BRAGANÇA AGOSTO - III
Dona Emília e seu filho Nélio Castaño
Dona Emília é viúva, tem
93 anos de idade que parecem 63. Ela é uma senhora bonita, simpática, alegre, ativa, refinada,
simples, elegante, raciocínio vivo, conversa
agradável e peoara no bordado e na pintura.
Tarde bragantina ensolarada
e quente e eu patetando o local que
outrora fora a casa onde morara minha amada Maria Lygia, seus irmãos e seus
pais, mundiado na apreciação das
maravilhas das ruas de Bragança,
meu olhar depois se detém na paisagem
antiga numa casa bonita com sinal de restauro recente.
Fotografo olhando embevecido e me aproximo, um senhor está à porta, dou boa tarde e o parabenizo pela casa e ele, gentil, convida-me a entrar e eu agradeço desculpando-me pela pressa cuira de ver outras coisas. Mas, ele, afável, diz-me: entre, venha ver a casa! Não resisti.
Ele se apresenta: Nélio Castaño, filho da dona
da linda residência, a senhora que logo
se aproxima, a dona Emília e eles dois
tratam-me como se fosse velho amigo e me
levam à terrace para um café regado a bolo e rabanada, passando a fruir, naquele
momento, da tradicional e famosa hospitalidade bragantina e do não menos
famoso e tradicional café da tarde das famílias do lugar.
Casa de dona Emília
Ela é portuguesa.
Chegou em Belém aos 12 anos de idade e foi recebida pela família Carrapatoso, é a remanescente
de sete irmãos - cinco homens e
duas mulheres -. Veio passear em Bragança e ficou e casou com o espanhol Teodoro Castanho Gardunho com quem
teve 4 filhos que moram e trabalham com suas famílias em Belém. Palestra
agradável, Nélio Castaño me diz que divide seu tempo entre Bragança e Belém
onde mora com a mulher, a professora de pintura Acy de Oliveira Castaño e os
filhos, todos formados e com famílias.
Agradeço a gentileza da
recepção e sublinho a dona Emilia e ao filho Nélio, a paz e a tranquilidade do
ambiente, casa arejada, limpa,tudo bem arrumado e sou informado de que após quatro
anos de reforma, bancada por eles, eis
que surge o solar que Emilia ganhou do pai
Mário Antunes da Silva, onde pontificam o zelo e a estima que no dia seguinte
tem um fecho com a visita de Maria Lygia e suas irmãs e mais o nosso amigo ,
também bragantino, dr. Nélio Fernandes Gonçalves, juiz do trabalho aposentado, também revendo Bragança com os irmãos, que
também me sublinha a paz e a
tranquilidade do ambiente, que, após o cafezinho da visita relâmpago, se coroa
com o reconhecimento por parte da Marta,
da fraterna amizade que mantém com Vânia, filha de dona Emília, que fora sua
vizinha de apartamento no edificio
Gilberto Mestrinho, em Belém, detalhando
a feliz coincidência e as gratas surpresas da vida. No retorno a Belém,Maria Lygia, fina e
sensível, me confidencia que quer
voltar a Bragança para, entre outras coisas, fruir a delicada arte
do bordado de dona Emília.
É a mais doce e gostosa,
nativa da região bragantina e está desaparecendo. Fico observando uma árvore no
quintal de dona Emília. Nélio me explica que havia muitas espécies em quase todos os quintais e que aquela, podaram
, para que frutique por muitos anos. De onde provém o nome? Teria sido dado por causa da imperatriz
Carlota Joaquina?
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