O que contou-me a arquiteta Renata Maués, do SIM, está descrito aqui com sua participação. Como cametaense, agradeço a ela, e a Zenaide Paiva o feito histórico de salvarem o museu e a tela, luta antiga que acompanho, há tempos, de perto.
Está firmado entre a Secult - Secretária de Estado de Cultura - Edilson Moura - e a Prefeitura municipal de Cametá - Waldoli Valente -, convênio de cooperação técnica institucional objetivando a conservação e preservação do acervo museológico do museu histórico de Cametá Raimundo Penafort de Senna e objetiva a restauração da tela do final do século 19 “Cólera Morbus” autoria do pintor paraense Constantino Pedro Chaves da Motta.
Recentemente a diretora do SIM, Renata Maués e a diretora do museu de arte sacra, Zenaide de Paiva foram a Cametá efetivar o convênio e realizaram os procedimentos emergenciais de higienização, faceamento, embalagem e acondicionamento da tela para transporte até Belém onde se realiza o tratamento de restauro da pintura e de sua moldura.O transporte da obra foi feito via terrestre num caminhão baú, chegando no início do mês acompanhado por Manoel Valente, diretor do museu de Cametá.
Sobre o pintor Constantino Pedro Chaves da Motta, sabe-se que teve oportunidade de estudar na academia real de são Lucas, em Roma através de bolsa de estudo fornecida pelo governo do Estado. Constantino Motta é pouco conhecido e sua produção se perdeu quase que completamente, restando apenas para apreciação do público raras obras como a pintura “Cólera Morbus” do Museu de Cametá e o retrato de dom Pedro II localizado no Museu do Estado do Pará.
A obra “Cólera Morbus” foi uma pintura solicitada pela Assembléia provincial, para que o artista demonstrasse seu conhecimento referente às técnicas da pintura histórica, que obteve durante seu período de estudo na Europa. A tela retrata a comitiva do vice- presidente da Província Ângelo Custódio Corrêa à cidade de Cametá, prestando solidariedade a comunidade assolada pela cólera. Após a conclusão a obra ficou guardada no Liceu Paraense - colégio Estadual Paes de Carvalho -, sendo posteriormente entregue ao município de Cametá.
De grande dimensão, a obra é pintura a óleo com 157 cm altura por 331 cm de comprimento. Apresenta avançado estado de degradação, com grande acúmulo de sujidades impregnadas, rasgos, vincos, ondulações, ressecamento, perdas de policromia, perdas de suporte e escurecimento da camada de proteção (verniz) o que compromete a visualidade da gama cromática.
A tela já começou a ser restaurada no laboratório de Conservação e Restauração do SIM/SECULT, no Museu de Arte Sacra, onde serão realizados os procedimentos técnicos para restituir as características da pintura, restabelecendo seu valor estético e respeitando seu valor histórico, preservando uma das mais importantes pinturas do século 19 e importante patrimônio paraense.
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