segunda-feira, 21 de novembro de 2016

VOU SAIR NA TUA CASA !

Garoto ainda, na Vila do Carmo-Cametá, ouvia muito a expressão bem nossa, bem caboca, bem cametaense e da fala paraense: – vou sair na tua casa ! - e, especialmente no tempo da festa do Carmo, recebíamos muita gente de toda parte das ilhas, centros e sitios em nossa casa, no centro das atividades, dos bailes com o jazz Internacional ou com os sonoros do Amadeu Maia ou do Churubica,excelente ponto de apreciação do movimento, por onde todos passavam , feita de madeira, com esteios e frechais fortes para o hóspede atar rede, morada construída por meu pai Milton Larêdo (foto) à beira do majestoso rio Tocantins, onde eu e meus irmãos, nascemos. O que me chamava a atenção, certamente, era o tom poético da frase: vou sair na tua casa!, como se a pessoa fosse se apresentar , debutar, estrear um filme, uma cantoria, um espetáculo, o que, na verdade, era isso que acontecia, o sair, no sentido de entrar, ficar por algum tempo naquela casa, espaço de acolhida entre os amigos, com aquela família que recepcionava com carinho, estima, cercando de atenções e afetos.


Nenhum comentário: