quarta-feira, 23 de julho de 2014

CRIME CULTURAL EM TUCURUÍ: A BIBLIOTECA MUNICIPAL ESTÁ FECHADA, EM RECESSO!

Salomão Larêdo, escritor e jornalista


Como se fosse possível num país, numa região e em um Estado – Pará - onde se garimpa leitor e é preciso, urgente e de todo jeito formá-lo, incentivá-lo, estimulá-lo, a “ Biblioteca Pública Municipal Bruno de Menezes”, de e em Tucuruí, no mês de julho, comete o crime cultural de entrar em recesso. Ninguém pode ler e nem pesquisar nesse espaço público tão vital e tão importante para o nosso desenvolvimento sócio-educacional e cultural. Passei por lá inúmeras vezes para ver se não era meu equívoco, mas o aviso é taxativo: de 16 de julho, a 03 de agosto de 2014, está fechada a biblioteca e a placa diz “ educação igual para todos”, como? E a prefeitura afirma que está “construindo um novo tempo”. Qual? Sem leitura? 

EM BAIÃO, TAMBÉM

Fato semelhante constatei há dois anos, na biblioteca municipal de Baião, o leitor deste blog se lembra. Isto será uma ação, um hábito que está virando moda na região do Baixo-Tocantins? Ou seja, a biblioteca ficar interditada, vetada, fechada, lacrada a quem quer que seja, quando deveria, especialmente nesse período de recesso escolar, ou de férias, como queiram denominar, aí sim, ter uma programação especial para as crianças, torneio para jovens, incentivo aos adultos, promoção de empréstimos de livros, sorteios. Não, é mais fácil e cômodo fechar, impedir o acesso, interditar a biblioteca, trancafiar os livros. É realmente um crime cultural, uma inação política das mais graves e lamentáveis e vergonhosas que se comete.

Biblioteca de Baião Interditada há dois anos atrás

DELITO CULTURAL
Entristeci-me ao constatar e ao fotografar o fato concreto de ver que na minha região, num lugar onde morei quando criança, comete-se o delito cultural sério e isso me atinge profundamente porque todos sabem que meu trabalho principal é ajudar na formação do leitor, seja como cidadão, ou na condição de escritor, aliás, completamente desconhecido como autor e suas obras. Não creio que em sã consciência, a direção da biblioteca, a secretária de educação e o prefeito de Tucuruí estejam sabendo e aceitem esta situação que merece repúdio de todos que sabem da importância da educação e da cultura que passa pela biblioteca, livro e leitura, como meio de se desenvolver uma comunidade, um povo, um país. Mas nada deve arrefecer nosso ânimo e nosso trabalho. Vamos continuar investindo na formação do leitor, reivindicando livros, bibliotecas e que funcionem 24 horas para que, lá adiante, colhamos os frutos. Vamos em frente em nossa ação política, nessa grande luta em prol da formação do leitor, ainda que sem biblioteca e sem livro


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