FIZ UMA PEQUENA
ENTREVISTA COM MINHA MULHER MARIA LYGIA NASSAR LARÊDO, ADVOGADA, A RESPEITO DA
RELAÇÃO DE AMIZADE DE SUA FAMÍLIA NASSAR COM A FAMÍLIA DONA DO PALACETE DA
PRESIDENTE PERNAMBUCO. O ESSENCIAL CONSTA NO TEXTO ABAIXO. PODE FRUIR (SALOMÃO
LARÊDO)
Palacete Vitor Maria da Silva e ao lado existia a casa de Maria Lygia
A
família de João e Lygia Nassar era
vizinha da família do dr. Paulo e Laura
Itaguay, donos do “Palacete Vitor Maria da Silva”, na rua Presidente Pernambuco, próximo à praça Ferro de Engomar, nos anos de 1963/1966,
próximo ao largo da Trindade, centro de Belém, também conhecido como Casarão do
Ferro de Engomar.
A
Família Nassar - especialmente Maria
Lygia , a filha mais velha, que tinha
13 anos -, mantinha boa relação de vizinhança
com a Família Itaguay e por isso mesmo, Maria Lygia, frequentava mais o palacete na condição de aluna
de francês, da Professora Laura, que, na primeira aula, fez questão de
mostrar todo o palacete, explicando que seu pai havia mandado buscar na França,
os lindos painéis, explicando o que significavam, parava com Maria Lygia para
apreciar o teto, falava dos lustres e mostrou um dos banheiros com ducha
importada e tubulação na parede com
diversos furos de onde esguichavam água em toda extensão, algo bonito e
diferente para Belém daquela época.
Maria
Lygia conta-me que a professora Laura, na faixa etária dos 60 anos de idade,
falava com muito orgulho de tudo que o palacete continha e que havia sido
importado por seu pai.
Dona
Laura e dr. Paulo Itaguay tinham uma filha, de nome Isabel, já adulta.
Maria
Lygia me diz que gostava de estudar francês com a professora Laura que era uma
mulher fina, meiga e que brincava muito
com Maria Lygia que recorda o porte elegante, postura e modo requintado
e que achava muito linda como dona Laura
pronunciava as palavras e falava francês.
Mas,
a família de João e Lygia Nassar se mudou pra São Paulo e Maria Lygia
despediu-se de sua professora Laura em novembro de 1966 e embora os Nassar tenham
retornado pra mesma casa onde ficaram até 1969, os compromissos não permitiram
mais as aulas de francês e depois que seu João vendeu a casa e levou a família pra morar na av. José
Malcher, Maria Lygia não soube mais dos Itaguay.
Na
época em que a cidade inteira ficou sabendo do saque ao palacete, lamentamos –
eu e Maria Lygia- que aquele tesouro de art
nouveau não tenha sido preservado. Estivemos na exposição sobre a
situação do palacete na Estação das
Docas onde fizemos algumas fotos como as que ilustram este texto que evoca um
tempo de contemplação, estima e afeto que vamos, pouco a pouco, perdendo, como estamos também perdendo nossa cultura, nossa identidade, nosso
patrimônio, nossa memória.
Falar
nisso, como está este caso? Você tem notícia se algo foi feito para mudar
aquele estado deplorável em que se encontrava o Palacete Vitor Maria da Silva?
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