sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

QUE RIO É ESTE AMAZONAS¿

Manoel Pimentel – , revelando-se poeta, neste poema, revela o dilema : que rio é este ? 


Que grande rio é este?
Que corta florestas
Que corre lentamente

Com rumo certo
Sem pressa

Já dizia o poeta
“esse rio é minha rua”
Rua que navego
Rua que mergulho
Rua que conta histórias

Rua da iara
Rua da Norato
Rua do boto
Do ribeirinho
Minha rua

Que rio é este
Sinônimo de esplendor
Onde o sol se banha ao entardecer
E faz em nós
Refrescar nosso pranto

Que rio é este
De histórias de navegantes
Ingleses, holandês e  portugueses
De caravelas
De conquistas e reconquistas

Que rio é este
De histórias bem contadas
Que transpassa nações
Territórios e culturas
E outras mais...
 

Que começa tímido
Como um pingo d’água
E termina exuberante
Com grilhões de água

Que rio é este
De fantásticas histórias
De bravos povos
Mas que pede socorro
E grita em desespero

Grita àqueles
Que insensíveis de alma
O matam aos poucos
Como a congentitude patológica
Que consume seus órgãos sem cesar

Que rio é este
Que comunga
Das mesmas dores dos povos da floresta
Que massacrados são
Pelos cruéis “benfeitores” do progresso

Este diz um pescador
É meu rio
Onde nasci, cresci
Mas não sei se aqui morrerei
Pois o destino é incerto

É o rio amazonas
De tantas dores

Riquezas e belezas
Que desperta nos de fora
Sentimentos de propriedade
Enquanto em nós
Lamento dizer:
Sentimentos de cordialidade


Autor do poema: Manoel Pimentel
Cursante de pedagogia UFRA -GURUPÁ

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