quarta-feira, 15 de maio de 2013

REVELAÇÕES DO HÉLIO MAIRATA E DA LANDA MENDONÇA SOBRE O PAPEL DAS MÃES NO COTIDIANO DA VIDA E DA FAMÍLIA!!

Salomão Larêdo, escritor e jornalista

Do que tomei conhecimento postado no FB no dia das mães – 12 de maio de 2013 - , e me tocou a sensibilidade, sublinhei os textos abaixo cujas prosas poéticas aqui publico em excertos para deleite de quem passou batido. O primeiro texto é da atriz Landa Mendonça e o segundo, do economista Hélio Mairata, os dois, importantes e famosos no nosso meio artístico e cultural. Quem desejar saber mais e ler mais dessas lindas, reais e sérias histórias de vida, deve acessá-los. Bom deleite poético!!! (Salomão Larêdo)

FALOU ISSO OLHANDO PRO ESPELHO DO GUARDA ROUPA: “NÃO ME SEPARO PORQUE EU AMO O SEU PAI E ELE ME AMA. E TAMBÉM PORQUE SOU MUITO FAMÍLIA!".


 “... Quando eu tinha mais ou menos uns 15 anos, lembro que meus pais tiveram crise no casamento...um dia conversando com minha mãe (que naquela época, era uma jovem senhora meio teimosa...) tive coragem de perguntar (nossa, na minha época e na minha geração, essa atitude era no mínimo ousada!) por que aquilo estava acontecendo e se eles iriam se separar. Lembro que ela estava tingindo os cabelos e de repente ficou quieta, e demorou uns segundos (os mais longos e tb os mais terríveis...) pra responder. Pra minha surpresa (pois esperava um ralho daqueles!) ela disse com uma calma indescritível: " Não me separo porque eu amo o seu pai e ele me ama. E também porque sou muito família!". Falou isso olhando pro espelho do guarda roupas e em seguida continuou na sua super operação "Lucia's Blond", daquele jeito meio Blase dela. Nunca mais esqueci esse evento. Acho que naquele dia, minha mãe estava tb dizendo o quanto nos amava acima de qualquer fase ruim que estivesse passando ao lado do meu pai, minha mãe não é das mais "chameguentas" e esse era o jeito dela de mostrar o quanto nos amava...

O CARÁTER ANTES DE TUDO!

Mãe, hoje distante da tua casa, da tua comida, das tuas cismas (minha mãe sempre teve um olho CLÍNICO para perceber quem é bom ou mau caráter...) nunca pensei que pra mim fizesse tanto sentido aquela musiquinha breguééérrima que a Angela Maria canta "se eu pudesse, eu queria outra vez, mamãe..." e eu quero te agradecer por nunca ter desistido de mim e por ter me tornado uma guerreira feito você e a nossa avó Esther...quero te agradecer por me estender a sua generosidade e a sua mão sem julgamentos nos momentos mais difíceis da minha vida, quando muitos me abandonaram...obrigada Dona Lúcia por todas as broncas, por implicar com todos aqueles meninos que vc sabia que não eram pra mim e pelas notas baixas...obrigada por me defender quando foi preciso e ser a primeira a me castigar se eu merecesse! Obrigada por mesmo nunca concordando, me aceitou como artista e sempre foi me ver no palco...minha mãe querida, a ÚNICA que quando eu engravidei tão jovenzinha, sempre dizia: "Você vai ser muito feliz!" Obrigada por me dar o melhor que consegues e por me ensinar que o caráter vem antes de tudo. Obrigada por me ensinar a ser simples e com isso ser amada por meus amigos! E obrigada por continuar por aqui, para que eu sempre que te reencontre, possa entre uma ou outra conversa de "adultas" te dizer que eu também sou muito família e que você sempre teve razão... Eu te amo!...”

MAIRATA, A PERUANA MARIA LUISA, “TOCADA” DA CASA FOI MORAR NUM CASEBRE ACOLHIDA PELA COMADRE “DE FOGUEIRA” E SE TORNOU COSTUREIRA!

 “...Minha mãe foi "tocada" de casa junto comigo (eu com 2 anos e 7 meses) pelo meu pai, seu companheiro. Em 1948 não havia como hoje o Código Civil garantindo às companheiras a união estável. Fomos morar de favor em um casebre de madeira no meio de um matagal em terreno abandonado, na Trav. São Francisco, onde morava uma comadre "de fogueira" dela, D. Giomar, com filhas e netos. Ela ensinou minha mãe a costurar. Graças a isso, mamãe conseguiu o nosso sustento à duras penas, em condições de indigência absoluta, nos quartos alugados da periferia, às vezes sem termos o que comer, dependendo da caridade de pessoas conhecidas. Mas ela me incentivou a estudar (Grupo Escolar Rui Barbosa) dizendo que esperava disso o nosso futuro. E conseguimos realizar esse sonho. Há 18 anos ela se foi e brilha no céu, a velha guerreira peruana, Maria Luísa Mairata, orando por nós. Obrigado por tudo, mamãe...

ESCUTAR O RESULTADO PELO RÁDIO!

"E depois de ter terminado o curso médio (com 18 anos) casei e parei de estudar por 8 anos, até outra mãe, a mãe de meus filhos, Geneusa, me incentivar a fazer vestibular. Eu dizia que não iria ser aprovado, tanto por ter parado a tantos anos de estudar, como também por não ter tempo nem dinheiro para estudar em cursinho, pois trabalhava das 7 até meia noite diariamente no Banpará (fazendo as necessárias, para nós, hotras extras) e sábado das 8 as 18 hs. Mas ela tanto insistiu, que resolvi inscrever-me e comprei a duras penas, um livro de cada matéria, os quais devorava aos domingos, único dia livre. Fiz as provas, e fui escutar o resultado pelo rádio. Naquela época o resultado era lido não em ordem alfabética, mas por classificação. Surpresa: fui o primeiro colocado para o curso de Economia. Fiquei aturdido. Depois, jantar dos primeiros colocados com o Reitor, no então sofisticado restô do Tenis Clube do Pará (ainda tenho a carta convidando). Outra mãe, acreditando em mim...”




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