CURUÇÁ É A TERRA DO FOLCLORE
Terra do folclore, é assim que o folheto turístico titula Curuçá,
localizada na região do Salgado, distante 134 quilômetros de Belém. Nessa deliciosa Curuçá nossa turma fez mais um
passeio pela Laredotur.
Com a infra da
família do Alan, namorado da Lyginha – Shirlene, Castro,Vanessa e Sofia -,
Alan e Lyginha
passamos agradáveis dois dias conhecendo as belezas da cidade,seus bosques,
mangues, usufruindo das delícias dos igarapés, da beleza de São João do Abade e
de almoço especial em Mutucal – caranguejos – só do teba - saborosos num toc-toc que se prolongou
até a hora de passear em três igarapés,
depois de apreciar a variedade da frutaria do pomar público às margens dos furos, igarapés e
mangues e das amizades com os
pescadores.
CARIMBADOS DE CARIMBÓS
Carimbó em recesso,
fomos atrás de suas raizes e vimos tudo que se pode apreciar em pouco tempo de
uma visita de final-de-semana numa cidade acolhedoramente simpática e hospitaleira. As fotos na sequência dizem mais
dessa Curuçá que fica impregnada em quem
a visita.
Nego Oróia
IGREJA DO ROSÁRIO - A padroeira faz a imagem de Nossa Senhora
do Rosário abençar os devotos todos, na
apreciação da igreja que vem dos jesuitas no século 18 e prossegue nos círios,
em setembro e faz lembrar seu apóstolo, o Monsenhor Edmundo Saint-Clair Igreja.
MONSENHOR EDMUNDO IGREJA
– A cidade tem memória e a guarda no “Memorial Monsenhor Edmundo Igreja e Arquivo Público
Municipal”, espaço de dois compartimentos que fica entre a igreja
e a antiga casa paroquial.
Lá, o
Herllson Cunha, assessor técnico da Prefeitura Municipal de Curuçá, com
interesse e conhecimento conta a
história e mostra , ufanoso, os documentos que a pesquisa do professor Paulo
Henrique, historiador da cidade e responsável pelo patrimônio histórico conseguiu restaurar.
Herllson Cunha
Há livros sobre
Monsenhor Edmundo e material que se recolhe para fazer outros, afinal, o
sacerdote mocajubense tem fama de santidade e um processo de beatificação no
Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Belém está tramitando.
Esssa história quem
sabe contar são personagens que conviveram com Monsenhor Edmundo Igreja,
como é o caso de Maria Emergipe Alves
Monteiro, 89 anos de idade, nasceu em Curuçá em 1923 e trabalhou na casa
paroquial, era quem cuidava da manutenção, da cozinha e quinta, e, também seu marido, Marcionilo Ferreira Modesto, que
nasceu em Curruçá, em 1931 e tem 81 anos de idade, quase concluiu o curso
ginasial e por ter boa caligrafia, tomava conta da secretaria da paróquia, e acompanhava o Padre Edmundo nas desobrigas
pelo interior. Emergipe e Marcionilo estão aposentados e gostam de falar dos tempos
em que Monsenhor Igreja cuidava de das
paróquias de Curuçá, Marapanim e São Caetano de Odivelas.
Curuçá se mostra
através de sua idade que a história revela
também por meio das cores do
casario variado, em estilos, que, num relance do olhar, dão a identidade do
lugar onde os tupinambás também habitaram, os cabanos lutaram e os atuais
moradores se esforçam para fazer um lugar ainda mais agradável.
OS CEMITÉRIOS DA CIDADE
1 - LARGO DO MALCHER – há registros dos falecidos, porém não há
identificação da sepultura embora haja
do sepultamento, pois eram enterrados, conforme posses e posição social, dentro
ou fora da igreja e por isso, há informes de que esta área seria o primeiro
cemitério. O livro de registro de Óbitos, comprova.
Na praça, o antigo cemitério
2 - SÃO BONIFÁCIO – É a outra necrópole, nele, não há
vestigio de sepultura de hebraicos ou seja, não há cemitério israelita. Mas o
modo das sepulturas guarda as diferenças sociais que podem ser vistas no “Dia de Finados”, 2 de novembro que é denominado “Iluminação”, quando os curuçaenses visitam os túmulos de seus parentes, acendendo velas, levando
grinaldas de flores e a partir das 18
horas as manifestações começam com uma bandinha tocando, e a pracinha do folclore cheia de vendas de comidas e todos
se concentram nesse espaço até alta hora da noite, conversando, contando casos
e apreciando comidas típicas, sobretudo, mandiocaba ou manicuera.
MOVIMENTO DO PORTO – AS
NOVIDADES E OS FRANCESES
O ABADE – O povoado de São
João de Abade, onde Curuçá começou, no século 17 e que fica de frente pro rio
Muriá – rio das pedras grandes - é um
porto de pesca. Nele e nas adajacências, no Mutucal, ouve-se comentários a
respeito do projeto do porto do Espadarte que pode modificar a vida de toda a
comunidade crente de que a Vale poderá, nesse porto, fazer o embarque do
minério e outros produtos.
Porto do Abade
Enquanto é apenas especulação, a atividade dos
pescadores movimenta poeticamente tudo ao redor e apresenta mesmo uma nave
espacial, feita em madeira com motor de um antigo fusca e que não conseguiu
decolar para contato com outras civilizações e agora é objeto de apreciação aos
que passam pela avenida principal de Abade.
Elaine e Marta - A beleza apreciando a poesia
FARTURA – IRONIA E
METÁFORA
Há muio boatos
circulando pelos lugares inlusive da
presença de franceses explorando turisticamente as ilhas ou sendo parceiros dos
pescadores na exportação do pescado ou adquirindo áreas, muitas áreas, ilhas e ilhas para futuro
mercado mobiliário e a vida das pessoas vai sendo enolvida na esperança de dias
melhores sob o peso das mesmas dificuldades de saber o que realmente está
acontecendo e o que irá suceder com a
população diretamente interessada, nesse sentido, são tratados pelo sistema
como sempre acontece com o povo amazônico que é o último a saber , não é
ouvido nem cheirado a respeito dos
planos e projetos que levam nossa
riqueza daqui – pra onde? - e o que não usufruiu de suas riquezas nativas,
sobrevivendo entremeado, como eles dizem, pela fartura, termo usado como metáfora e condição, na ironia do
caboco que continua pobre e por isso vem a pergunta: e porque que é assim? Devemos mudar isso, pois,
afinal, podemos, pelo menos, começar a discutir, como sugere a ONU –
Organização das Nações Unidas –: Por quê pobreza?
RODOVIA – A rodovia
PA-136, que liga São João do Abade, em
Curuçá à BR-316, em Castanhal, por Lei estadual, denomina-se “Monsenhor Edmundo
Igreja”.
Um comentário:
Tio, tu como sempre nos encanta e nos dá imenso prazer com tuas crônicas e histórias da vida real. Os nomes do casal de idosos da fotografia ,lembram nomes de teus personagens...
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