sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

PADRE PARAENSE NÃO SERVE PRA SER BISPO?

Salomão Larêdo, escritor e jornalista

Dom Roman

Desde 1962 - quando o cametaense, dom Milton Pereira foi designado bispo auxiliar na arquidiocese de Belém e o arcebispo era o paraense dom Alberto Ramos - portanto, há 50 anos, nenhum padre paraense foi designado bispo. Há uns dez anos, após a morte de dom Tadeu Prost, Belém não sabia o que era bispo auxiliar, quando há dois anos chegou aqui o português dom Teodoro e agora, menos mal, vem um brasileiro, que é gaúcho, dom Roman, ser bispo auxiliar na Arquidiocese de Belém do Pará, norte do Brasil, Amazônia, a partir de 9 de março. Qual é o paraense que é bispo em terras gaúchas? Que eu conheça, nenhum e percebam, conforme o Anuário do Regional Norte II, da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -, apenas um bispo do regional é paraense, o atual bispo da diocese de Abaetetuba, os demais, na maioria, são de outros países, de fora, do estrangeiro. Por isso, temos que valorizar o que é nosso e até exigir reciprocidade. Bom seria se qualquer comunidade pudesse eleger, dentre os seus sacerdotes nativos, os bispos. Do jeito que a política eclesial do Vaticano continua, será muito difícil termos novamente um paraense dirigindo seu povo, ou seja, a Arquidiocese de Belém que muito precisa de um pastor como quer o Papa Francisco: “... os bispos devem ser pastores, próximos das pessoas, pais e irmãos, com grande mansidão e misericordiosos... homens que não tenham “psicologia de príncipes”... capazes de vigiar seu rebanho... porque o próprio rebanho tem o seu olfato para encontrar novos caminhos...”. Vou repetir: O PRÓPRIO REBANHO TEM O SEU OLFATO PARA ENCONTRAR NOVOS CAMINHOS. Logo, não precisa de um pastor que não é pastor, pois o rebanho sabe encontrar seus próprios caminhos, e, lógico, eleger seus pastores!

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