quinta-feira, 30 de maio de 2013

AS FALAS DO PAPA QUE QUER A IGREJA CATÓLICA NOS SUBÚRBIOS DAS CIDADES, E, NO POPULAR AMAZÔNICO: FILHOS DO BOTO MERECEM O BATISMO. CARO LEITOR DO NOSSO BLOG, LEIA TUDO E FAÇA SUA ANÁLISE, TIRE SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES DE COMO ESTÁ A SITUAÇÃO EM SUA COMUNIDADE, EM SUA PARÓQUIA, EM SUA DIOCESE.

Salomão Larêdo, escritor e jornalista

O papa vem ao Brasil em julho. Seria bom se ele viesse ver a nossa igreja aqui na Amazônia. Mesmo sem vê-la, leia o que ele diz da situação dessa igreja no mundo e imagine o que ele diria de nossa igreja, depois de vê-la, de saber que o clero autóctone não tem vez pra ser bispo nas dioceses desta região que continua terra de missão, terra dos outros e dos interditos às manifestações do devocionário popular, da fé popular.

O papa Francisco quer a igreja católica voltada à periferia e aos pobres para que todos nós possamos entender melhor a realidade . A Igreja precisa ir, ser e estar no subúrbio, no meio do povo e de portas abertas para batizar também as crianças nascidas fora do casamento, ou seja, filhos de mães solteiras sem pais, ou no popular com o dizemos em Cametá e em toda a região amazônica: os filhos da fortuna ou os filhos do boto. O papa criticou “padres que se recusam a batizar crianças nascidas fora do casamento” e confessou: Nós, muitas vezes, acabamos por ser controladores da fé ao invés de facilitadores, Como essa atitude é feita a torto e a direito e agora o papa põe o dedo no suspiro.



E o papa Francisco citou o exemplo de um padre que se recusou a batizar o filho de uma mãe solteira, diz o noticiário do jornal citando como fonte a Rádio Vaticana que transmitiu a homilia do papa na capela de Santa Marta, onde reside, longe de pompas e circunstâncias.

COLOCAR DEUS DISTANTE NUMA ALFANDEGA PASTORAL

O papa fala que a mulher, a mãe solteira que queria batizar o filho, encontrou uma porta fechada e muita gente se queixa que as igrejas vivem de portas fechadas e o papa faz um comentário contundente: isto não é zelo, é colocar distâncias com Deus. E o Papa argentino segue: “quando vamos por este caminho não ajudamos o povo de Deus”. E, mostra papa Francisco que Cristo institui 7 sacramentos e os padres com essa atitude estão criando mais um o “sacramento da alfândega pastoral”.

INTERDITOS PARA SE CHEGAR A DEUS E BISPOS SEDUZIDOS POR DINHEIRO

Um assunto que o papa comentou que é comum por aqui é quando noivos procuram as igrejas pra casar e vem uma lista interminável de custos, que ficou caríssimo, digo até inviável, casar. Veja o que conta o Papa Francisco: “o casal de noivos foi alertado pelo padre de que precisaria pagar enfeites, cantos, etc e comenta, forte, o papa Francisco: neste caso, “as portas da igreja fechadas, são quase um sinal de impedimento para a união”. A noticia diz que o papa repreende o clero e os bispos e comenta que convidou os bispos a não se deixarem “seduzir pela perspectiva de uma carreira pela tentação do dinheiro”.

DIZ FRANCISCO: PREFIRO UMA IGREJA ACIDENTADA A UMA IGREJA DOENTE

É o que diz o papa na carta que você pode ler a seguir:


CARTA DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES DA 105ª ASSEMBLEIA PLENARIA DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL ARGENTINA

Queridos irmãos:

Escrevo estas linhas de saudação, também para me desculpar por não poder participar devido a “compromissos assumidos há pouco tempo” (gostaram?). Estou espiritualmente junto a vós e peço ao Senhor que os acompanhe muito nestes dias.

Manifesto-lhes um desejo: gostaria que os trabalhos tivessem como marco referencial o Documento de Aparecida e o Navega mar adentro. Aí estão as orientações de que precisamos para o momento atual da história. Especialmente vos peço que tenham uma especial preocupação de crescer na missão continental em seus dois aspectos: missão programática e missão paradigmática. Que toda a pastoral tenha uma dimensão missionária. Devemos sair de nós mesmos em direção a todas as periferias existenciais e acreditar na parresia (coragem, audácia).

Uma Igreja que não sai, mais cedo ou mais tarde, adoece por causa da atmosfera viciada de seu fechamento. É verdade que também com uma Igreja que sai pode acontecer o mesmo que com qualquer pessoa que sai na rua: ter um acidente. Diante desta alternativa, quero vos dizer francamente que prefiro mil vezes uma Igreja acidentada que uma Igreja doente. A doença típica da Igreja fechada é ser autorreferencial: olhar para si mesma, estar encurvada sobre si mesma como aquela mulher do Evangelho. É uma espécie de narcisismo que nos leva ao mundanismo espiritual e ao clericalismo sofisticado e, portanto, nos impede de experimentar “a doce e confortadora alegria de evangelizar”.

Desejo a todos vós esta alegria, que tantas vezes está unida à Cruz, que, porém, nos salva do ressentimento, da tristeza e do solteirismo clerical. Esta alegria nos ajuda a sermos cada dia mais fecundos, gastando-nos e desmanchando-nos no serviço ao santo povo de Deus; esta alegria crescerá mais e mais na medida em que levemos a sério a conversão pastoral que a Igreja nos pede.

Obrigado por tudo o que fazeis e por tudo o que ireis fazer. Que o Senhor nos livre de maquiar nosso episcopado com as bijuterias do mundanismo, do dinheiro e do “clericalismo de mercado”. A Virgem nos ensinará o caminho da humildade e esse trabalho silencioso e de garra que o zelo apostólico leva adiante.

Peço-vos, por favor, que rezem por mim, para que não me incha de orgulho e saiba escutar o que Deus quer e não o que eu quero. Rezo por vós.

Um abraço de irmão e uma saudação especial ao povo fiel de Deus que está aos vossos cuidados. Desejo-lhes um santo e feliz tempo pascal. Que Jesus os abençoe e que a Virgem Santa os proteja. Fraternalmente FRANCISCO



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