sábado, 30 de junho de 2012

GENTES E PAISAGENS OBIDENSES EM BONITEZA PARAUARA

Salomão Larêdo escritor e jornalista


Em toda Óbidos sente-se o amor e o carinho  de sua gente  por seu lugar de afeto e afeição e o espírito de oposição a tudo que não  seja legitimamente em prol do bem comum do povo. Esse sentimento esquerdista talvez seja justificado explicado pela posição geográfica, ficar à margem esquerda do rio Amazonas que detém uma particularidade, ser a parte mais estreita e mais profunda.


Quando estive em Óbidos, pela primeira vez, em maio de 2012, senti-me amado e acolhido por todos, parecia que era velho amigo e conhecido, um filho que visitava seu lugar. Senti a irmandade que une os ribeirinhos da Amazônia, essa sumanaria, o parentesco, talvez pelo comum da cabanagem, da minha descendência negra, índia e hebraica, pelo fobó ou fofo, Pauxis ou Camutá, Chupa-osso ou papa mapará, pela presença do mapará, na mesa, cozinha amazônica a fazer o ele entre Cametá e Óbidos, cidades históricas, uma, no Baixo-Tocantins, outra no Baixo-Amazonas. Esse carinho, senti em Santarém, Alenquer, Juruti, por aqui. Na zona do Salgado, na Vigia, em Bragança, por ali.

Mas, em Óbidos, talvez por ser mais recente a minha passagem, se enformou mais esse parentesco amazônico que nos faz irmãos.


Entrei no mercado municipal e uma voz chama: Salomão! Quem será meu Deus que me conhece nestas paragens? Era o Mauro, secretário de cultura e dono de um ponto de vendas, que me recebeu com uma cuia do melhor mingau e logo foi me apresentando pra turma do Clube da Purrinha onde me senti  ainda mais em casa e daí, o Jorge Ari Ferreira, cartorário se tornou o perfeito anfitrião da cidade, explicando-me as coisas, contando a história, narrando situações.

Jorge Ari Ferreira

A convite  do Jorge, fui ver o jogo do Clube da Purrinha e quando dei por mim, já visitava o cartório e bebia  café matinal com sua família onde almocei, depois de ter visitado a cidade, o que foi feito também  em companhia da Cleonice com quem  fomos  ver o Museu.

Cleonice e Jaíne Leila

Jorge e Cleonice pareciam meus irmãos de sangue  na atenção e no cuidado comigo. Como passei momentos agradáveis num papo sadio e despretensioso. O paraense é  um ser de alta generosidade, nem bem conhece o outro e já vai levando pra sua casa como se fosse velho conhecido. E somos, nossa  expressão caboca é a mesma, em Juruti ou Putiri, em Itacoatiara ou Icoaraci, em Vila do Carmo ou Curumu, em Alenquer ou Baião, Marabá ou Bragança, Xinguara ou Belém, Iatituba ou Afuá, Gurupá ou Altamira, tudo é Amazônia, tudo é gente brasileira, mostra de amor dessa humanidade linda que se chama Terra, Universo a unir versos diversos, em paz e amor.


Então pude fruir a cidade, conhecendo sua história cantada e decantada pelo casario, pelas gentes e pela paisagem obidense, boniteza parauara que não  esquecerei, jamais.

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