segunda-feira, 29 de julho de 2013

Entrevista ao site Iall Notícias*

O Iall entrevista o advogado, jornalista e escritor paraense Salomão Larêdo. Leia.

  • No Dia do Escritor, o Iall entrevistou o advogado, jornalista e escritor paraense Salomão Larêdo, que fala de suas obras, suas ideias e seus projetos num bate papo muito legal. Entre outras coisas, Salomão comenta sobre a visita do Papa ao Brasil e também sobre as manifestações populares atuais. Confira a entrevista:

    Iall - Salomão, quando surgiu a ideia de se tornar escritor?

    Salomão - Imagino que tenha acontecido na Vila do Carmo(Cametá)  onde nasci, quando era criança e ouvia histórias contadas por meus pais
    .

    Iall - Você também é advogado e jornalista, mas, vamos falar um pouco do escritor, ok? Existem autores
    que dizem que começam a escrever e não sabem o que acontecerá no final da história. Como é no seu caso?

    Salomão - Algumas vezes faço sinopse do que vou escrever que muda muito no decurso do trabalho. Outras, realmente começa-se sem saber como será o final.

    Iall - O escritor aprende a escrever, escrevendo. Na sua opinião é possível escrever uma grande obra na
    juventude? Ou o tempo faz com as palavras o mesmo que com os vinhos? Os melhores escritores são sempre os mais maduros?
    Salomão - Primeiro e sempre há o leitor, precedendo tudo. É preciso ler muito, estudar muito, aprender com quem sabe, ou seja, com os grandes e bons escritores. Depois vem o texto, exercitar bastante, escrever, escrever, escrever, ler, ler, ler, ler, reler, reescrever, rever, refazer. E é sempre o leitor quem escolhe o que gosta.

    Iall -Como é ser escritor em um mundo em crise?

    Salomão -Todo tempo há as dificuldades em todas as atividades e profissões. Nada é fácil, Para o escritor também, escrever é sempre trabalhoso, dá trabalho editar, conseguir patrocínio para ver a obra na mão do leitor. Tenho consciência de que sou escritor do tempo presente, enfrento as dificuldades e sinto o prazer de laborar bem o entrecho para que o leitor se identifique com que lê, goste. Procuro escrever da melhor maneira possível e de forma simples para atrair o leitor, seduzir o leitor ao primeiro contato com meu texto, para que entenda, compreenda, apreenda, queira continuar lendo e faça as leituras que desejar. Vivo num país e numa região onde a leitura é pouco estimulada ou feita de forma deficiente e o acesso ao livro é difícil, tenho que procurar facilitar isso, o que é um processo trabalhoso, como diria meu pai, dificultoso.

    Iall - Quais os autores brasileiros que mais lê?

    Salomão - Como aprendiz que sou, procuro ler muito autores que escrevem bem, na minha opinião, alguns de meus mestres, dentre os clássicos, brasileiros, latinos e paraenses, são: Machado de Assis, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Drumond, Jesus Paes Loureiro, Norberto Bobbbio, Euclides da Cunha, Oswaldoi orico,Chomsky, Kant, Jacques Derrida, Manoel Bandeira, Mário de Andrade, Dalcidio Jurandir, Ildefonso Guimarães, Benedito Nunes, Eneida de Moraes, Lindanor Celina, Bruno de Menezes , Virginia Wolff, James Joyce, William Faulkner, José Sampaio de Campos Ribeiro, Goethe, Cervantes, Zygmunt Bauman, Gabriel Garcia Marques, Shakespeare, Mario Vargas Llosa, Victor Hugo, Flaubert, Raimundo Moraes,Isabel Allende, Gilberto Freyre, Heraldo Maués, Pedro Juan Gutierrez, Silvio Meira, Juan Rulfo, Lezama, Alfredo Bosi, Dostoiévski, ÍTalo Calvino, Pierre Bourdieu, Graciliano Ramos, Acrisio Mota, Platão, Aristóteles, Michel Foucault, Jacques Flores, Pier Paolo Pasolini, Rafael Vieira da Costa, Sultana Levy Rosemblat, Samuel Benchimol, Umberto Eco, Alfredo Oliveira, Roland Barthes, Luis Buñuel, Julio Cortázar, Claude Lévy-Strauss, Darci Ribeiro, Teodorov, Proust, Benedito Monteiro, Giorgio Agamben, dentre outros e outros e outros...

    Iall - Está trabalhando em algum projeto agora?

    Salomão - Escrevo sempre, permanentemente, tenho muitos trabalhos literários que estão em manufatura, entre romances, contos e autoficção.

    Iall - Uma palavra ou uma frase fundamental na sua vida?

    Não desistir nunca, jamais perder a esperança, ter Fé. Fazer do não, sim, ultrapassar barreiras...

    Iall - Pra você qual a importância das manifestações que explodem por todo o Brasil?

    Salomão - Um de meus trabalhos é incentivar a leitura para que surja o leitor crítico, cidadão, aquele que pensa e por isso, sabe seus direitos e deveres e se indigna com as mazelas e injustiças sociais, que se manifesta, que luta pelo bem comum, por um mundo com mais justiça social, aperfeiçoamento da democracia, melhor distribuição a renda, liberdade, por uma humanidade feliz.

    Iall -Qual é a importância da visita do Papa Francisco ao Brasil?

    Salomão - Oportunidade de ouvir um líder importante, escutar sua mensagem, meditar, por em prática os ensinamentos que propõe e promovem a dignidade do ser humano. São alguns aspectos que rapidamente sua pergunta me enseja.

    Iall -Como você a nova safra de escritores no Brasil? Gosta de algum em especial?


    Salomão - É preciso haver sempre renovação, gente nova surgindo. Fico feliz em ver o novo brotando. No Pará, na área que milito, o romance, gosto dos trabalhos dos colegas escritores João Bosco Maia e Edilson Pantoja.

    Iall -A Feira do Livro é um sucesso no sentido de estimular a leitura prazerosa. Por que no Brasil há tanta dificuldade de construir projetos como este?

    Salomão - Toda atividade que estimule, promova o livro e a leitura, é sempre salutar. O Brasil tem que investir mais em diversos setores, principalmente em educação e cultura, aí, sublinhando adoção de espaços de leitura, acesso ao livro.

    Iall -Pelas minhas contas o senhor já publicou mais de 30 obras? Há alguma especial?

    Salomão - Estou me empenhando para lançar este ano o livro “Terra dos Romualdos no País dos Maparás”, que é literatura de testemunho, com mais de 700 páginas, trabalho de mais de 20 anos de pesquisa.

    Iall -Há muitas pessoas que afirmam que atualmente se lê menos do que no passado. Não seria isto uma falácia? Exponha o seu ponto de vista sobre o tema.

    Salomão - Temos sempre que nos empenhar e trabalhar em formar permanentemente nova geração de leitores. Isso dá trabalho e precisa de muitos recursos, muito investimento e demanda tempo e paciência para a semente germinar.

    Iall -Obrigado pela entrevista, professor! Espero vê-lo mais vezes aqui no Iall Notícias! Para finalizar: gostaria de deixar algum recado para nossos internautas?

    Salomão - Temos sempre que valorizar o que é nosso, apoiar o autor local e incentivar a leitura e apoiar todos que trabalham em prol da cultura, da educação isso tudo visando um mundo melhor, nova civilização, nova humanidade. Obrigado.


     Iall - Feliz Dia do Escritor.

    Entrevista: Nei Júnior Gomes


    Comentários

    Marcelo Moraes Segunda, 29 Julho 2013 14:45

    Bom saber que temos nomes como o de Salomão Larêdo para nos lembrar sempre das nossas raízes e nos mostrar com detalhes a terra tão rica em que vivemos.


    Moisés Cantão Quinta, 25 Julho 2013 11:28 

    Também sou cametaense e confesso que nunca o li. Mas fiquei interessado em conhecer as suas obras, principalmente a "Terra dos Romualdos país dos maparás"



    Laíse Maués Quinta, 25 Julho 2013 09:11 

    Boa entrevista...parabéns professor!
    Marton Ruiz Quinta, 25 Julho 2013 09:10 

    Grande paraense, grande cametaense!!!!!!!


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