Em toda Óbidos sente-se o amor e o carinho de sua gente
por seu lugar de afeto e afeição e o espírito de oposição a tudo que não seja legitimamente em prol do bem comum do
povo. Esse sentimento esquerdista talvez seja justificado explicado pela
posição geográfica, ficar à margem esquerda do rio Amazonas que detém uma
particularidade, ser a parte mais estreita e mais profunda.
Quando estive em Óbidos, pela primeira vez, em maio de 2012, senti-me amado e acolhido por todos, parecia que era velho amigo e conhecido, um filho que visitava seu lugar. Senti a irmandade que une os ribeirinhos da Amazônia, essa sumanaria, o parentesco, talvez pelo comum da cabanagem, da minha descendência negra, índia e hebraica, pelo fobó ou fofo, Pauxis ou Camutá, Chupa-osso ou papa mapará, pela presença do mapará, na mesa, cozinha amazônica a fazer o ele entre Cametá e Óbidos, cidades históricas, uma, no Baixo-Tocantins, outra no Baixo-Amazonas. Esse carinho, senti em Santarém, Alenquer, Juruti, por aqui. Na zona do Salgado, na Vigia, em Bragança, por ali.
Mas,
em Óbidos, talvez por ser mais recente a minha passagem, se enformou mais esse
parentesco amazônico que nos faz irmãos.
Entrei
no mercado municipal e uma voz chama: Salomão! Quem será meu Deus que me
conhece nestas paragens? Era o Mauro, secretário de cultura e dono de um ponto
de vendas, que me recebeu com uma cuia do melhor mingau e logo foi me
apresentando pra turma do Clube da Purrinha onde me senti ainda mais em casa e daí, o Jorge Ari Ferreira, cartorário se tornou o perfeito
anfitrião da cidade, explicando-me as coisas, contando a história, narrando
situações.
A
convite do Jorge, fui ver o jogo do
Clube da Purrinha e quando dei por mim, já visitava o cartório e bebia café matinal com sua família onde almocei,
depois de ter visitado a cidade, o que foi feito também em companhia da Cleonice com quem fomos ver o Museu.
Cleonice e Jaíne Leila
Jorge
e Cleonice pareciam meus irmãos de
sangue na atenção e no cuidado comigo.
Como passei momentos agradáveis num papo sadio e despretensioso. O paraense
é um ser de alta generosidade, nem bem
conhece o outro e já vai levando pra sua casa como se fosse velho conhecido. E
somos, nossa expressão caboca é a mesma,
em Juruti ou Putiri, em Itacoatiara ou
Icoaraci, em Vila do Carmo ou Curumu, em Alenquer ou Baião, Marabá ou Bragança,
Xinguara ou Belém, Iatituba ou Afuá, Gurupá ou Altamira, tudo é Amazônia, tudo
é gente brasileira, mostra de amor dessa humanidade linda que se chama Terra,
Universo a unir versos diversos, em paz e amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário