Manoel Pimentel – , revelando-se poeta, neste poema, revela o dilema : que rio é este ?
Que grande rio é este?
Que corta florestas
Que corre lentamente
Com rumo certo
Sem pressa
Já dizia o poeta
“esse rio é minha rua”
Rua que navego
Rua que mergulho
Rua que conta histórias
Rua da iara
Rua da Norato
Rua do boto
Do ribeirinho
Minha rua
Que rio é este
Sinônimo de esplendor
Onde o sol se banha ao entardecer
E faz em nós
Refrescar nosso pranto
Que rio é este
De histórias de navegantes
Ingleses, holandês e portugueses
De caravelas
De conquistas e reconquistas
Que rio é este
De histórias bem contadas
Que transpassa nações
Territórios e culturas
E outras mais...
Que começa tímido
Como um pingo d’água
E termina exuberante
Com grilhões de água
Que rio é este
De fantásticas histórias
De bravos povos
Mas que pede socorro
E grita em desespero
Grita àqueles
Que insensíveis de alma
O matam aos poucos
Como a congentitude patológica
Que consume seus órgãos sem cesar
Que rio é este
Que comunga
Das mesmas dores dos povos da floresta
Que massacrados são
Pelos cruéis “benfeitores” do progresso
Este diz um pescador
É meu rio
Onde nasci, cresci
Mas não sei se aqui morrerei
Pois o destino é incerto
É o rio amazonas
De tantas dores
Riquezas e belezas
Que desperta nos de fora
Sentimentos de propriedade
Enquanto em nós
Lamento dizer:
Sentimentos de cordialidade
Autor do poema: Manoel Pimentel
Cursante de pedagogia UFRA -GURUPÁ
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