BRAGANÇA
AGOSTO - VI
Fica no
centro da cidade o primeiro cemitério público municipal de Bragança, denominado
“Santa Rosa de Lima”, criado no início do século 19, por volta do ano 1830. É cemitério
bem cuidado, limpo, organizado e arborizado com um tipo de arbustos que dá uma
flor branca com rasgos amarelos, que para alguns, chama-se “buquê de noiva” e
para outros denomina-se “chapéu de maruja” cuja direção está à cargo da
professora Maria do Socorro Rocha.
Há 50 mil registros de sepultados, fora os indigentes, diz Romerito Almeida de Lima, coveiro e que cuida da secretaria e sabe dizer que há uma média de 15 a 20 sepultamentos por mês e uma média de 100 por ano.
Estive visitando o cemitério em companhia do intelectual bragantino Dilamar Castilho, na manhã do sábado, dia 18 de agosto e percebemos a boa administração, além da limpeza, as alamedas mantidas livres à circulação.
Há 50 mil registros de sepultados, fora os indigentes, diz Romerito Almeida de Lima, coveiro e que cuida da secretaria e sabe dizer que há uma média de 15 a 20 sepultamentos por mês e uma média de 100 por ano.
Estive visitando o cemitério em companhia do intelectual bragantino Dilamar Castilho, na manhã do sábado, dia 18 de agosto e percebemos a boa administração, além da limpeza, as alamedas mantidas livres à circulação.
NECRÓPOLE
ISRAELITA
Descobrimos
que nesse cemitério há 4 túmulos de judeus ali enterrados. Apenas uma sepultura
ainda tem o mármore típico das lápides hebraicas com a inscrição: Abraham
Marrashe, nasceu em setembro de 1869 e faleceu em março de 1912, por
conseguinte, Bragança abrigou também diversas famílias judias.
CARRUAGEM
FUNERÁRIA
Digno de
registro é o funcionamento contínuo e permanente da Sociedade Beneficente e
Artística Bragantina, fundada por maçons em 1892, com plano previdenciário que
atende, hoje, sobretudo, os de pouco poder aquisitivo que pagam religiosamente
a mensalidade.
Mas, a
sociedade tem também sócios antigos que quitam suas obrigações com antecedência
e se orgulham de pertencer a tão importante entidade que sempre cuidou de fazer
o condigno enterro de seus associados falecidos a sociedade tem sede própria e
todos os equipamentos necessários para atender os familiares por ocasião do
falecimento de um associado, pois tem capela mortuária para velar o morto,
carro fúnebre e ônibus para levar os parentes do falecido.
Contam os
mais velhos, que em tempos idos, o enterro variava de acordo com a posse da
família do morto. O enterro podia ser de primeira classe ou segunda. Contam
também os mais velhos que em outros tempos, o falecido era conduzido numa
carruagem funerária que foi aposentada e agora faz parte do acervo memorial da
entidade.
Nos armários, dentre outros objetos, são guardadas as réplicas das vestimentas dos empurradores da carroça cujo traje era composto por camisa branca, manga comprida e calça preta e todos usavam botas. Havia também os castiçais feitos de latão por funileiros da cidade, profissão que não existe mais. No memorial subsiste a tesoura especial que cortava tecido próprio para forrar o caixão funerário. As argolas podiam ser, conforme a posse do associado falecido, dourada ou prateada e depois do enterro eram removidas do esquife. Os mais velhos contam muitas histórias, uma delas narra um episódio mais ou menos assim: um dos dirigentes da sociedade era responsável de ir buscar as argolas após os enterros e sempre passava a noite no cemitério pra trazer à sede da entidade, e, para mexer com os que namoravam no muro do cemitério, jogava as argolas por cima do muro e contava no dia seguinte, rindo, que os casais corriam em disparada, com medo, imaginando que fosse visagem.
Nos armários, dentre outros objetos, são guardadas as réplicas das vestimentas dos empurradores da carroça cujo traje era composto por camisa branca, manga comprida e calça preta e todos usavam botas. Havia também os castiçais feitos de latão por funileiros da cidade, profissão que não existe mais. No memorial subsiste a tesoura especial que cortava tecido próprio para forrar o caixão funerário. As argolas podiam ser, conforme a posse do associado falecido, dourada ou prateada e depois do enterro eram removidas do esquife. Os mais velhos contam muitas histórias, uma delas narra um episódio mais ou menos assim: um dos dirigentes da sociedade era responsável de ir buscar as argolas após os enterros e sempre passava a noite no cemitério pra trazer à sede da entidade, e, para mexer com os que namoravam no muro do cemitério, jogava as argolas por cima do muro e contava no dia seguinte, rindo, que os casais corriam em disparada, com medo, imaginando que fosse visagem.
Contam
também os mais velhos, que a carruagem fazia visagem na cidade. Eles sabem
dizer que à meia-noite, naquela época, muita gente ouvia a carruagem passar
fazendo barulho nos paralelepípedos, utilizando o mesmo trajeto, da sociedade
para o cemitério e muita gente corajosa ia olhar e via na carruagem, o caixão,
velas acesas, mas ninguém conduzindo a carruagem que passava em disparada pelas
ruas em direção ao cemitério.
Contam
também que na Bragança de outrora, muita gente, quando alguém morria, dizia que
ia “beber o morto”, ou seja, fazer o quarto, conversando, contando caso,
bebendo café, lendo, bebendo pinga, jogando baralho ou dominó e na hora do
enterro alguns se prestavam para carpir o morto.
Perguntamos aos atuais membros da diretoria da sociedade se ela ainda é viável financeiramente e eles responderam que sim e nos mostraram que tudo está em dia, organizado, há estoque de caixões de todo tipo e modelo, equipamento de velório e tudo informatizado, registrado, catalogado. A centenária entidade, centenária, mostra bem o espírito empreendedor e de boa gestão do bragantino e é uma prova da organização particular. Não há ostentação, mas há muita organização e muito respeito e companheirismo, além de amor à memória histórica e cultural da entidade.
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