quinta-feira, 2 de agosto de 2012

BAIÃO DE UM

BAIÃO – SINFONIAS E SINTONIAS

Salomão Larêdo – Julho/2012

Fazia tempo eu não ia a Baião, cidade encantadora no Baixo-Tocantins. Barrancos, alturas, ladeiras ajardinadas, enseadas, embarcações no porto (lembrei do marabaense, minha mãe no porto, queria ver o filho  e viu, nos vimos, ah, saudade...), trapiche novo. Está bonita, crescida.

Noutros tempos, o boi pastava na praça da matriz, os padres holandeses faziam a missão e as desobrigas eram para contar as comunhões. Recordei meus primórdios. Os tempos são outros, mas os galos ainda cantam na madrugada silenciosa nos terreiros, nos quintais cheios de bananeiras e outras frutas, e os foguetes, firmes e fortes estouram no ar, anunciando a alvorada da festa do santo e também do encantado  e quase não encontro conhecidos daquele tempo em que se cantava para São José  e santa Luiza de Marillac e se andava de bicicleta no patamar da igreja, local de passeio,  encontro de todo mundo que se conhecia e se cumprimentava. Ministrei aula por uma semana, no polo da UFPA – Universidade Federal do Pará -, aos professores-alunos do curso de Letras. Gostei muito.

Revi Baião, lembrei as dores, sofrimentos, saudades, privações e poesias, tempo propedêutico de aprendizado, o alvorecer de descobertas do tempo e da vida, recordando Capistrano de Abreu  no poema  dos oito anos. Os professores-alunos são inteligentes e atentos e interagimos bem o conteúdo. Como te amo, Baião, terra querida que abrigou o meu ser menino, ainda criança, aprendiz do mundo para o mundo. Só a poesia avulta nos poemas, nada mais. Oferto-me a ti, reconhecido e agradecido. Valeu!

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