Quem transita pela av. Magalhães Barata em direção a são Brás, passa na frente da Federação Educacional Infanto Juvenil – FEIJ e não imagina, nessa paisagem urbana, o imenso patrimônio que ali foi construído pelo educador Gonçalo Lagos Castelo Branco Leão, mais conhecido como “Chefe Castelo” – advogado e general - e um grupo de idealistas.
Gonçalo Lagos Castelo Branco - Chefe Castelo
É centro de lazer e esportes que deverá ser restaurado,
conforme adiantou à nossa reportagem, a diretora social Patrícia Sales, pela Construtora
Marroquim que assumirá o ônus de todo o grande serviço de restauro de que está
precisando esse grande patrimônio do povo paraense, hoje encravado numa área nobre e central de Belém.
FEDERAÇÃO
EDUCACIONAL
Começou, conforme consta no livro- “Chefe Castelo, Escotismo e Feijianismo (Belém, 1999) – do advogado e um dos mais antigos feijianos e ex-presidente da entidade, dr. Carlos de Sena Mendes - Federação Paraense de Escoteiros, movimento que teve inicio em Belém, em 1932 e cujo imóvel, adquirido por compra em 1938, passou depois a constituir a Federação Educacional Infanto - Juvenil- Feij, organizada a 12 de novembro de 1949 por transformação da federação de escoteiros e consoante deliberação unânime da assembleia geral e que contém três associações e por emblema, a “rosa dos ventos”, dirigida por um assembleia geral, um conselho superior e uma diretoria executiva, cujo presidente atual é o feijiano Paulo André Medeiros.
MODERNA
ÁREA CULTURAL
Dotada
de piscina olímpica, de adulto e infantil, campo de vôlei de praia com areia
especial e macia, campo de futebol com medidas oficiais, basquete, bosque,
estacionamento, salão de festas e uma biblioteca que leva o nome do
ex-presidente da FEIJ o advogado, escritor, artista plástico Raymundo Martins Vianna, que, além de folclorista,
dramaturgo e artista plástico, foi o ilustrador do livro “Batuque” do escritor paraense
Bruno de Menezes, e, outros equipamentos (coral, serviço de rádio e som,
museu, teatro, cantina, força e luz), a Feij, hoje sob a presidência de Paulo Medeiros
tem aproximadamente 700 Feijianos e quer dar a grande volta por cima e ser espaço cultural moderno que ofereça diversos serviços de que tanto precisa o ser
humano nestes tempos frenéticos e de
atividades estressantes.
BOSQUE
- ESPAÇO AO LENDÁRIO
Patrícia conta à nossa reportagem que o bosque da Feij, denominado “Camilo Vianna”,
local de sua preferência, contém diversas espécies
adultas de nossa flora, está em processo de limpeza para que seja
espaço onde as pessoas possam ler e apreciar a natureza em meio ao
lendário da região amazônica, na companhia da matintaperera, curupira, lobisomem, Jurupari, cupelobo, boiúna, anhangá e tantas
outras figuras do imaginário amazônico que serão confeccionados e espalhados em
todo o bosque.
É uma ideia, explica
Patrícia, mas “informo isso pra vocês em primeira mão e faremos tudo para se
tornar realidade, muito brevemente”.
Patrícia Sales, diretora social
A
BIBLIOTECA REFLETE O QUE SOMOS
E,
comprovando que não somos leitores, a biblioteca da Feij está fechada e cheia
de goteiras, pois as telhas francesas, muitas estão quebradas e, o forro
arrebentado, o acervo espalhado entre bolores e mau cheiro, num ambiente que causa
pena e tristeza pois é o espelho da nossa condição e situação.
Interior da biblioteca da Feij
Felizmente
Priscila informa que a reforma começa logo pela biblioteca para que funcione o
mais breve possível e seu acervo preservado, pois tem obras importantes da
literatura brasileira e paraense, como os livros dos escritores locais:
Dalcidio Jurandir, Ildefonso Guimarães, Lindanor Celina, José de Campos Ribeiro
e muitos outros.
UM
TEATRO E A FALTA DE MAPEAMENTO
Amigo
leitor, você sabia que na entrada da Feij, no prédio principal tem um teatro? Tem e hoje lá funciona – locado para terceiros
até 2015 – salão de recepção. E os grupos de teatro do Pará com tanta carência
de espaços para apresentar seus trabalhos. É uma pena que ainda não tenhamos mapeamento
dos espaços cênicos e demais atividades artísticas e não estaríamos em tanto
atraso em nossas atividades culturais. E o teatro da Feij fica na ilharga do
Teatro São Cristóvão, cuja reconstrução está prevista e já com inauguração marcada para o final deste 2014. Será?
CIRCUITO
DA LEITURA OU CRIME CULTURAL – DESSE JEITO NÃO QUEREMOS FORMAR LEITOR!!
E
nessa avenida Magalhães Barata, o paraense poderia ter ,funcionando, para
formar leitor, três bibliotecas, com rico acervo. A Biblioteca Clara Galvão,
do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, a Biblioteca Raimundo Viana, da Feij e a
Biblioteca do Hospital Ofir Loyola.
Museu Paraense Emílio Goeld, onde fica a biblioteca Clara Galvão
Biblioteca Raimundo Viana, Feij
Biblioteca do Hospital Ofir Loyola
Caro
amigo leitor deste blog, se você quiser ampliar o corredor cultural de
instituições que deveriam ativar seus
espaços de leitura e bibliotecas, comece
com a Escola Estadual de Educação (antigo IEP) Casa da Linguagem, Sede
do Paissandu, Codem, Tribunal de Contas do Estado, Centro
Integrado de Governo, Colégio Nazaré, sede do Club do Remo, Colégio Santa Catarina,
Suiço Brasileiro, Colégio Gentil Bittencourt,
Colégio Impacto, Faculdade Maurício de Nassau.
Club do Remo
MAIS
ESPAÇO OCIOSO – LEITOR, PRA QUÊ?
Nesse
corredor, direto e num perto do outro, acrescente ainda, amigo leitor, a biblioteca
da Escola Municipal Ernestina Rodrigues, da Escola Estadual Vilhena Alves, Palacete
dos Passarinhos, da Secult (Parque da Residência) e do Teatro São Cristóvão, da
Seccional Urbana de São Brás, da Cosanpa, da Junta Comercial do Pará (Jucepa) e
da Escola Municipal Benvinda de França Messias. Quantos espaços! E quantos livros ociosos e tudo isso sem
funcionar ou funcionando precariamente (há exceções) ou para público
restritíssimo, espaços desintegrados ou desestruturados. Caso queiramos mesmo
formar leitor, é só ativar cada espaço desses e abrir ao funcionamento 24 horas. É uma questão de
articulação de governo e vontade política. Mas, podemos pressionar, a sociedade
civil é quem tem realmente o poder. Faça
valer sua cidadania, ponha em ação sua ação política e tudo pode mudar, pra
melhor, claro!
Escola Municipal Ernestina Rodrigues
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