para alcançarmos uma poesia de qualidade,
é necessária a valorização da cultura
essencialmente brasileira, sem que haja
a rejeição dos padrões estrangeiros.
Com os exemplos de Oswald de Andrade,
Rimbaud e Van Gogh, árduos opositores à
tendência reificante da arte pela sociedade
industrial moderna, manifestemos
também a nossa rebeldia pela construção
da verdadeira poesia Pau-Brasil.
é necessária a valorização da cultura
essencialmente brasileira, sem que haja
a rejeição dos padrões estrangeiros.
Com os exemplos de Oswald de Andrade,
Rimbaud e Van Gogh, árduos opositores à
tendência reificante da arte pela sociedade
industrial moderna, manifestemos
também a nossa rebeldia pela construção
da verdadeira poesia Pau-Brasil.
*Filipe Nassar Larêdo é bacharel em direito,
estuda produção editorial
na Universidade Anhembi Morumbi
e trabalha no editorial
infantojuvenil da Globo Livros.
estuda produção editorial
na Universidade Anhembi Morumbi
e trabalha no editorial
infantojuvenil da Globo Livros.
2 comentários:
Vagando nessas tantas ruas virtuais, encontrei tua porta de amante das Letras aberta - e entrei. Devo anunciar-me como um desses que diz "Oi, de casa! Trago aqui em minhas mãos a chave para dias melhores: escrevo e vendo livros!". Assim, venho te convidar para visitar o meu blog e conhecer um pouco dos meus traços.
Um grande abraço literário,
João Bosco Maia
É bem verdade que a originalidade de uma literatura essencialmente brasileira (principalmente a regionalista amazônica) precisa ser evidenciada ao mais alto grau possível, pois como se vê em "Macunaíma", a estilização do nacional, do regional, do peculiar é o que serve (ou deveria servir) de modelo para embasar uma produção literária que contemple as multifaces de nossa brasilidade,imprimindo na literatura brasileira a sua própria identidade e, desta forma,fazendo a diferença, criando e recriando novos mundos,expressando os rostos característicos de sua gente, seus costumes, falares, traduzindo,assim, pela literatura, as antigas e novas realidades tão permeadas de singularidades que possuimos.
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