Salomão Larêdo –
Julho/2012
Fazia tempo eu não ia a
Baião, cidade encantadora no Baixo-Tocantins. Barrancos, alturas, ladeiras
ajardinadas, enseadas, embarcações no porto (lembrei do marabaense, minha mãe
no porto, queria ver o filho e viu, nos
vimos, ah, saudade...), trapiche novo. Está bonita, crescida.
Noutros tempos, o boi pastava na praça da
matriz, os padres holandeses faziam a missão e as desobrigas eram para contar
as comunhões. Recordei meus primórdios. Os tempos são outros, mas os galos ainda
cantam na madrugada silenciosa nos terreiros, nos quintais cheios de bananeiras
e outras frutas, e os foguetes, firmes e fortes estouram no ar, anunciando a
alvorada da festa do santo e também do encantado e quase não encontro conhecidos daquele tempo
em que se cantava para São José e santa
Luiza de Marillac e se andava de bicicleta no patamar da igreja, local de
passeio, encontro de todo mundo que se
conhecia e se cumprimentava. Ministrei aula por uma semana, no polo da UFPA –
Universidade Federal do Pará -, aos professores-alunos do curso de Letras.
Gostei muito.
Revi Baião, lembrei as dores, sofrimentos, saudades, privações e
poesias, tempo propedêutico de aprendizado, o alvorecer de descobertas do tempo
e da vida, recordando Capistrano de Abreu
no poema dos oito anos. Os
professores-alunos são inteligentes e atentos e interagimos bem o conteúdo.
Como te amo, Baião, terra querida que abrigou o meu ser menino, ainda criança,
aprendiz do mundo para o mundo. Só a poesia avulta nos poemas, nada mais. Oferto-me
a ti, reconhecido e agradecido. Valeu!
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