quinta-feira, 23 de agosto de 2012

EMÍLIA ANTUNES CASTANHO


BRAGANÇA AGOSTO - III

Dona Emília e seu filho Nélio Castaño


Dona Emília é viúva, tem 93 anos de idade que parecem 63. Ela é uma senhora  bonita, simpática, alegre, ativa, refinada, simples, elegante, raciocínio vivo, conversa  agradável  e peoara no bordado  e na pintura.

Tarde bragantina ensolarada e  quente e eu patetando o local  que  outrora fora a casa onde morara minha amada Maria Lygia, seus irmãos e seus pais, mundiado  na apreciação  das  maravilhas das ruas de Bragança, meu olhar depois se detém  na paisagem antiga  numa casa  bonita com sinal de restauro recente.

Fotografo olhando embevecido e me aproximo, um senhor está à porta, dou boa tarde e o parabenizo pela casa e ele, gentil, convida-me a entrar e eu agradeço desculpando-me pela pressa cuira  de ver outras coisas. Mas, ele, afável, diz-me: entre, venha ver a casa! Não resisti.

Ele se apresenta: Nélio Castaño, filho da dona da  linda residência, a senhora que logo se aproxima, a  dona Emília e eles dois tratam-me  como se fosse velho amigo e me levam à terrace para um café regado a bolo e rabanada, passando a fruir, naquele momento, da  tradicional e  famosa hospitalidade bragantina  e do não menos  famoso  e tradicional  café da tarde das famílias do lugar.
Casa de dona Emília

 
Ela é portuguesa. Chegou em Belém aos 12 anos de idade e foi recebida pela família Carrapatoso, é   a  remanescente  de sete irmãos  - cinco homens e duas mulheres -. Veio passear em Bragança e ficou e casou com  o espanhol Teodoro Castanho Gardunho com quem teve 4 filhos que moram e trabalham com suas famílias em Belém. Palestra agradável, Nélio Castaño me diz que divide seu tempo entre Bragança e Belém onde mora com a mulher, a professora de pintura Acy de Oliveira Castaño e os filhos, todos formados e com famílias.

Agradeço a gentileza da recepção e sublinho a dona Emilia e ao filho Nélio, a paz e a tranquilidade do ambiente, casa arejada, limpa,tudo bem arrumado e sou informado de que após quatro anos de reforma, bancada por eles,  eis que surge o solar  que Emilia ganhou do pai Mário Antunes da Silva, onde pontificam o zelo e a estima que no dia seguinte tem um fecho com a visita de Maria Lygia e suas irmãs e mais o nosso amigo , também bragantino, dr. Nélio Fernandes Gonçalves, juiz do trabalho aposentado,  também revendo Bragança com os irmãos, que também me sublinha  a paz e a tranquilidade do ambiente, que, após o cafezinho da visita relâmpago, se coroa com  o reconhecimento por parte da Marta, da fraterna amizade que mantém com Vânia, filha de dona Emília, que fora sua vizinha de apartamento  no edificio Gilberto Mestrinho, em Belém,  detalhando a feliz coincidência e as gratas surpresas  da vida. No retorno a Belém,Maria Lygia,  fina e  sensível,  me confidencia que quer voltar a Bragança para, entre outras coisas, fruir a  delicada arte  do bordado de dona Emília.


MANGA CARLOTA


É a mais doce e gostosa, nativa da região bragantina e está desaparecendo. Fico observando uma árvore no quintal de dona Emília. Nélio me explica que havia muitas espécies em  quase todos os quintais e que aquela, podaram ,  para que frutique  por muitos anos. De onde provém o nome?  Teria sido dado por causa da imperatriz Carlota Joaquina?

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