segunda-feira, 1 de outubro de 2012

MÃE GRANDE DE CURUÇÁ


CURUÇÁ  É A TERRA DO FOLCLORE



Terra do folclore, é  assim que o folheto turístico titula Curuçá, localizada na região do Salgado, distante 134 quilômetros de Belém.  Nessa deliciosa Curuçá nossa turma fez mais um passeio pela Laredotur.






Com a infra da família do Alan, namorado da Lyginha – Shirlene, Castro,Vanessa e Sofia -, 


Alan e Lyginha

passamos agradáveis dois dias conhecendo as belezas da cidade,seus bosques, mangues, usufruindo das delícias dos igarapés, da beleza de São João do Abade e de almoço especial em Mutucal – caranguejos – só do teba -  saborosos num toc-toc que se prolongou até a hora de passear em três igarapés,



depois de apreciar a variedade da frutaria do pomar público às  margens dos furos, igarapés e mangues e das amizades com  os pescadores.







CARIMBADOS DE CARIMBÓS
Carimbó em recesso, fomos  atrás de suas raizes e vimos  tudo que se pode apreciar em pouco tempo de uma visita de final-de-semana numa cidade acolhedoramente simpática e  hospitaleira. As fotos na sequência dizem mais dessa Curuçá que fica impregnada  em quem a visita.




Nego Oróia



IGREJA DO ROSÁRIO  - A padroeira faz a imagem de Nossa Senhora do Rosário abençar os devotos  todos, na apreciação da igreja que vem dos jesuitas no século 18 e prossegue nos círios, em setembro e faz lembrar seu apóstolo, o Monsenhor Edmundo Saint-Clair Igreja.





MONSENHOR EDMUNDO IGREJA – A cidade tem memória e a guarda  no “Memorial  Monsenhor Edmundo Igreja e Arquivo Público Municipal”, espaço   de dois compartimentos que fica entre a igreja e a  antiga casa paroquial.



Lá, o Herllson Cunha, assessor técnico da Prefeitura Municipal de Curuçá, com interesse e conhecimento  conta a história e mostra , ufanoso, os documentos que a pesquisa do professor Paulo Henrique, historiador da cidade e responsável pelo patrimônio histórico  conseguiu restaurar.

Herllson Cunha

Há livros sobre Monsenhor Edmundo e material que se recolhe para fazer outros, afinal, o sacerdote mocajubense tem fama de santidade e um processo de beatificação no Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Belém está tramitando.

EMERGIPE E MARCIONILO



Esssa história quem sabe contar são personagens que conviveram com Monsenhor Edmundo Igreja, como  é o caso de Maria Emergipe Alves Monteiro, 89 anos de idade, nasceu em Curuçá em 1923 e trabalhou na casa paroquial, era quem cuidava da manutenção, da cozinha e quinta, e, também  seu marido, Marcionilo Ferreira Modesto, que nasceu em Curruçá, em 1931 e tem 81 anos de idade, quase concluiu o curso ginasial e por ter boa caligrafia, tomava conta da secretaria da paróquia, e  acompanhava o Padre Edmundo nas desobrigas pelo interior. Emergipe e Marcionilo  estão aposentados e gostam de falar dos tempos em que Monsenhor Igreja cuidava de  das paróquias de Curuçá, Marapanim e São Caetano de Odivelas.

CORES DA CIDADE E DAS CASAS



Curuçá se mostra através de sua  idade  que a história  revela  também por meio das cores  do casario variado, em estilos, que, num relance do olhar, dão a identidade do lugar onde os tupinambás também habitaram, os cabanos lutaram e os atuais moradores se esforçam para fazer um lugar ainda mais agradável.





OS CEMITÉRIOS DA CIDADE
1 - LARGO DO MALCHER  – há registros dos falecidos, porém não há identificação  da sepultura embora haja do sepultamento, pois eram enterrados, conforme posses e posição social, dentro ou  fora da igreja e por isso, há  informes de que esta área seria o primeiro cemitério. O livro de registro de Óbitos, comprova.

Na praça, o antigo cemitério

2 - SÃO  BONIFÁCIO – É a outra necrópole, nele, não há vestigio de sepultura de hebraicos ou seja, não há cemitério israelita. Mas o modo das sepulturas guarda as diferenças  sociais que podem ser vistas no  “Dia de Finados”, 2 de novembro  que é denominado “Iluminação”, quando os curuçaenses visitam os túmulos  de seus parentes, acendendo velas, levando grinaldas de flores  e a partir das 18 horas as manifestações começam com uma bandinha tocando, e a pracinha  do folclore cheia de vendas de comidas e todos se concentram nesse espaço até alta hora da noite, conversando, contando casos e apreciando comidas típicas, sobretudo, mandiocaba ou manicuera.





MOVIMENTO DO PORTO – AS NOVIDADES E OS FRANCESES
O ABADE – O povoado de São João de Abade, onde Curuçá começou, no século 17 e que fica de frente pro rio Muriá – rio das pedras grandes -  é um porto de pesca. Nele e nas adajacências, no Mutucal, ouve-se comentários a respeito do projeto do porto do Espadarte que pode modificar a vida de toda a comunidade crente de que a Vale poderá, nesse porto, fazer o embarque do minério e outros produtos.

Porto do Abade

Enquanto é apenas especulação, a atividade dos pescadores movimenta poeticamente tudo ao redor e apresenta mesmo uma nave espacial, feita em madeira com motor de um antigo fusca e que não conseguiu decolar para contato com outras civilizações e agora é objeto de apreciação aos que passam pela avenida principal de Abade.


Elaine e Marta - A beleza apreciando a poesia



FARTURA – IRONIA E METÁFORA
Há muio boatos circulando pelos lugares  inlusive da presença de franceses explorando turisticamente as ilhas ou sendo parceiros dos pescadores  na exportação do pescado ou   adquirindo áreas,  muitas áreas, ilhas e ilhas para futuro mercado mobiliário e a vida das pessoas vai sendo enolvida na esperança de dias melhores sob o peso das mesmas dificuldades de saber o que realmente está acontecendo e o que irá suceder com  a população diretamente interessada, nesse sentido, são tratados pelo sistema como sempre acontece com o povo amazônico que é o último a saber , não é ouvido  nem cheirado a respeito dos planos e projetos  que levam nossa riqueza daqui – pra onde? - e o que não usufruiu de suas riquezas nativas, sobrevivendo entremeado, como eles dizem, pela fartura, termo  usado como metáfora e condição, na ironia do caboco que continua pobre e por isso vem a pergunta:  e  porque que é assim? Devemos mudar isso, pois, afinal, podemos, pelo menos, começar a discutir, como sugere a ONU – Organização das Nações Unidas –: Por quê pobreza?

RODOVIA – A rodovia PA-136,  que liga São João do Abade, em Curuçá à BR-316, em Castanhal, por Lei estadual, denomina-se “Monsenhor Edmundo Igreja”.


Um comentário:

Lana Luna disse...

Tio, tu como sempre nos encanta e nos dá imenso prazer com tuas crônicas e histórias da vida real. Os nomes do casal de idosos da fotografia ,lembram nomes de teus personagens...