segunda-feira, 11 de julho de 2011

Um rebelde manifesto pela brasilidade

Texto escrito por Filipe Nassar Larêdo* e retirado na íntegra do blog da Globo Livros:

“Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano.”

Em meio a conflitos de personalidade tão comuns no
 início da juventude, a poesia de Rimbaud foi 
aquela com a qual mais me identifiquei. Simbolista, 
não apenas criticou – aliado a outros movimentos 
artísticos – as fórmulas que alimentavam as 
produções da época, como também exigiu a 
presença do humanismo nos versos estabelecidos 
pelo parnasianismo.
Com o passar dos anos, outros poetas foram 
me encantando. Porém, sempre preferi que 
seus textos tivessem uma postura rebelde, 
no sentido de não aceitar os padrões estabelecidos. 
Nesse cenário, encontrei Oswald de Andrade.
Nascido em 11 de janeiro de 1890 – apenas 
1 ano depois da morte de Rimbaud –, Oswald 
achava que um poeta deveria ser, genuinamente, 
um revolucionário e a poesia brasileira tinha 
esse potencial frustrado pela valorização dos 
ideais positivistas estrangeiros, que não apenas 
contaminavam a política, mas também todo o 
cenário artístico nacional. Mecanizada, a 
poesia brasileira se tornara mera reprodução 
barata e desqualificada do que era fornecido, 
principalmente pela Europa, sem vínculo 
nenhum com a realidade do país.
Assim como ele, a simples importação de 
fórmulas prontas não me agrada. Uma 
estrutura geométrica equilibrada não combina
como o ideal de literatura que escolhi. 
Penso que o Brasil, com traços culturais 
riquíssimos, desperdiça sua riqueza poética 
quando adota uma estética estrangeira, 
ao invés de absorvê-la e transfigurá-la. 
E foi nesse ponto que Oswald se tornou, 
para mim, a referência nacional na poesia 
pois, ao escrever  o Manifesto da poesia 
pau-brasil em 1924, ele propõe que o 
Brasil inverta os papéis e passe 
a ser um exportador de estilo 
“regional e puro em sua época”.
Para alcançarmos uma poesia de qualidade, 
é necessária a valorização da cultura 
essencialmente brasileira, sem que haja 
a rejeição dos padrões estrangeiros. 
Com os exemplos de Oswald de Andrade, 
Rimbaud e Van Gogh, árduos opositores à 
tendência reificante da arte pela sociedade 
industrial moderna, manifestemos 
também a nossa rebeldia pela construção 
da verdadeira poesia Pau-Brasil.
*Filipe Nassar Larêdo é bacharel em direito, 
estuda produção editorial 
na Universidade Anhembi Morumbi 
e trabalha no editorial 
infantojuvenil da Globo Livros.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

JULHO - FÉRIAS - A LITERATURA PARAENSE NA REVISTA FOX - LEIA A COLUNA DE SALOMÃO LARÊDO

JULHO – E as férias chegaram. Nas praias, nos clubes, nos igarapés , em toda parte, o melhor lazer no veraneio é ler !

ACONTECIMENTOS

1-O escritor Edilson Pantoja está em Paris, em companhia da esposa, a professora Cleide e fala, no dia 9 de julho , em Berlim, sobre seu romance “Torre de Babel “, com o apoio na tradução do prof. Ernani Chaves. Depois eles visitam a Polônia e retornam a Belém.

2-A escritora paraense, de Óbidos, Bela Pinto, lançou, dia 28 de junho, mais um livro na área infanto-juvenil: A Menina e a Fofolete Azul - a produção é de Irene Pimentel

DESTAQUES

1 – Recebi, da assistente social Elaine Corrêa, o kit educativo: projeto radionovelas educativas – em defesa da criança e do adolescente - realizado pelo centro artístico e cultural Belém Amazônia – Ong Rádio Margarida. A radionovela é um método de educação popular da Rádio Margarida coordenado pelo Osmar Pancera, Mileny Matos , Eugênia Mello e outros agentes técnicos, professores, educadores sociais, lideranças comunitárias que discutem e trabalham a violência de que são vítimas crianças e adolescentes na região metropolitana de Belém, assim relacionadas: doméstica, sexual e trabalho infantil.

Do kit constam o texto e o cd, que contém canções e spots sobre essas temáticas. O material é muito bom, bem formado, bem feito, melhor construído e de conteúdo excelente para um eficaz trabalho que a Rádio Margarida vem fazendo desde 1991 em sua missão que visa melhorar a qualidade de vida na Amazônia, em especial , das crianças e dos adolescentes.

No kit, também vídeos educativos com dvd e guia de utilização que serve às comunidades escolares como ferramentas aos educadores para uso em sala de aula com o objetivo de alcançar todos que defendem os direitos da infância. Dou divulgação aqui porque acredito e apoio esse trabalho porque entendo que é investindo em educação- , que passa pela cultura e se dá através da leitura em seus mais variados suportes- , que vamos , todos, cooperar à transformação da sociedade, para melhor, é claro e, começando pelas novas gerações é a atitude certa de quem quer e sabe fazer política pública visando o bem comum. Sim um outro mundo – e melhor , mais justo, mais fraterno – é possível. Creia e faça a sua parte. Valorize o que é seu, o que é nosso.

NOVIDADES

1 – Recebi, do pesquisador Noé von Atzingen, presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá, o Boletim Técnico nº 5 e “ O Penta”, órgão informativo da FCCM que conseguiu aprovar no Basa - Banco da Amazônia - ,projeto para publicar o Boletim de nº 6.

LEITURAS E LEITORES

1 – Belém do Pará: história, cultura e sociedade , livro organizado pela professora Ligia Simonian, publicação do NAEA - Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, lançado dia 22 de maio, na UFPA.

LEITURA RECOMENDADA

1 – O Coronel Sangrado ( Cenas da Vida do Amazonas), obra do autor paraense ( de Óbidos) Herculano Marcos Inglês de Souza. Romance que tem como personagem central Severino de Paiva, o coronel sangrado, as cenas, em Óbidos, terra dos apelidos.

2- Impresso no Brasil – dois séculos de livros brasileiros – organizado por Anibal Bragança e Márcia Abreu – nosso mercado editorial. Conheça.

3 – Panela de Barro – Autor: Jacques Flores (Luis Teixeira Gomes), 1990 – Coleção Lendo o Pará. São crônicas, ensaios e fantasia, diz o autor, jornalista e cronista de primeiríssima. Jacques fazia parte da Academia do Peixe Frito, falecido em 1962.O prefácio é do grande escritor paraense Abguar Bastos.

4 – Aruanda e Banho de Cheiro - autora: Eneida de Moraes, cronista de alto nível, jornalista paraense que sabia escolher a palavra certa pra cantar a poesia da ternura de seu olhar . Prefácio do professor e escritor José Guilherme Castro e apresentação do antropólogo, jornalista e pesquisador Vicente Salles, paraenses ilustres.

LER É O MAIOR ESPETÁCULO DA VIDA !!!