segunda-feira, 12 de março de 2012

A BIBLIOTECÁRIA*

   Profissional indispensável na biblioteca é a bibliotecária. Toda biblioteca tem que ter. Ah, se as leis fossem cumpridas! Não entro em biblioteca sem  orientação pedagógica dessa profissional  ao que pretendo obter em lugar tão importante na vida, chamada biblioteca, pois é esse profissional quem facilita o trânsito em meio aos livros, documentos  ali conservados, objetos de meu interesse.

   Estimo e respeito o bibliotecário, pois é do trabalho dele, junto com os pais e professores, que todos dependemos se quisermos um  país de leitores.
   É imperativo a contratação de bibliotecários, de instalação de bibliotecas, de acesso facilitado ao livro e leitura. 12 de março é o dia da figura mais importante quando se quer sociedade democrática: o bibliotecário!
   O Pará, terra de chuvas e rios, tem  muito que reinventar nesse campo e cresce ainda mais a importância do bibliotecário para, por exemplo, atender o ribeirinho que procura a biblioteca do Cuxipiari, no rio Tocantins, Cametá e o estudante que sem poder se deslocar à biblioteca do Centur, procura a do Tenoné na ilharga da Seduc/Belém, que foram “arranjadas” e “ajeitadas” pela comunidade ante a inércia do poder público e quase sempre ao se arranjar uma biblioteca arranja-se também alguém que faça as vezes desse profissional para tomar conta da biblioteca que, de biblioteca, infelizmente só tem o nome, pois uma biblioteca precisa, além do bibliotecário, acervo atualizado, espaço confortável, funcionar dia e noite dentre outras características técnicas do que se entende seja  biblioteca e não “arranjo”. O governo deve organizar e manter as bibliotecas - ainda que as comunidades ajudem, participem, colaborem - promover o acesso à informação, ao conhecimento, ao livro, à leitura.

   D. Erwin, diz: “os pobres de hoje não são apenas uns explorados e oprimidos,são excluídos, expulsos da sociedade e da terra por serem considerados “supérfluos” e por isso não devemos aceitar” a política do rolo compressor que usa a tática do fato consumado, do autoritarismo que não aceita contestação, contraditório. Devemos reivindicar, contestar e isso se faz com conhecimento que a leitura, luz do saber oportuniza distinguir quem só quer prejudicar a comunidade.

   Biblioteca virtual ou real é direito à formação cultural de quem deseja ser educado, informado, cidadão.

   O linguista  Tveztan Todorov  ensina que  literatura não é teoria, é paixão e que não se lê para ser especialista  e sim para aprender a ser mais humano, conhecedor  da vida  pulsante  nos livros.

   Quem  alavanca as mudanças para que os pobres não sejam  “supérfluos” e tampouco a  biblioteca nem  o livro e sim, instrumento de libertação,  de transformação   estrutural à  sociedade mais justa , fraterna , é o bibliotecário,  daí porque esse profissional,  a biblioteca, o livro,a leitura e a cultura sempre recebem, dos que não querem o povo politizado,  as mais esfarrapadas desculpas para  a  não adoção de política cultural  que implemente a biblioteca, a leitura, o livro e se contrate o bibliotecário, pois sem ele, não há livro, leitor, leitura, cidadania, porque estaremos no escuro, no desconhecido, situação de que se valem os incautos para continuar manobrando as massas com fins subreptícios.

   À  bibliotecária  e aos que  trabalham nas bibliotecas, na promoção do livro e da leitura,  parabéns   e agradecimento pelo relevante serviço prestado  ao bem comum, quase sempre esmagados pelos baixos salários e  péssimas  condições de trabalho.
Salomão Larêdo, leitor e escritor.

* Publicado na edição do dia 18 de Março de 2010 no jornal O Liberal – Belém - Pará




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