sexta-feira, 17 de maio de 2013

É UM CRIME CULTURAL !!! - BIBLIOTECAS FECHADAS NO CENTRO DE BELÉM CADA VEZ MAIS INSEGURA E CARENTE DE VALORES, AMOR E CIVILIDADE.

Salomão Larêdo, escritor e jornalista


ANTROPOFAGIA DAS BIBLIOTECAS
O bairro de Nazaré, o mais nobre de Belém do Pará e por extensão, o de São Brás, tem duas importantes bibliotecas próximas uma da outra - menos de 700 metros de distância - que faz tempo, estão fechadas, sem uso numa cidade e numa comunidade que precisa tanto formar leitores, investir em educação e cultura, que chega a ser crime cultural constatar-se que a “Biblioteca Clara Galvão”, do Museu Goeldi e a “Biblioteca Raymundo Vianna”, da Feij, estejam fechadas por falta de refrigeração, recursos humanos e materiais e tendo os mais importantes acervos necessários ao ensino e à educação de nossa gente, de nosso povo cada vez mais distante do livro, da leitura e cada vez mais próximo do abismo, da violência, do crime, da falta de amor, de afeto, de carinho uns com os outros numa vida de medo numa cidade cada vez mais insegura. Parece que é uma antropofagia das bibliotecas no sentido de que não consumimos, não exigimos (que elas funcionem bem e atendam em horários alternativos do tipo 18 às 22 horas), devoramos e destruímos esses espaços pelo não uso. Vamos mudar esse  quadro?
FEIJ - Biblioteca Raymundo Martins Vianna

CLARA GALVÃO – ESPAÇO PRECISANDO SER DISPONIBILIZADO COM URGÊNCIA
A “Biblioteca Clara Galvão”, do Museu Paraense Emilio Goeldi, está localizada no coração da cidade de Belém, na avenida Magalhães Barata, entre a avenida Alcindo Cacela e a Trav. 9 de Janeiro e  embora tendo  acervo e material didático  do bom e do melhor para atender  alunos e professores  do ensino infantil, da educação básica, do fundamental ao médio, nos últimos dois anos, vive mais fechada que servindo à comunidade estudantil, pois está desclimatizada e precisando de alguns reparos.




O TEMPO E O ESPAÇO
Atento às questões do livro e da leitura, da biblioteca, dos espaços culturais e preocupado com a formação do leitor, já tratamos, neste blog, da “Biblioteca Raymundo Vianna” e  agora nos ocupamos da “Biblioteca Clara Galvão”. E para nos certificar da situação, passamos por lá um dia desses e constatamos que estamos desperdiçando tempo e espaço em nosso empenho em formar leitor crítico, ação em que a turma do Setor de Educação e Cultura – SEC, do Museu Goeldi, sob a direção do professor Luiz Videira, é mestre e sabe fazer e faz muito bem seu trabalho, com parcos recursos e apoio quase nenhum.

MELHOR MATERIAL
Na biblioteca tem, além de excelente acervo para o público infanto-juvenil há muito material lúdico preparado pelo próprios estudantes, orientados pela criativa  e empenhada  turma do SEC  objetivando atrair os visitantes ao aprendizado de nossa região, de nossa cultura, das coisas nossas amazônicas, da ciência humana para a nossa humanização. Nesse espaço, docentes e discentes podem dispor de equipamentos produzidos com material local, ou seja, criativo e de baixíssimo custo, uma vez que aproveita recursos descartáveis para a formação do cidadão cultural que saiba ler inclusive a sua região, e,  ler é o grande objetivo da família, escola e de nossa consumista sociedade e por isso, livro e leitura é um bom consumo, uma mercadoria a ser consumida com prazer em caráter permanente por cada ser humano para acabar, inclusive, com a alienação da falsa cultura.

Equipe do serviço de educação do Museu Goeldi, em reunião de trabalho

VAMOS AJUDAR?
Abro aqui uma campanha. Vamos ajudar o Museu Goeldi, vamos cooperar com a “Biblioteca Clara Galvão”, vamos apoiar o trabalho da equipe de Educação e Cultura do Museu Goeldi e usufruir assim, de local agradável bonito no centro da cidade e especializado em atender a criançada, seja na pesquisa, ou através do “Clube do Pesquisador Mirim”, nas visitas ao parque zoobotânico ou nos programas “Natureza” que a equipe faz com a melhor das competências no auditório da instituição, auditório que também precisa de reforma e ser aberto à comunidade em caráter permanente. A turma do Luiz Videira sabe fazer tudo, basta dar autonomia e condições.





 Há necessidade de se cuidar do espaço físico onde está a “Biblioteca Clara Galvão” espaço que é construído no século 19 e precisa ser revitalizado, climatizado ter cuidado com a segurança na questão do controle do ingresso e pra isso, é bom consertar o portão de ferro, colocar guardas com equipamento tecnológico moderno a fim de garantir a arquitetura, o acervo, a cultura, o meio-ambiente, a população que vive no parque, etc.


AULAS  NO ESPAÇO AMAZÔNICO 
Creio que todas as escolas, sobretudo às das proximidades, quase todas particulares, poderiam cooperar muito e ganhar muito mais em aulas práticas e diferentes aos seus alunos, há tantas escolas perto deste espaço, além, dos colégios Gentil, Santa Catarina, Nazaré, Impacto, há as escolas estaduais e municipais, o grupo Vilhena Alves, o Ernestina Rodrigues, todos na ilharga do Museu, o Ulisses Guimarães, o Regina Pácis, o Barão do Rio Branco, Bem-vinda Messias, Manoela Freitas, Augusto Meira, Teorema, Francisco Nunes, José Bonifácio, Nossa Escola, São Paulo, Olimpus, Deodoro de Mendonça, o Cesupa, Universo, Frei Daniel, Nossa Senhora das Graças, e tantos outros que podem cooperar para que a “Biblioteca Clara Galvão” permaneça  servindo e muito bem, à educação, servindo de espaço de ensino, de leitura, de aprendizado. Deveríamos todos, programar cada vez mais o uso desse espaço vital a todos que fazem desta cidade, um local de amor e fraternidade, de crescimento, de paz e harmonia. Com o uso, a “Biblioteca Clara Galvão” jamais ficará fechada por falta de refrigeração ou conserto do telhado ou qualquer outro reparo (o último restauro aconteceu em 2010) porque o clima amazônico, tropical, muito úmido e quente, exige constante atenção.

 Foto de Clara Galvão, bibliotecária, funcionária do Museu Goeldi, mulher de Eduardo Galvão, antropólogo.
NOSSO APELO
Apelo, claro, à direção do museu para que reveja as condições e o mais urgente possível, proceda as mudanças, estimule as visitas, divulgue o espaço grátis que serve à nossa cultura e como precisamos de educação e cultura. Não podemos deixar que os espaços desse importante  parque  paraense  fiquem sem usufruto dos estudantes e de todo o povo paraense. Há Biblioteca, Livraria, Auditório, Editoração, Espaço de Exposição, etc.


 AS FOTOS FALAM
Na sequência das fotos demostramos importante conteúdo que está ocioso no centro de uma cidade que tanto precisa de educação e cultura e para não caracterizar isso como crime cultural, fazemos este apelo a toda a população de Belém e do Pará. Vamos valorizar o que é nosso, cuidar do museu Goeldi, ele é um importante patrimônio do Pará, da Amazônia, do Brasil e universal !!!


Clara Galvão, bibliotecária, em quadro do pintor Paolo Ricci

ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA FELIZ !!!
Para não chorar a ruina, peço à direção do Museu Goeldi  que, após  a  importante reabertura da Biblioteca do Campus, na avenida perimetral, faça as adaptações e reentregue à cidade  o espaço onde se encontra a “Biblioteca Clara Galvão”  e também o auditório e tudo isso para que o povo de Belém e do Pará vença  a guerra a favor da educação e da cultura,  do livro e da leitura, pois do contrário, mesmo que se tenha um olhar indulgente,  a violência, a ignorância, o desamor, os crimes, tomarão cada vez mais os espaços de convivência civilizada da cidade  e ficará inviável a vida em sociedade fraterna e isso depende de cada um de nós. Vamos nos ajudar?

Um comentário:

Anônimo disse...

Fico muito triste quando vejo bibliotecas ricas em conteudo fechadas, impedindo a troca de informação entre o usuário e a informação. Sua observação em relação a estas bibliotecas esta de parabéns otima iniciativa! Sou bibliotecária e fico indignada de não ver o voluntariado de alunos que estao se formando nesta area, se pudesse voltaria ao tempo e de novo, por mais que tenha que passar de novo por necessidades financeiras, optaria pelo trabalho voluntario, que é digno de honra a toda sociedade, em especial a nossa sociedade paraense!!! Sou a favor do voluntariado!!!