quinta-feira, 29 de agosto de 2013

LARÊDO E CAMETAENSE PODERIA SER RAINHA DE PORTUGAL

A TRAGÉDIA DA RUA DO ARSENAL OU AMÉLIA LARÊDO, UMA TRAGÉDIA PORTUGUESA. É O NOME DO ROMANCE HISTÓRICO DO ESCRITOR MARROQUINO, JEAN PAILLER, QUE MORA EM PARIS ONDE VEM EDITANDO SEUS INÚMEROS LIVROS, TODOS, SUCESSO DE CRÍTICA E DE PÚBLICO.

Salomão Larêdo, Escritor e Jornalista

Histórias da Família LARÊDO
Há uns vinte anos, pelo menos, mantenho contato com Jean Pailler que foi o primeiro a procurar -“... espero que se lembre dos nossos contatos de alguns anos antes, quando eu procurava informação sobre Amélia Laredo e Murça...” - e encontrar-me por conta de uma longa história que pode assim ser resumida: Jean, de 1975 a 1979 foi adido cultural da Embaixada Francesa, em Lisboa e ficou fascinado pela cultura portuguesa, iniciou pesquisas referente a fase final da monarquia em 1908 e cai-lhe às mãos - entre acontecimentos dramáticos da situação econômica e os primeiros golpes republicanos - uma perigosa conspiração política e uma paixão secreta entre o príncipe d. Luis Filipe e uma jovem brasileira. Jean começou, através de e-mail, querer saber qual meu parentesco – SALOMÃO LARÊDO - com Amélia Laredo e Murça, cuja filha – Maria Pia - pretendeu, toda a vida, ser filha do rei Dom Carlos.
Maria Pia
A história é longa. Dona Maria Pia de Bragança (1907/1995) seria filha do príncipe Dom Luiz Filipe (filho mais velho do rei dom Carlos e da rainha D. Amélia), que namorou Amélia Larêdo, brasileira, de Cametá, porém, as circunstâncias do destino fizeram com que fosse batizada em Madrid como sendo filha de dom Carlos, para não prejudicar o príncipe Luiz Filipe, que era herdeiro da coroa.

príncipe Dom Luiz Filipe
ROMANCE HISTÓRICO
Diante dos protagonistas da história, o escritor Jean Pailler não teve outra saída, a não ser escrever um romance histórico denominado “A TRAGÉDIA DA RUA DO ARSENAL”,que na França, em sua edição original, o romance tem o título de “AMÉLIA LAREDÓ, UNE TRAGÉDIE PORTUGAISE”, uma ficção com os elementos que amealhou em sua pesquisa, para que a história ficasse registrada, não prejudicasse ninguém – porque é um livro de ficção - e ele mesmo, Jean Pailler, o autor, conseguisse seguir em frente na prospecção sem ser perseguido, de vez, que não pode afirmar com categoria, comprovadamente provado, o que havia descoberto e daí, a saída, fazer o romance histórico, tecer ficção com os elementos pesquisados.


Essa situação ensejou outro livro de Jean Pailler – DONA MARIA PIA, A MULHER QUE QUERIA SER RAINHA DE PORTUGAL - e o outro livro “DOM CARLOS”.


PESQUISA QUE A ÁUSTRIA SOLICITOU SOBRE A FAMÍLIA LARÊDO

Avisei a Embaixada da Aústria – que contatou-me, faz tempo, por carta consular - de que não havia encontrado, em minha pesquisa, nada sobre Amélia Larêdo, filha do Barão da Borracha, Armando Mauricio Laredo e Laredo e de sua mulher, a Baronesa Maria Amélia Murcia y Beheren, de Cametá e educada em Belém. Vale registrar que os Laredo procedem do norte da Espanha. Da minha parte, meu bisavó é o velho Jacob Bensabath Laredo, que, proveniente do Marrocos, chegou a Cametá, fixou-se em Vila do Carmo e casou com Tereza Barroso Larêdo da Costa, com quem teve dois filhos: Manuel e José, meus avós, que se assinavam, Larêdo da Costa, de acordo com o costume espanhol, da época: o nome da mãe vinha por último.

MARIA PIA E LADY LARÊDO SE CONHECEM A BORDO DE UM NAVIO DOS SNAPP


Maria Pia

De minha parte, informei Jean Pailler do que sabia e falei de meu livro “A Família Larêdo”, com mais de 900 páginas com material que consegui pesquisar sobre esta família cametaense e remeti-lhe o livro “Vila do Carmo do Tocantins”, que contém uma síntese da história da família Laredo e onde relatei que minha mãe, Lady havia-me contado, que, numa de suas viagens, no mês de junho, no navio da SNAPP, que fazia a linha Belém/Tucuruí, o encontro que teve, na década de 1950 com uma senhora bonita e elegante que estava a bordo nessa viagem e ao ouvir o nome de minha mãe (Lady Larêdo) imediatamente sorriu e veio conversar procurando saber tudo de nossa família e como desembarcaria em Cametá e tinha muito que saber, insistiu, com minha mãe para ali ficar, o que não era o destino da viagem de minha mãe.

Lady Larêdo

Essa senhora foi muito carinhosa e afetuosamente se despediu dizendo ser parente de minha mãe. Diante desse fato, Jean Pailler deduziu que essa senhora era a Dona Maria Pia de Bragança, que estava viajando a procura de seus parentes, de seus antepassados e de sua história, entre os quais seu bisavô Moisés Abraão Laredo, de Cametá. Dona Maria Pia, depois retornou a Roma onde fixou residência, morreu em 1995 e foi enterrada. Jean Pailler municiou-me, como citado, com livros e outros dados e com cópias de fotos e documentos, certidões de batismo e outros, de Maria Pia, remetidos via internet.

Livro "Família Larêdo", de Salomão Larêdo

GRANDE ESCRITOR JEAN PAILLER


Jean Pailler

Continuamos – eu e o grande escritor Jean Pailler (Jean Pailler nasceu em Casablança. Em Paris, estudou Ciências Políticas, Inglês e Espanhol. Livros publicados: D. Carlos I – Rei de Portugal, Portugal - A Primavera dos Capitães - dentre outras obras, ficção, ensaios, artigos, pesquisas) - a nos corresponder – sempre na esperança de que, em nossas pesquisas, surjam novidades sobre o affaire de uma Larêdo, de Cametá, com a Família Real Portuguesa. Jean Pailler é preclaro amigo, entusiasta e admirador do Brasil, do seu povo, de Cametá e da Vila do Carmo, que conhece de literatura e breve estará entre nós para conhecer Cametá, sobretudo a Vila do Carmo e banhar-se nas águas do mais bonito rio do mundo, o Tocantins. (Texto: Salomão Larêdo).



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Leia
Salomão Larêdo
O melhor da Literatura Brasileira produzida no Pará



FAMÍLIA LARÊDO-Origens(hebraica) e desenvolvimento - memória emotiva, social, histórica, afetiva: Livro sobre a família de Milton e Lady Larêdo, contém 980 páginas com dados que podem ajudar, no futuro, quem desejar iniciar pesquisa sobre os assuntos tratados, inclusive no âmbito histórico, político, cultural, artístico, usos, costumes, crenças, informes gerais da Família Larêdo e outras e assuntos variados referente a Vila do Carmo - terra dos Larêdo - e seu entorno nos municípios de Cametá e Mocajuba. Formato: A4. Impressão: processo xerográfico (policopiação).


VILA DO CARMO DO TOCANTINS: texto contendo registro da história memorial social, afetiva, histórica, política, cultural e familiar, modus vivendi do povo cametaense que habita a vila e seus entornos; a Festa do Carmo e o que o autor chama de paisagens de afetos, textos de ternura, memórias carinhosas, depoimentos e entrevistas com moradores é também um painel fotográfico.











quarta-feira, 28 de agosto de 2013

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS LANÇA O PROJETO OBSERVATÓRIO DA EDUCAÇÃO.

Salomão Larêdo escritor e jornalista


Observatório da Educação, tem como meta identificar experiências educacionais de sucesso para fomentar a elaboração de políticas públicas. Esse projeto constitui-se de seminários regionais nos Estados, para o debate das melhores práticas pedagógicas de cada região, e de um seminário nacional em Brasília, que reunirá as melhores experiências escolhidas em cada seminário regional. O seminário de Belém, aconteceu neste agosto, 23.

AS EXPERIÊNCIAS EXITOSAS DO PARÁ

A pedido do deputado federal Nilson Pinto, fui convidado a participar do Observatório da Educação em seu 1º Seminário Regional, com o tema – A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO NO PARÁ: CONSTRUINDO BOAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS que se deu no auditório da Faculdade Ipiranga. Público atento e representantes da área da educação viram e ouviram os trabalhos, em síntese inúmeras escolas públicas municipais e estaduais apresentaram suas experiências exitosas. Um sucesso. Temos o que mostrar e em minha fala indiquei que o esplendor estético, a força intelectual e a sapiência estavam presentes em todas.




Fiquei contente em ver escolas do meu Baixo-Tocantins com projetos importantes nessa linha, desde aproveitamento do cacho do açaí após a debulha virar ração suína, à feitura de creme para higienização das mãos. Surgiram exposição de projetos à formação de contadores de histórias, em Castanhal, prática de professor motivador em Abaetetuba, combate à violência, inclusão, projetos de Mosqueiro, do Moju, de Belém e tantas outras bonitas e importantes. Diante de tanto projeto de alta significação, fica a sugestão de que haja tempo e espaço para uma mostra permanente, troca de informações interescolares que pode ser feita sob a direção da Seduc em parceria com os municípios. É bonito ver que progredimos e que estamos conscientes de que é investindo em educação e cultura que vamos crescer e nos desenvolver. Valeu. Aprendi. Gostei.




O SILÊNCIO, A MEDITAÇÃO, A POSTURA À ORAÇÃO, A FÉ NA MISSA DE HOJE, 6H30 DA MANHÃ NA IGREJA DOS CAPUCHINHOS, SÃO BRÁS, EM BELÉM DO PARÁ, PELA ALMA DE MAMÃE, DONA LADY LARÊDO, QUE FAZIA ANIVERSÁRIO NATALÍCIO NESTE DIA DEDICADO A SANTO AGOSTINHO, BISPO DE HIPONA, DOUTOR DA IGREJA.

Salomão Larêdo, jornalista e escritor

Todo dia 28 de agosto, comemorávamos o aniversário da mamãe, Maria do Carmo Larêdo, a dona Lady Larêdo, como o Zeca, meu irmão, chama nossa inesquecivelmente mãe querida e amada  que agora descansa  junto de Deus-Pai. Todo ano, no dia 28 de agosto, há missa em sufrágio de sua alma, que eu e Maria Lygia encomendamos.

Nas fotos, aspectos da celebração, fila da comunhão e a meditação da irmã Preciosina a nos dar o exemplo do parar, pensar, orar, meditar, conversar com Deus.


Todos nós precisamos dessa parada, desse exercício, pois a vida moderna está muito agitada, necessitamos que Deus nos acalme, nos desacelere à uma vida mais tranquila, mais humana, alegre e feliz!!!!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

MARCAS D´ÁGUA




MARCAS D´ÁGUA: Aerotextos para seduzir leitores, textos para jovens românticos, ficantes e enamorados, poesia e prosa bem no estilo teen. Leia a seguir um trecho do livro:

" Perto do telefone público ela permaneceu por uns isntantes, talvez enquanto durasse sua dor. A mão esquerda apertava os olhos. Esforçava-se para esquecer. Chorava? Quem é capaz de saber o que se passava com aquela criatura de camisa branca e bermuda azul-claro? Desempregada, desamada, decepcionada? qual a desilusão dos 18? Será a mesma dos 81?..."


domingo, 25 de agosto de 2013

Sobrinho do Bispo apaixonado por freira

Valorize o que é seu, o que é nosso. Divulgue a nossa literatura!!

Salomão Larêdo escritor e jornalista


SAIBA O DESFECHO DESSA HISTÓRIA, LENDO O
TRECHO DO LIVRO QUE SERÁ LANÇADO BREVEMENTE: – TERRA DOS ROMUALDOS PAÍS DOS MAPARÁS –, de Salomão Larêdo. AGUARDE!

Perseguida pelo casamento

O sobrinho do bispo era apaixonado pela adolescente Maria Eurídes Sales, uma das sete filhas do casal Antônio de Sales Gomes e Josefa de Oliveira Sales, e procurava visitar a família quase todo dia, na esperança de que a mocinha aquiescesse em aceitar namorá-lo.

Corria tranquila a vida no lugar chamado Tapajé, interior cearense, onde vivia a família de Antonio e Josefa e onde Eurídes – que nasceu no dia 2 de junho de 1926 – e os demais irmãos vieram ao mundo.


Mas Eurides, desde pequena, confessa que sentia o chamado de Deus e tudo fazia para dissuadir o rapaz da pretensão de namorar e casar com ela.

Família unida e muito feliz, o pai conversava com o rapaz e mostrava que Eurídes jamais iria namorar com ele – que insistia, não desistia.

– Vou ser freira.

Dizia Eurides ao jovem, que não acreditava e não perdia a esperança de um dia vir a namorá - la e, quem sabe, casarem-se.
– Até aos quinze anos de idade fui perseguida para aceitar o casamento. Resisti.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

DEU NO JORNAL

Salomão Larêdo, escritor e jornalista

 

Diante da nota do Repórter-70, para análise do leitor deste espaço, temos a seguinte informação: Em entrevista que eu fiz com o engenheiro Octávio Pires, para um texto sobre o Congresso Eucarístico liderado por dom Mário de Miranda Villas-Boas e grande equipe, inclusa aí o dr. Pires, construtor do altar-monumento, em Belém, em 1953, o engenheiro informou-me que “[...] O terreno onde por muitos anos funcionou o CPOR e tem a residência do comandante militar, é originariamente da Basílica, conta Octávio Pires. Na época da II Guerra, o Exército pediu emprestado por uns tempos, ao vigário da Basílica que era de origem italiana, para instalar naquele terreno da paróquia de Nazaré, canhões anti-áereos, e depois da guerra, o exército continuou ocupando o terreno e o padre, certamente por ser italiano e com receio de ter problemas e para evitar qualquer tipo de represália não pediu de volta o terreno, o exército tomou conta, construiu edificações e o resultado é a situação que conhecemos, hoje”.



quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Uma temporada no inferno (Arthur Rimbaud*)

por Filipe Larêdo

em 18/08/2013 

Como manifestação da estética comunicativa, a arte é capaz de estimular a consciência a partir da percepção, das emoções e das ideias, dando para cada obra um sentido único e inédito. Dessa forma, o teatro, o cinema, a literatura, a escultura etc. conseguiram, no decorrer de sua história, mudar de forma e estilo por diversas vezes, afastando o marasmo sempre que ele resolvia se impregnar na cultura da humanidade.

Porém, esse efeito, apesar de contínuo e constante, não é percebido com tanta frequência pelas pessoas, pois as escolas de arte, quando se formam, nem percebem que estão fazendo parte de uma geração modificadora. Essa sensação, dependendo do poder, pode ser mais ou menos sutil.


Mas, de todos os adjetivos que podemos escalar para Arthur Rimbaud, sutil é o menos apropriado.

Vindo de
Charleville, em Ardennes, departamento no nordeste da França, chegou de maneira avassaladora a Paris, revolucionando o que se chamava até então de poesia e afastando definitivamente a chatice parnasiana que infestava a literatura vivida naquele momento, representada pela preciosismo das palavras, pelo culto absoluto à forma, pelas rimas ricas e pela falta de compromisso da arte com a realidade, fazendo com que a poesia fosse considerada completa por si mesma, sem se importar com o que o homem comum sentia.

Conhecido como o maior poeta rebelde de todos os tempos, ele modificou a literatura e a poesia. Tudo isso tendo escrito apenas até os dezenove anos. Dessa forma, é correto afirmar que Rimbaud é a própria personificação da juventude, pois seus poemas ao mesmo tempo que são os primeiros, também são os últimos.

Segundo os registros, Rimbaud teve, claramente, três fases bem distintas em sua vida.

A primeira seria os quinze anos que separavam o seu nascimento, em 20 de outubro de 1854, e a cerimônia de formatura no colégio, em 6 de agosto de 1870, período no qual o poeta teve uma fraca ligação com sua mãe, que era vista como uma mulher de pouca inteligência e de orgulho exacerbado, que costumava tratar o filho com constante severidade e censura. O segundo começa logo após a formatura e vai até o dia 10 de julho de 1873, data em que seu amante, Paul Verlaine, o feriu com tiros.

Foi durante esse período que a produção textual de Rimbaud foi alcançou seu ápice e ele, realmente, pôde viver como poeta. A terceira e última fase é a mais misteriosa de todas: logo depois de escrever sua obra prima, Uma temporada no inferno, e alcançado um status de estrela da literatura francesa, ele desistiu da carreira e partiu, tornando-se andarilho, aventureiro e mercador, até a data de sua morte, em 10 de novembro de 1891, aos 37 anos.

Esse apanhado geral que fiz da vida de Rimbaud é muito importante para que se entenda a força revolucionária de um poeta tão jovem. Ela é tão extrema que, se voltarmos ao parágrafo anterior, veremos a influência que ele exerceu em
Paul Verlaine, um famoso poeta francês, vários anos mais velho que Rimbaud, fazendo-o ficar deveras desesperado quando em proximidade da jovem e imponente figura, chegando ao cúmulo de tentar matá-lo.

E depois de causar o maior rebuliço da história de Paris, o iconoclasta Rimbaud resolveu desaparecer, como se nada tivesse acontecido. Dá pra entender?

Para dar aos caríssimos leitores uma mostra visual da importância de Rimbaud no epicentro intelectual de Paris, cito Le Coin de table, uma pintura de Henri Fantin-Latour na qual, em 1872, o jovem poeta está cercado de jornalistas, pintores e escritores da época, incluindo o desesperado Paul Verlaine.


Outro desenho, porém não tão formal como o anterior, é o retrato que Pablo Picasso fez do “punk” Rimbaud em 1960, no qual o poeta aparece com os cabelos espetados típicos dos jovens rebeldes.

Tendo a rebeldia da juventude guardada em seu interior e a revolta contra a hipocrisia enraizada na figura da mãe, Arthur aprendeu a destilar inteligentemente o ódio e o consubstanciou em inúmeros versos “impuros”, tornando-se o maior entre os chamados “poetas malditos”. E nenhum título poderia ser melhor escolhido para um artista com tão destruidora alcunha do que Uma temporada no inferno, o clássico-mor da poesia simbolista.

Tudo começou numa pequena aldeia nas Ardenas, em abril de 1873. Morando com a família na casa em péssimo estado, herdada pelo avô, Arthur havia acabado de chegar de Londres e estava entupido pelo consumo excessivo de tabaco, álcool e haxixe, o que o deixava irritadiço, febril e, por vezes, alucinante. E foi com esse cenário que ele decidiu escrever seu derradeiro livro, o qual, para muitos, é tido como uma verdadeira autobiografia metafísica, onde frases e símbolos descrevem uma batalha entre um homem e o mal.

“Outrora, se bem me lembro, minha vida era um festim onde se abriam todos os corações, onde todos os vinhos corriam.
Uma noite, sentei a Beleza nos meus joelhos. – E achei-a amarga – E injurei-a.”

Trecho inicial de Uma temporada no inferno.

Com essas palavras, Rimbaud mostra a que veio. A revolta contra tudo que é ordinário será a tônica de seus poemas, destruindo a Beleza, representação primeira da estética parnasiana. Entretanto, se a carga destrutiva parasse por aí, ele poderia ser descrito nos livros de crítica literária do futuro apenas como um poeta hábil e ambicioso.

Só que ele não parou; e partiu para uma jornada que questionava o mundo convencional, indo em direção ao mundo sombrio dentro de si.

Mostrando o terreno no qual irá lutar, ele revela sua própria história de vida, dizendo ter em suas veias o “Sangue ruim” dos antepassados gauleses, repleto de fraquezas físicas, espirituais e mentais e que vai determinar o conteúdo dramático de sua vida. Porém, são dois os tipos de passado que incomodam o poeta: o gaulês e os valores burgueses vindos de pai para filho, nos quais a herança é transmitida como regra.

A partir dessa origem, ele destrincha seus delírios como um profeta, cuja visão mística desnuda a razão e a ordem que governam a sociedade essencialmente católica, ao mesmo tempo que mostra a total desesperança de alcançar a felicidade senão por meio do sacrifício e da aridez. No decorrer dessa temporada no inferno, o poeta experimenta o caminho do excesso, mas, no fim, é trazido de volta para a condição primitiva do camponês. E é nessa fé perdida que se encontra a luta moral de Rimbaud.


Já é outono! — Mas porque deplorar um sol eterno, se estamos empenhados na descoberta da claridade divina, — longe das gentes que morrem ao correr das estações.

O outono. Nossa barca erguida nas brumas imóveis ruma ao porto da miséria, a cidade enorme sob o céu manchado de fogo e barro. Ah! os andrajos podres, o pão ensopado na chuva, a embriaguez, os mil amores que me crucificaram! Nunca deixará de existir essa vampiro rainha de milhões de almas e corpos mortos e que serão julgados! Revejo-me, apele roída pela lama e peste, os cabelos e as axilas cheios de vermes, e vermes ainda maiores no coração, estendido entre os desconhecidos sem idade, sem sentimento…Eu poderia assim morrer…Horrorosa evocação! Execro a miséria.

E temo o inverno porque é a estação do conforto!

— Vejo às vezes no céu praias infinitas cobertas de brancas nações em festa. Uma grande nau de ouro, acima de mim, agita seus pavilhões multicolores sob as brisas da manha. Criei todas as festas, todos os triunfos, todos os dramas. Tentei inventar novas flores, novos astros, novas carnes, novas línguas. Acreditei adquirir poderes sobrenaturais. Muito bem! Devo sepultar minha imaginação e minhas lembranças. Uma linda glória de artista e de narrador perdida!

Eu! Eu que me chamei mago ou anjo, dispensado de toda moral, voltei ao chão, com um dever a buscar, e obrigado a áspera realidade abraçar! Campônio!

Engano-me? seria a caridade, para mim, irmã da morte?

Enfim, pedirei perdão por ter-me nutrido de mentira? E sigamos.

Mas nenhuma mão amiga! e onde encontrar o socorro?

Sim, a nova hora é pelo menos muito severa.

Pois posso dizer que a vitória me foi dada: o ranger de dentes, o sibilar do fogo, os suspiros pestilentos se atenuam. Todas as lembranças imundas se apagam. Minhas últimas queixas se esfumam, — inveja dos mendigos, dos salteadores, dos amigos da morte, dos párias de toda espécie. — Malditos, se eu me vingasse!

É necessário ser absolutamente moderno.

Nada de cânticos: manter o terreno conquistado. Dura noite! O sangue ressequido fumega em meu rosto, e nada tenho atrás de mim a não ser este horrível arbusto!…O combate espiritual é tão brutal quanto a batalha dos homens; mas a visão da justiça é o prazer só de Deus.

É a vigília, entretanto. Recebamos todos os influxos de real vigor e ternura. E, ao romper da aurora, armados de ardente paciência, entraremos nas cidades esplêndidas.

Que falava eu de mão amiga? É uma bela vantagem poder rir-me dos velhos amores ilusórios, e cobrir de vergonhas esses casais mentirosos — vi o inferno das mulheres lá em baixo; — e me será permitido possuir a verdade em uma alma e um corpo.

De Uma temporada no inferno, 1873; tradução Janer Cristaldo

*
Jean-Nicholas Arthur Rimbaud (1854 – 1891) foi um poeta francês de carreira meteórica. Produziu a maior parte de suas obras antes de completar os vinte anos e foi apontado por Victor Hugo como “um jovem Shakespeare”. Após alcançar o sucesso, desistiu de escrever e partiu para loucas aventuras no interior da África, onde contraiu uma infecção, o que o levou de volta para morrer na França.
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Filipe Larêdo

Filipe Larêdo é um amante dos livros e aprendeu a editá-los. Atualmente trabalha na Editora Empíreo, um caminho que decidiu seguir na busca de publicar livros apaixonantes. É formado em Direito e em Produção Editorial.

Outros artigos escritos por Filipe Larêdo no site: http://papodehomem.com.br/uma-temporada-no-inferno-arthur-rimbaud-livros-pra-macho-18/


















A VENTURA E A AVENTURA DE JOSÉ BOAVENTURA XAVIER HÁ 45 ANOS NO “SEBO” DE SÃO BRÁS “ONDE AJUDO A DESENVOLVER A LEITURA”!

Entrevista* feita por Ana Carolina Souza.

Natural de Bragança, órfão de pai, e a mãe, lavadeira, colocou, para estudar no internato do instituto Lauro Sodré, em Belém, José, que, na luta pela sobrevivência trabalhou como gari oportunidade em que manteve contato com os livros que o pessoal jogava fora e José, com pena de descartá-los guardava em casa e depois teve a ideia de montar um sebo de onde passou a retirar o sustento da família, tem filhos formados e é amigo de muita gente, entre professores, estudantes de todos os níveis, donas de casa, universitários, jornalistas e escritores, todos seus clientes. você leitor destes espaços virtuais – fb e blog -, pode conhecer um pouco mais da atividade de livreiro de José Xavier, lendo a matéria a seguir:

José Xavier

José Boaventura Xavier, 69 anos, trabalha há 45 anos no sebo “Banca de Revista São Brás”, que montou na Avenida José Bonifácio no bairro de São Brás.
Sebo "Banca de Revistas São Brás"

Onde o senhor nasceu e morou, e o que fazia antes de trabalhar neste sebo?
-Nasci em Bragança, meu pai morreu quando eu tinha 1 ano de idade, minha mãe era lavadeira e sem melhores condições para criar os 6 filhos, me mandou, aos 12 anos para Belém, fui interno no Lauro Sodré, onde estudei até os 16 anos e voltei novamente para Bragança. Em 1969 vim morar de vez em Belém.
Por qual motivo você resolveu abrir o sebo?
-Quando me mudei pra Belém, logo construí família, trabalhei em várias coisas, entre elas, vendedor de limão, na feira, catador de lixo e como gari. Trabalhava em frente a edifícios e as patroas que lá moravam iam descartando as revistas e livros que não queriam mais e eu ficava com pena de jogar fora e acabava levando tudo pra minha casa. Fui juntando, juntando e daí surgiu a ideia de montar o sebo. Fui no bairro de São Brás, olhei os pontos, vi essa vaga e coloquei um tabuleiro com revistas e livros usados, desde então não parei mais.
Você tira a sua renda mensal desse trabalho?
-Sim, trabalho com o sebo (compra e venda de livros e revistas usados) a 45 anos e criei seis filhos com esse trabalho. Hoje tenho uma filha pedagoga, uma policial, um taxista e outra trabalha aqui no sebo.
Com quem você aprendeu a gostar de livros?
-Sempre gostei de livros, desde criança, adorava ler tio Patinhas.
Como consegue os exemplares para a venda?
-Uma parte vem de doações e outra, compro das pessoas.
Você sabe a quantidade de exemplares que possui neste sebo?
-Não faço ideia.
Como se dá a organização da sua banca?
Olha, eu tento organizar quando dá, geralmente organizo por coleções.
Que tipos de livros há aqui?
-Variados, aqui é a clínica geral dos livros (risos)!
Os livros são vendidos aqui com facilidade?
-Sim, todos os dias eu tiro uns trocadinhos.
E qual a época do ano que você vende mais?
-Com certeza, no mês de julho.
Que tipo de livros são os mais procurados?
-Livros da Coleção Arlequim, Sidney Sheldon, Agatha Christie, Clarice Lispector, Max Fernandes, Lucio Flávio Pinto e Salomão Larêdo.
Você conhece outros sebos aqui por perto?
-Sim, tem um na av. Magalhães Barata.
Qual o perfil dos seus clientes?
-Variados, mas, a maioria  é de  senhores e acadêmicos, jovens que vão fazer vestibular.
Qual a média de preços, dos livros que você vende?
-Vai de 1 real a dez reais.
Tem vontade de escrever livros?
- É né? Olhe, mais muita gente já quis escrever sobre minha vida.
Qual seu livro ou escritor favorito?
-Meu amigo Salomão Larêdo, Lucio Flávio Pinto, Jorge Amado, entre outros.
Você considera seu trabalho importante. Por quê?
- Acho meu trabalho muito importante, aqui os livros são mais acessíveis para quem não tem condições de comprar livros novos. Com este trabalho ajudo a desenvolver a leitura, quando você lê você aprende mais, desenvolve mais o raciocínio.
*Feita no dia 02 de agosto de 2013, às 8h40 da manhã.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

UMA VIAGEM DE ÔNIBUS, O QUE ACONTECE DENTRO DOS COLETIVOS NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM

Leia
Salomão Larêdo
O melhor da Literatura Brasileira produzida no Pará


Arte da capa: Eliene Tenório

JIBÓIA BRANCA via Tapanã/ Tenoné - sentido Águas lindas/ Ver-o-Peso: instalação poética – enlinhamento dos ônibus de Belém. Uma viagem de ônibus, o que acontece dentro dos coletivos na Região Metropolitana de Belém.
Leia abaixo, um trecho do livro:
"Primeira Marcha
Para José, na recordação de quando apreciávamos a confecção dos ônibus de madeira a partir da carroceria de caminhão, na Cremação e observávamos os "caras chatas" da empresa Excelsior que nos transportariam ao destino dos nossos sonhos, num tempo de preparação para os necessários vôos de águias.

Desenho de Sabastião Godinho

Hoje os "bus" são fabricados em fibra de vidro, todos na região sul/sudeste e oprimem nosso povo com o desconforto das cadeiras, com janelas de vidro de pouca abertura trazendo mais calor ao interior dos ônibus que esmagam o Homem da Amazônia ao trafegar em alta velocidade (e em alguns momentos demasiadamente lentos que chegam a irritar), frear bruscamente, queimar parada no afã do ganho maior em menos tempo que não permite estacionar corretamente e estressa condutor e passageios que travam batalhas cotidianas entre reclamações e acidentes, com vítimas, a maioria, indefesos idosos ou catraca vigiada por um trocador insensível e ameaçado por constantes assaltos na insegurança em que todos vivemos de uma vida dita moderna e sempre apressada sem tempo para reinvindicar melhoras."

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

JB E ROSÁRIO ALVES PONTIFICAM EM BELÉM DO PARÁ

Salomão Larêdo escritor e jornalista
José Benedito Alves, o JB, famoso jornalista paulista, COM SUA ESPOSA Maria do ROSÁRIO Alves, passam por Belém e não deixam por menos: vão à fonte do açaí e se encantam com as maravilhas da morena Belém, passando por Icoaraci, Complexo Feliz Lusitânia, com uma parada em nossa Catedral e encaram um almoço tipicamente paraense. Na foto: José Benedito, Maria do Rosário, Salomão e Maria Lygia Larêdo
Maria Lygia, Rosário e JB Alves




VALORIZANDO O QUE É NOSSO!

A LIVRARIA “ONÇA PINTADA”, DE MARABÁ, ONDE MEU PAI MILTON LARÊDO ADQUIRIU MEU PRIMEIRO LIVRO. A ANSIEDADE E A EMOÇÃO! O EXEMPLO DA LEITURA.

Salomão Larêdo, escritor e jornalista


No final da década de 1950, meu pai, Milton Larêdo, trabalhava na Estrada de Ferro do Tocantins, em Tucuruí, e claro, sua família - mamãe (Lady Larêdo), eu e meus irmãos – moravam aí e eu, incentivado por eles, já estava lendo e então meu pai encomendou ao meu tio Artênio, que trabalhava em Marabá, que comprasse um livro para mim, pois, lá havia comércio próspero e seguramente, uma livraria.

Fiquei ansioso esperando quando chegou o livro, que recordo bem, tinha a capa dura, amarela. Que alegria! Que grande acontecimento! Que emoção! Ganhei de meu pai o meu primeiro livro impresso, que, infelizmente, extraviou-se, o que muito lamento.

Descobri, neste agosto de 2013, ao receber de presente do amigo Noé von Atzingen, o livro “Marabá...” de Paulo Bosco Jadão, que, aquela livraria onde meu tio comprou o livro, existiu, em Marabá e com o nome bonito, poético e nosso – Onça Pintada - e que consta seu registro no livro citado, à página 144, num desenho do nosso famoso artista marabaense, Pedro Morbach, que conheci pessoalmente e até o entrevistei quando repórter no jornal “ Folha do Norte”, na década de 1970. Isso é que é valorizar o que é nosso, nomear uma livraria de “Onça Pintada”, do mesmo modo que – já citei aqui neste espaço e mostrei a foto – a Livraria Curupira – de Bragança.



O mais bacana, amigo leitor deste espaço, é que a Livraria “Onça Pintada”, conforme o livro, que acima citei, perdura até hoje com o nome de “Livraria Iris”, cuja vida longeva, vou checar com meu amigo Noé, pois é o caso de parabenizar o dono ou os donos ,por essa cadeia de cultura e civilização inaugurada e preservada bem no meio da floresta amazônica, na querida e próspera Marabá.


Livraria Onça Pintada

Falar em onça pintada, elas foram implacavelmente caçadas nas matas do nosso Pará. Mas, ainda existem. Recordo a música que se canta por aí, denominada de “Gata Pintada” que outros cantam em versão de “Lagarta pintada” usando versos, lindos, de domínio público, mais ou menos assim: gata pintada /quem foi que te pintou/ foi uma velha/ que por aqui passou/ Pega no rabo da gata e também na orelha...

Isso me faz recordar meus tempos de menino, quando meus pais contavam variadas histórias, de visagens, assombrações, do trem, dos índios, tudo, oralmente e meu pai emprestava livros para ler à boca da noite pra toda a família, capítulo por capítulo. Éramos muito pobres e não tínhamos condições de adquirir livros e então meu pai os emprestava. 

Aos sábados, meu pai, após a sesta, lia um livro grande, de capa preto. Eu brincava, com meu irmão Zeca, correndo dentro e passando pro quintal da nossa pequena casa que fica ao lado de uma “invernada”, na periferia de Tucuruí e numa das passagens, perguntei ao meu pai o que estava lendo. E ele respondeu: o pai dos burros – e eu dei a volta e quis saber: e o que é pai dos burros? Meu pai, pacientemente explicou que era o dicionário que contém a grafia correta das palavras e as explicações semânticas sobre elas, etc etc. (Leia mais no livro: “HISTÓRIAS DO SALOMÃO” a ser brevemente publicado).



quarta-feira, 14 de agosto de 2013

MARGARIDA, ROSAURA E IRACI

Leia
Salomão Larêdo
O melhor da Literatura Brasileira produzida no Pará

MARGARIDA, ROSAURA E IRACI:

História de três prostitutas, de um bispo e do teatro. Artista descobre sua função social e das prostitutas na comunidade.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

sábado, 10 de agosto de 2013

LEITOR AMIGO, POR FAVOR LÊ ESTE ARTIGO DOS MAIS INTERESSANTES, DO JORNALISTA GAUDÊNCIO TORQUATO, PUBLICADO EM EDIÇÃO RECENTE DO JORNAL O LIBERAL E QUE AQUI POSTAMOS EM MÓDULOS PARA QUE,COM NOSSO INCENTIVO, LEIAS TÉ AO FIM, PARA ESTAR POR DENTRO DAS COISAS NA ÁREA DA RELIGIÃO E DA POLÍTICA

Salomão Larêdo, escritor e jornalista 

Saiba as razões pelas quais a IGREJA Católica PERDE  uma média de 465 PESSOAS POR DIA

A LUTA PELO PODER

Partidos políticos como credos e igrejas
 

POLITICA-ARTIFÍCO VIVE DE INSINCERIDADE

A SOCIEDADE QUER SOLUÇÕES, RESULTADOS, IGREJAS E PARTIDOS QUE SAIBAM OUVIR SUAS PRECES

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Leia
Salomão Larêdo
O melhor da Literatura Brasileira produzida no Pará


AS HISTÓRIAS DE SÃO BENEDITO: As histórias que o povo conta a respeito de um dos santos mais festejados e queridos da região cametaense e mais populares do devocionário popular do Baixo-Tocantins – inclusive a relação de medo das pessoas com o santo cozinheiro -, as promessas, irmandades, confrarias, o sacro império do glorioso São Benedito de Cametá presentes nos altares e nos oratórios das residências. Memória religiosa afetiva da Amazônia tocantina.