domingo, 30 de junho de 2013

O ANIVERSÁRIO DA MÁRCIA ENTRE MILHARES DE FESTAS

Salomão Larêdo, escritor e jornalista
Márcia Alaís Ribeiro Nunes, a nossa Márcia, famosa por nos garantir a senhora infra, aniversaria neste domingo, hoje, 30 de junho de são Marçal das fogueiras de paneiro e de açaí na tradição junina amazônica.


A festa para a Márcia Chambourcy ou Márcia Abê, como carinhosamente é chamada, será muito grande no famoso bairro do “Jorunas”, a Orla lotadíssima de beberagens, comedorias, festanças, fogos e figas e banhos de cheiro do festival folclórico do seu Pai Reginaldo, com garota inflável das histórias criadas pra alegrar a vida e se amplia para o Guamá e Brasília com a filha Patricia Raquel e família.


Haverá, na Oswaldo, em suas três versões: morro, cidade e sítio, muito forró, quadrilha comandada pela Antônia e companhia e todas as iguarias sob o patrocínio do mestre André, guardião do coração da Márcia que entra de férias fagueira no domingo em que todo o Brasil amplia seu futebol entre os espanhóis, no Maracanã e na Estação Primeira de Mangueira, que junto com o querido Rancho, todos e ainda Carol, Luana, Lidiane eu e Maria Lygia e Filipe, em Sampa, entoamos os parabéns pra você para a Márcia do nosso bem-querer e que, repetimos, segura nossa infra, na maior caté. Abs e abs, Márcia, muitas felicidades e muitos anos de vida!!!

sábado, 29 de junho de 2013

TIO DAVID LARÊDO UM GRANDE PONTÍFICE CAMETAENSE, COMPLETA 45 ANOS DE VIDA SACERDOTAL

Salomão Larêdo, escritor e jornalista

Neste 29 de Junho de São Pedro e São Paulo, o tio David, o cônego David Larêdo, o sociólogo, o professor e grande ser humano David Gonzaga Larêdo completa 45 anos de vida sacerdotal totalmente dedicada a fazer o bem ao próximo.



Tio David, que nasceu na Vila do Carmo, em Cametá, estudou em Mocajuba, Igarapé-Miri, Belém e Recife e foi sagrado sacerdote no dia 29 de junho de 1968, por dom Milton Correa Pereira, cametaense e que depois veio ser arcebispo de Manaus.

Hoje tio David se recupera bem em sua casa dos problemas de saúde que teve e recebe, dos familiares, parentes e de uma multidão de amigos que fez ao longo da vida, os cumprimentos por este importante aniversário de vida sacerdotal, vocação conhecida desde a mais tenra idade e que, ao longo de seu ministério, foi um baluarte e um grande pontífice, aquele que constrói pontes de relacionamentos humanos, sem discriminar ninguém. Parabéns tio David, feliz aniversário de ordenação sacerdotal, saúde e paz e muitos anos de vida, são os votos dos sobrinhos: Salomão, Maria Lygia e Filipe Larêdo.

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P.S. Para saber mais sobre a história de vida desse grande sacerdote, Cônego David Larêdo, leia o Livro “Tio David, Padre David vida - em fatos e fotos – do Cônego David Gonzaga Larêdo, cadernos de memória afetiva que pode ser encontrado na Livraria da Fox e no estande da Paróquia da Conceição, na Cidade Velha, Belém – Pará


sexta-feira, 28 de junho de 2013

VALORIZANDO O QUE É NOSSO – A PROPAGANDA PARAENSE EM MEMÓRIA

Salomão Larêdo, escritor e jornalista

Acaba de ser lançado um dos livros mais oportunos, importantes, necessários e úteis à pesquisa comunicacional, este “três décadas de propaganda na TV Liberal “MEMÓRIA DA PROPAGANDA PARAENSE”.



Quero parabenizar o competente e criativo dr. Fernando Nascimento, superintendente da TV Liberal e sua equipe por esta sacada de mestre e as Organizações Romulo Maiorana, através do presidente Romulo Maiorana. Tivéssemos tido o cuidado de guardar a memória dos primórdios de nossa propaganda - como vem fazendo a TV Liberal sobre a memória de sua área e competência - em toda a mídia, e teríamos agora um panorama completo da evolução de um segmento dos mais criativos que se desenvolveu e se desenvolve no Pará, no campo também da semiótica.


Destaco, neste “Memória da Propaganda Paraense”, no rol das imagens, a propaganda a feita pela Galvão Comunicação para o Banpará, tendo o famoso ator paraense, de Belém, José Moraes, como protagonista e a outra, tendo a competente artista de nosso teatro e cinema, a cametaense Natal Silva e através desses anúncios, homenageamos todos os demais e através da foto do Fernando Nascimento, Guto Chady e do José Severo, homenageamos os demais dirigentes de agências, produtoras e criadores de nossa rica e criativa propaganda. É assim que temos que valorizar o que é nosso.

É muito importante valorizar o paraense, sempre um grande talento, em todas as áreas, em toda parte.

JIBÓIA BRANCA - istalação poética - enlinhamento dos ônibus de Belém

Salomão Larêdo escritor e jornalista

Gosto do sonoro, do movimento, da mistura, da interdisciplina, do desafio, do desigual, do cotidiano, do popular, do espontâneo, da vida, da poesia que existe no tráfego urbano, do teatro que o povo faz na rua, nos coletivos, do diferente, divergente (e de ver gente), da unidade na diferença, na beleza do todo, no cada qual, nas contradições, das condições, dos empurrões, dos vagalhões nos urbanos transportes que o povo enfrenta diariamente.  



Jibóia Branca - via TAPANÃ/TENONÉ - sentido ÁGUAS LINDAS/VER-O-PESO

Instalação poética - enlinhamento dos ônibus de Belém. Uma viagem de ônibus o que acontece dentro dos coletivos na RMB - Região Metropolitana de Belém.
Essa instalação é a possibilidade de você construir seus poemas parada por parada, movimento por movimento, freada brusca por queimação de ponto. A instalação é ouvir o poema que não deseja, na hora que o outro compõe para você. No coletivo, tudo acontece ao mesmo tempo, sem escolha.
Ou seja, é como a vida se apresenta, isso é uma istalação, é como todos vivemos, numa istalação toda desistalada, agora no coletivo. Leia!!!

COMENTÁRIO POSTADO NO FACEBOOK PELA PROFESSORA RITA DE CÁSSIA DA SILVA

"Nesses tempos de lutas, inclusive pela melhoria de uma certa “Mobilidade Urbana”(diria a humanização de nossos transportes coletivos, já comparados pelo Cazuza aos “navios negreiros de outras correntezas”), lembro de um livro de Salomão Larêdo cujo título é “Jibóia Branca via Tapanã/ Tenoné sentido Águas Lindas Ver- o-Peso”. A obra é caracterizada pelo próprio autor como texto (poema) instalação e é tecida com o itinerário de linhas de ônibus urbanos da Região Metropolitana de Belém, delícias da cena paraense e textos recortados de jornais. A ilustração de capa é a obra da artista plástica Elieni Tenório, “A Baroneza do Lotação”.
Observe que nossas linhas e itinerários continuam poéticos: Jardim Sideral/ Ver-o- Peso, Águas Lindas/Ver-o-Peso, Beija- Flor/ Marituba/Pátio Belém... qual sua linha preferida? Boa leitura e que se humanizem nossas idas e vindas!"

quarta-feira, 26 de junho de 2013

PAULA CALUFF NO RASTRO DE ANTONIO LANDI

Salomão Larêdo, escritor e jornalista


“...De posse do conjunto das imagens das igrejas paroquiais executadas por Landi, a arquiteta Paula Andréa desenvolve com competência, dedicação e habilidade sua monografia, com o objetivo de encontrar vestígios do traço do artista italiano em igrejas hoje ainda edificadas no nordeste paraense...” Quem afirma isso é a arquiteta Elna Trindade, no prefácio do bonito e interessante livro - Paroquiais da Amazônia: No rastro dos traços de Landi – de autoria da elegante Paula Andrea Caluff Rodrigues, que me agraciou, com carinhoso autógrafo, assim: “... Ao professor Salomão Larêdo, a quem muito admiro, presenteio com este meu novo livro sobre as igrejas de Landi no interior do Pará. Compartilhe comigo o amor por nosso patrimônio, história e cultura...”.E em agradecimento, passei à querida escritora e amiga, o “Histórias de São Benedito".


O livro de Paula é rico em subsídios a que Ela se reporta e trás interessante conteúdo sobre as igrejas católicas de lugares que falam ao meu coração cametauara: Moju, Igarapé-Miri, Acará e Cametá.


terça-feira, 25 de junho de 2013

A Peste: O que Albert Camus e Luis Buñuel diriam sobre a Revolução do Vinagre

por Filipe Larêdo

Para entender as manifestações sociais e todo o complexo de modificações que elas levam para a população, é necessário um tempo ­de reflexão, que pode ser mais curto ou mais longo, dependendo da proposta de quem pensa e de quem lê. Assim, milhares de pessoas conseguem expressar suas opiniões por meio de textos, vídeos, fotos e podcasts, principalmente no tempo em que as informações circulam num fluxo incessante e imediato.


 Mar de gente na Brigadeiro Luiz Antônio, em São paulo (Foto: Guilherme Burgos)

A reflexão é imprescindível para o melhor caminhar das manifestações, pois, com ela, a sociedade define para onde quer ir, ou pelo menos para onde não deve ir. Mas, apesar da importância do tema, esse texto não foi escrito para definir o foco das manifestações, mas, sim, mostrar aos leitores o que a literatura pode ensinar com suas histórias escritas.

Alguns meses atrás, usei o exemplo do livro de George Orwell para explicar com 1984 podia ser transportado à nomeação de um pastor racista e preconceituoso para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Agora, como forma de reflexão sobre as forças que movimentam o Brasil nos dias atuais, decidi falar sobre a obra de um escritor existencialista bastante famoso: o argelino Albert Camus*.


E o que Albert Camus (1913-1960), que viveu durante a Primeira Guerra Mundial e presenciou a Segunda, diria sobre essa que está sendo carinhosamente chamada de A Revolução do Vinagre?

Essa pergunta surgiu em minha cabeça durante uma das marchas do Passe Livre – se é que podemos reduzi-la a apenas uma reclamação – em São Paulo, quando constatei que, caminhando ao meu lado, havia uma imensa variedade de pessoas e de comportamentos totalmente diferentes uns dos outros. Comigo, caminhavam playboys e patricinhas, punks e metaleiros, góticos e engravatados, médicos e advogados. Enfim, vi muita gente que, se não fosse a insatisfação coletiva, nunca topariam dividir o mesmo espaço entre si com civilidade e respeito.

Foi então que me lembrei de um livro do Albert Camus que gosto muito e que se encaixa perfeitamente no contexto brasileiro hoje. O dito cujo seria:
A peste.

No livro, o escritor argelino narra a história de uma cidade que vive calma e ordeiramente seu cotidiano sem novidades, mas que, aos poucos, vai sendo infectada por uma peste. Os primeiros a serem atingidos são animais menores como ratos, gatos e cachorros de rua, mas, conforme vai se proliferando, passa também para os humanos. Com isso, instaura-se um clima de desespero na sociedade e nada mais resta ao bloco maior, que pode ser o estado ou o país, do que isolar a cidade para que resolva sua peste (problema) ou morra sem prejudicar quem estiver fora do isolamento.

É então que todos os indivíduos componentes daquela cidade se veem condenados a viver no mesmo barco podre em que a doença e a morte imperam. A riqueza e a pobreza, que antes separavam as classes sociais, agora já não servem para nada, porque a pestilência não tem preferência na escolha das vítimas.



Peço aos meus queridos leitores licença para fazer uma breve interrupção. Prometo que ela será pertinente e que enriquecerá a experiência de catarse literária implementada nessa postagem. O hiato consiste em citar outra obra de arte, dessa vez cinematográfica, feita por um de meios diretores favoritos.


Luis Buñuel**, um espanhol muito amigo de Salvador Dalí, fez um filme que, para mim, traça um retrato parecido com o de Camus.
Em O anjo exterminador, ele mostra um jantar tipicamente aristocrata, no qual os ricos personagens se veem, sem nenhuma explicação, presos por uma barreira invisível e imaginária. Com o passar dos dias, as pessoas vão se despindo de suas máscaras e mostram a quem assiste que, apesar dos requintados artigos que revestem suas vidas, eles são humanos e, consequentemente, fedem, defecam, urinam e podem ser tão podres, segundo seus próprios critérios, quanto aqueles para quem apontam e com quem não querem se misturar, ou seja, as camadas pobres da sociedade.Feito o adendo, retomo os escritos de Camus.

Em A Peste, Camus ultrapassa os limites imaginários da sala de jantar de O anjo exterminador e mostra como seria uma cidade condenada a viver com uma pestilência que atinge a todos, sem distinção. Nesse cenário, o desespero e a dor unem personagens bem diferentes entre si e fica visível a intenção do autor em inverter o sistema que configura o animalesco humano quando em estado de necessidade. Ele afirma que, na necessidade, pessoas que nunca conseguiriam conviver próximas se unem em busca do mesmo ideal.

E foi a partir disso que recebi uma mensagem enviada por Camus diretamente do mundo dos espíritos – tudo bem, ele era ateu, mas acho que não se importaria com essa licença poética – e visualizei a analogia com a Revolução do Vinagre.

Assim como em A peste, também vivemos em um estado adoentado e moribundo, que precisa urgentemente de remédios para se curar. A corrupção que suga as energias do Brasil deixa sua população triste e revoltada, mesmo que alguns acreditem ter havido melhoras socioeconômicas significativas nos últimos anos. Talvez essas tão aclamadas melhoras tenham apenas estimulado a vontade do povo de mais. Ou a tristeza esteja no sentimento de que poderia ser muito melhor se não houvesse tanto desperdício de dinheiro público com eventos internacionais supervalorizados financeiramente.

As reclamações são diversas e, dependendo de quem as manifesta, podem ter interesses específicos bem divergentes. Embora alguns analistas políticos ainda insistam em não entender, todos sabem que essa revolta não foi apenas pelos vinte centavos, pela revogação da PEC 37, pela saída do Renan Calheiros ou pela causa gay.

Ela é muito maior.

E o povo deve ter muito cuidado com o caminho para o qual ela pode levar o país. Já escutei alguns pedindo a saída da presidenta Dilma Rousseff. Outros chamando o Geraldo Alckmin de fascista. Quem entende pelo menos um pouquinho de política partidária, sabe que os dois vêm de bandeiras políticas adversárias.

Então, por que manifestantes que gritam por motivos contrários estão caminhando juntos?



“O triunfo da morte”, do pintor belga Peter Breugel Camus responderia que a podridão fede para todos e a peste corrói a sociedade independente de onde você estiver. Até os mais ricos já estão cansados de viver isolados em seus condomínios de luxo ou de frequentar restaurantes caros com risco de serem assaltados. Então, para curar a coletividade da doença, é necessário haver união, do mesmo jeito que vi andando juntos o advogado engravatado e o punk com cabelo moicano. Os dois têm as mesmas revoltas e sofrem as mesmas consequências de um estado corrupto e virulento.

É claro que as soluções de cada um serão diferentes quando chegar o momento de mudança, mas, enquanto isso não ocorrer, eles continuarão se encontrando nas marchas pelo país afora e poderão discutir suas ideias, e, talvez, reunir suas opiniões em denominadores cada vez mais comuns. Ou não…
Segundo o próprio Camus, a euforia da cidade ao ver-se livre da peste apenas escondia o fato de que novos focos de doença – ou insatisfação – ressurgiriam, mais cedo do que imaginavam. Assim, concluía que os problemas da sociedade não se resolvem com tanta facilidade e o maior erro é acreditar que tudo fica perfeito ao se destruir um foco, quando, na verdade, o que se faz é somente substituir uma peste por outra.
O perigo reside justamente nesse ponto, num reducionismo ideológico que, na história recente da humanidade, resultou inúmeras vezes em regimes totalitários muito prejudiciais para a livre discussão de ideias, elemento tão importante para a boa convivência entre os indivíduos.

Para me despedir, deixo com vocês as últimas palavras escritas por Camus no livro A peste:

“Na verdade, ao ouvir os gritos de alegria que vinham da cidade, Rieux lembrava-se de que esta alegria estava sempre ameaçada. Porque ele sabia o que esta multidão eufórica ignorava e se pode ler nos livros: o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e na papelada. E sabia, também, que viria talvez o dia em que, para a desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria os seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz.”

*Albert Camus (1913-1960) foi um escritor e dramaturgo francês, nascido na Argélia. Militante da Resistência Francesa, construiu suas obras a partir de discussões morais e existencialista sobre o mundo destruído e miserável do pós-guerra, principalmente em seu continente natal, África. Recebeu o Prêmio Nobel em 1957

**Luis Buñuel (1900-1983) foi um diretor e roteirista espanhol, nacionalizado mexicano. Junto com seu amigo Salvador Dalí, influenciou sobremaneira a estética surrealista de sua época.
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Filipe Larêdo

Filipe Larêdo é um amante dos livros e aprendeu a editá-los. Atualmente coordena o catálogo estrangeiro da Editora Novo Século (São Paulo – SP). É formado em Direito e em Produção Editorial
Outros artigos escritos por
Filipe Larêdo
 http://papodehomem.com.br

segunda-feira, 24 de junho de 2013

PARÓQUIA MONSENHOR EDMUNDO IGREJA – SANTO PARAENSE – VALORIZANDO O QUE É NOSSO!!! MOBILIZE-SE TAMBÉM POR ISSO!!!!!!!!!!!!!!!

Salomão Larêdo, escritor e jornalista

Não só na literatura, mas em tudo, devemos valorizar o que é nosso. É bom que tenhamos nova paróquia e que seja denominada João Paulo II, que é beato, na avenida homônima. Nada contra. Mas, porque não denominá-la de Monsenhor Edmundo Igreja, que, para o povo paraense, é santo, ainda que o processo nesse sentido ainda corra no tribunal eclesiástico de Belém? Edmundo Igreja é paraense de Mocajuba e trabalhou em Curuçá, Marapanim e São Caetano de Odivelas e ainda foi pároco de Queluz, em Belém. Reivindique o que é seu. Valorize o que é nosso!


Padre Edmundo Igreja

CAMINHO DE SANTIDADE

Nomes de sacerdotes paraenses que morreram e estão com fama de santidade: dom Milton Correa Pereira, Monsenhor Edmundo Igreja, Cônego Benedito Chaves, Padre Severiano, dentre outros. No âmbito popular: Severa Romana, Camilo Salgado, dentre outros.

dom Milton Correa Pereira

AVISOS

Monsenhor Nelson Brandão Soares, faleceu, já houve a missa de sétimo dia e homem de tão alto valor e que deu a vida pela igreja católica de Belém, não fosse a família, não teria nenhum aviso fúnebre e não teve, até agora nenhum registro da arquidiocese de Belém. O mesmo acontecendo com o padre João Derick.

Monsenhor Nelson e padre João Derick

BISPOS

Falta ser nomeado o bispo da diocese de Abaetetuba. Reze para que um paraense seja esse nomeado, pois aqui no Pará, os bispos, vem tudo de fora, quase sempre, do estrangeiro. Nada contra. Mas será que nossos padres não servem pra ser bispo de sua própria gente? Valorize o que é nosso!

Solideo






sábado, 22 de junho de 2013

O QUE TU DESEJAS ALCANÇAR COM A ARTE? A EXPRESSÃO MAIS FIEL DO MOMENTO PRESENTE!!!!, DIZ A FAMOSA JULIA PASCALLI EM ENTREVISTA ESPECIAL AOS NOSSOS ESPAÇOS. LEIA, URGENTEMENTE!!!!

Salomão Larêdo, escritor e jornalista

Julia é importante e famosa artista nacional, atuou no filme de Hector Babenco e outros e recentemente passou uns dias em Belém e aproveitou pra lançar seu interessante livro “Índio Sabido Sim” (Leia o prefácio no final da entrevista) versão livro impresso e áudiolivro, à venda na Livraria da Fox e nosso blog não perdeu a chance de uma entrevista com ela para fruição de nossos leitores e porque Julia tem o que dizer, sabe e diz com competência, simplicidade e muito amor. Mas quem é Julia?



"SINTO MUITA SAUDADE DO COMBU, COM TODAS AS PESSOAS, HISTÓRIAS, LEMBRANÇAS CIRCULANDO E ME FAZENDO QUERER PULAR PRO BARCO, LÁ NO PORTO DA PALHA E BALANÇAR NO COMEÇO DO DIA E NO FIM DA TARDE, TORCENDO PRA MARÉ A FAVOR".

PARÁ /CHINA /CORÉIA DO SUL – SINCRONICIDADE E EXPRESSÃO NA ARTE
Em prol de cravar júbilo nos corações dormentes!!!


A interatriz Julia Pascali desenvolve pesquisa em artes integradas desde 1985, com trabalhos nas áreas de teatro-dança, dança-poesia, vídeos coletivos, instalações, intervenções artístico-antropológicas em várias comunidades e países, com integração de linguagens artísticas e criação coletiva. Viveu entre os índios, especialmente os Nambiquara, os Enauene-Nauê e Maias, trabalhou na China, na Coreia do Sul e estudou no Japão. Seus trabalhos apresentam uma síntese desta dupla influência, indígena-oriental. O princípio gerador do ritmo e do movimento se manifesta em espetáculos performáticos, instalações, obras abertas, desenhos, vídeos e cantos, de caráter coletivo e participativo. Dentro da pesquisa Sincronicidade e Expressão, coordenou várias oficinas de teatro e eventos de integração comunitária. Hoje, é professora junto à Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás, Doutora em Artes pela Universidade Estadual de Campinas, com a tese "Em Prol de Cravar Júbilo no Corações Dormentes".

DOIS DEDOS DE PROSA

Assim rolou o inicio de nosso papo em Belém, numa manhã de sábado, com Maria Julia Pascali, em companhia da escritora Marinilce Coelho, amiga comum, eu e Maria Lygia, na Livraria da Fox e se desenvolveu por e-mail que damos um aperitivo:

Julia, Salomão e Marinilce


"Que linda mensagem!

E que perguntas interessantes!
Vão me ajudar a refletir enquanto respondo. Por enquanto podes olhar minha pagina na UNICAMP
(www.iar.unicamp.br/alunos/juliapascali/index.htm) e minha tese testemunho que esta on line (Em Prol de Cravar Jubilo nos corações dormentes) e se tiver vontade e fôlego meu currículo na plataforma Lattes (Maria Julia Pascali).

Foi muito agradável estar com vocês naquela manhã! Que a luz que senti ao redor de vocês perdure e se espraie ao redor trazendo bênçãos a todos e tudo.

Abraços carinhosos para você e Maria Lygia.

Julia Pascali".

Julia Pascali e Maria Lygia Larêdo

  



ENTREVISTA

 1 - Qual - e desde quando - tua ligação com Belém e com a Amazônia e por quê?


BRINCANDO NOS CAMPOS DO SENHOR


Cheguei em Belém no fim de 1989. Fui trabalhar na preparação de atores e coreografia indígenas do filme Brincando nos Campos do Senhor (NR: filme dirigido por Hector Babenco). Fui convidada por estar desde 1985 envolvida com a vida entre as comunidades indígenas, especialmente da região do Vale do Guaporé, Sul de Rondônia, noroeste do Mato Grosso.

Como atriz fui convidada internamente a mergulhar na alma brasileira, na minha própria forja. No dia 2 de fevereiro saltei de São Paulo capital pra Salvador pra pedir licença a Iemanjá: “Mãe querida, permita-me conhecer os parentes índios, para servir melhor ao meu povo”.

Assim dois dias depois caminhava pelas grandes avenidas de Brasília em direção a FUNAI com intuito de obter um “visto” pra visitar os Enauenê-Nauê. Sai de lá com a benção do amigo Silbeni e iniciei minha nova vida junto ao povo Nambiquara.



Já na primeira visita surgiram muitas histórias que fazem parte do livro INDIO SABIDO SIM. Além dos Nambiquara, minhas andanças me levaram a conhecer os Minki, Irantxe, Pareci, Riskbaktsa e Enauenê-Nauê. Mais tarde os Xicrin do Bacajá, pro outro lado da Amazônia. E ainda populações indígenas no México e ao redor de Taos, nos EUA, onde participei, inclusive de um Pow Wow, importante encontro e festival indígena norte americano. Estive com indígenas do Canadá e convivi com uma eskimó.

 
VIVER POR ESCAMBO E IMENSA SOLIDARIEDADE


Assim, quando o filme estava terminando, eu e meu companheiro Jean Pierre Barreto Leite, compramos um barco típico da Amazônia e o transformamos num barco-casa-teatro, que por afeto do meu querido ganhou o nome de Julia. Com o Julia em construção nos mudamos para a Ilha do Combu e lá fizemos casa, nos unimos à família da Professora Maria e do Careca e seus filhos se tornaram meus afilhados, alunos, companheiros. Naturalmente minha casa se transformou no espaço de criatividade e apoio pedagógico para todos da ilha. Aprendemos a viver por escambo e com imensa solidariedade. Comer açaí com farinha e peixe, pescar no fim da tarde, usar ourisa nas roupas, navegar com o casquinho pelas ruas/rios e igarapezinhos, ouvir os cantos da Sumaúma .... (suspiro!)

Como professora da UFPA coordenei pesquisa de intercâmbio entre os alunos e os moradores do Combu, construindo pequenas peças teatrais baseadas nas historias que os sábios da ilha nos contaram e apresentadas sob a luz de latas improvisadas na escola. Nossas oficinas se estenderam até o Guajará e a Boa Vista, Ponta de Pedras, Curralinho e mais....

Até hoje sinto muita saudade do Combu, com todas as pessoas, histórias, lembranças circulando e me fazendo querer pular pro barco, lá no Porto da Palha e balançar no começo do dia e no fim da tarde, torcendo pra maré a favor.


2 - Como está teu trabalho hoje?

Sai de uma aula de muita luz, "agoriquinha meminho", como dizia minha querida mamãe. Junto aos alunos do primeiro semestre de artes cênicas da UFG, coordeno, entre outras, a disciplina de Voz para Ator. Trabalhamos como mergulhar na organicidade da expressão vocal através da ativação, mobilidade e plasticidade do mágico ponto de aglutinação, algum lugar na consciência que concentra nosso estar a partir de outra perspectiva. Além de vários exercícios e treinamento técnicos vivenciamos criações em duplas, e invenção de uma língua. Ontem pela manhã, ainda em Pirenópolis, participei de um cortejo religioso, caminhando e rezando sobre as pedras das ruas da cidade, compondo o quadrado de varas, a modo de andor, que conduz os reis e rainhas do Juizado de São Benedito. A tarde, antes de ir pra Universidade, passei pelo Cavalhódromo, no camarote da família Lobo, e apreciei os mascarados e cavaleiros desenvolvendo suas coreografias sobre cavalos.


SENTIR A VIDA COMO ARTE



Coordenei ainda as aulas de Música para Ator e História do Cinema. Orientei um trabalho sobre Performance e Instalação e conduzi aula de Interpretação para atores e cantores. Ao descansar estudei música e canto e cuidei do envio e distribuição do livro INDIO SABIDO SIM.

Ligar tudo isso? Sentindo a vida como arte, fazendo cada coisa por inteiro e a seu tempo. Sincronicidade e Expressão é o nome de minha pesquisa em artes integradas. Esta inspiração surgiu no contato e reunião interna das culturas oriental e indígena; com foco e treinamento interior mergulhar na espontaneidade da vida.

Hoje desenvolvo vivências e percursos de artes integradas e participativas, promovendo jornadas interativos, que envolvem todas as pessoas, em contato com todos os reinos. Este trabalho já foi desenvolvido em São Paulo, Pirenópolis (Prêmio Interações Estéticas - MINC) e Coreia do Sul (Prêmio Residência Artistica do governo coreano) e continuamente, em versões varias, se manifesta na chácara Canto Guardian em Pirenópolis. (vivenciamos uma caminhada troca de saberes, mergulhando na mata noturna, com um grupo de 20 pessoas, entoando cânticos, reverenciando as plantas, córrego e trilhas, louvando o planeta, o universo e a humanidade solidária).


3 – Além do teatro, da dança, tu escreves e publicas livro e viestes lançar algum em Belém? Fala um pouco desse trabalho.

 
INDIO SABIDO SIM está sendo preparado desde 1985. Neste ano iniciei meu contato com o povo Nambiquara e registrei as historias que ouvi e vivi numa cadernetinha simples, com caneta bic. Como cheguei na aldeia com um único livro que falava de Zen budismo, estas duas abordagens do viver, indígena e oriental, me penetraram concomitantemente. Assim ao mesmo tempo eu lia e vivenciava a vida em sua inteireza, abdicando de todo o supérfluo, visível e invisível. Mais tarde, entrei em contato com os contos Zen budistas e senti a mesma revolução que as historias Nambiquara me causaram. Ano a ano fui me dedicando a transformar a linguagem das historias, me inspirando nessa semelhança e procurando guardar o ambiente informal e vital da transmissão oral, das tardes vividas na aldeia ouvindo as narrativas de origem do povo Nambiquara.

4 – Qual a novidade que vens desenvolvendo e quando vais divulgar?

Tenho um amigo que diz: você sempre tem uma carta escondida na manga! Acho que ele tem razão. Minha inquietude me leva sempre a desvendar novas expressões. No momento me preparo para fazer uma exposição de desenhos a nanquim e digitais na Associação Nipo Amazônica, se o projeto se confirmar, com oficina interativa de desenho coletivo.

 
OS SEGREDINHOS? CONTO A SEU TEMPO

Em Goiás desenvolvo vivências na mata. Neste ano fizemos uma diurna, no dia 2 de fevereiro, e outra noturna no dia 18 de maio. Netas jornadas procuramos comungar com a natureza, com os ritmos, com o silencio, com a arte, com os companheiros. Todos são convidados a participar, de 3 a 88 anos. Me dedico também aos alunos, levando-os a reconhecer, estimular, desenvolver e até deslocar o ponto de aglutinação, encontrando um expressividade corpo-voz em conexão intima com a presença total. Existem mais uns segredinhos que conto a seu tempo.


5 – O que tu desejas alcançar com a arte?

A expressão mais fiel do momento presente, onde a pessoa se torna cosmos!

 
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MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A CARREIRA DE JULIA PASCALI PARA CONHECIMENTO DO LEITOR (RETIRADO DO GOOGLE)


Julia Pascali, interatriz e performer é pesquisadora em artes integradas e participativas. Sincronicidade e Expressão, título de sua pesquisa, promove o encontro dos saberes indígena e oriental na condução de vivências holísticas integrando teatro, dança, música, artes plásticas, fotografia e vídeo, treinamentos de profissionais e trabalhos comunitários participativos.

É professora na Escola de Música e Artes Cênicas da UFG (GO).

Inclui em sua formação estudos com Klauss Viana (Consciência do Movimento), Kazuo Ohno (Butoh), Mestre Liu (Tai Chi), Lucia Lee (Artes Corporais Chinesas), Dr. Zuang (Liang Gong), Noburo Yoshida Sensei (Teatro Nô) e Umewaka Sensei (Teatro Nô). É performer, diretora, propositora (inspirada em Lygia Clark), interatriz (elucidada por Paulo de Laurentiz) contadora de histórias, escritora, preparadora de atores ("Brincando nos Campos do Senhor", "Vera", "Um Cego que Gritava Luz"); tem conduzido palestras, cursos, instalações e performances solo e coletivas no Brasil (Paraíba, Brasília, Mato Grosso, Goiás, Pará, São Paulo) e no exterior (China, Itália, Estados Unidos, Israel, Canadá e México). É coordenadora do Projeto de Extensão da UFG Sincronicidade e Expressão: Teatro Participativo junto a crianças, jovens e idosos em situação limite na cidade de Pirenópolis (GO).

"Depois de viver entre alguns grupos indígenas brasileiros e com artistas orientais (Japão e China), minha visão sobre vida e arte ganhou nova dimensão. Na vida comunitária original na há separação entre vida, educação e arte. Quando uma pessoa conta uma história, ela faz uso de todos os recursos que estão ao seu dispor, um risco na areia, um grito primal, uma pedra caindo e, neste momento, não há distinção entre passado, presente ou futuro, a voz e o gesto daquele que conta é a mesma voz do ser primeiro e sua expressão. Assim, também, vivendo a cada dia em contato com todos os reinos da natureza (vegetal, animal, mineral, humano e estelar) em estado expandido de percepção, faço uso de tudo que está ao meu dispor e proponho ações criativas com o intuito de convidar a todos e a tudo ao deslumbramento cósmico."

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Prefácio de ÍNDIO SABIDO SIM

Leitor(a),Você tem em mãos um livro especial, elaborado por uma pessoa também muito especial. Julia Pascali, autora deste Índio sabido sim, é professora/doutora de Teatro na Universidade Federal de Goiás e, portanto, tem formação acadêmica. Participa de mestrados e doutorados, escreve artigos e livros, especialmente na área de Artes. Mas é também atriz de nível internacional (contracenou e estudou na França, Estados Unidos, Japão, onde se especializou em Butoh), encenadora, produtora de textos, de performances, vídeos etc. Mas além de acadêmica, Julia ainda é sábia, no sentido daquela sabedoria adquirida pela experiência: é adepta da atitude holística, da sincronicidade homem/natureza/espírito/sociedade. Seus escritos, atuações, pronunciamentos, desenhos e pinturas (porque também é artista plástica) procuram traduzir sempre a beleza inefável e a harmonia que nos circundam. Pessoa espontânea, delicada e generosa, vive pela tranquilidade e pela paz/união de todos em todos os sentidos.



Este seu livro, Índio sabido sim, é precioso: é um livro sobre histórias Nambiquaras, nação indígena do Vale do Guaporé, para quem viver e sobreviver em meio à cultura branca tem sido, como ela diz, a grande “prova dessa gente sábia, alegre, simples e peregrina”.

É um livro objetivo e escrito em linguagem semipoetizada, bem ritmada e com leitura aprazível, de efeito.

Suas histórias se promulgam em várias espécies de narrativas: as semibiográficas, que remetem à experiência da autora na aldeia indígena e com os amigos da cidade; as narrativas ouvidas do relato de um índio, pai Lídio, recontadas pela narradora; e outras narrativas de origem ou fundação desse povo indígena, procedentes de tempos imemoriais, de relatos coletivos.

As primeiras, as semibiográficas, compõem o Livro I e são avivadas pelas vozes de amigos em diálogo prosaico – pretexto narrativo – e em conversas com o leitor, para quem a autora espalha algumas informações sobre a nação Nambiquara (modos de viver, de conviver e de narrar) e alguns conselhos, relembrando a figura sábia do narrador das tradições orais.



Os textos desse Livro I são semipoetizados, elaborados através de uma linguagem coloquial e de descrições singelas, mas ternas, como: “Fomos chegando numa pequena maloca bem baixinha, uma casinha redonda feita de paus finos e coberta com folhas de palmeiras” – em que os adjetivos apropriados, desmetaforizados, se circundam de diminutivos, e em que a escolha de “paus finos” e “folhas de palmeiras”, ambos termos de cujo significado faz parte o seu aspecto retilíneo, contrastam com o “redondo” da maloca “baixinha”, demonstrando a delicadeza da construção da moradia e da impressão também delicada que esta passa.

Algumas interferências no tempo narrativo dessas histórias semibiográficas complexificam o texto dessa parte. São pequenas historietas encaixadas em outras histórias maiores, como a do “encontro harmonioso” entre as duas mulheres – a narradora e Julia, a índia -, quando aquela ganha as pulseiras desta, contada a nós, leitores, dentro da história maior da ida à casa de Papai-Grande ; da mesma sorte se configuram os tempos de uma narrativa no tempo presente, compartilhada em roda de amigos (e que tem por finalidade justificar o texto escrito) e as histórias de um tempo passado que nos são contadas nessa roda.

Dentro dessas histórias, ouve-se a voz narrativa de pai Lídio, o índio amigo, contando vivências próprias, modos de relacionar-se com a natureza, modos de amar a natureza.

Já as histórias do Livro II têm outra perspectiva: extremamente objetivas e atentas à história que narram, descrevem muito pouco e se dizem, todo o tempo, por frases curtas, coordenadas no texto integral e não nos períodos, sem se importarem com o seu final ou com atingir um ponto clímax. Revelam uma voz indígena anônima, nua, despreocupada com a coerência. São narrativas substantivas, não adjetivas, isto é, uma espécie de voz coletiva que fala dos mitos essenciais e substantivos, coletivos, da nação Nambiquara. Como formas de explicação de mundo, esses mitos revelam origens de artefatos, da diversidade da vida natural, das diferenças das vozes e cantos da mata, dos bichos, das árvores, a biofísica da natureza, enfim. Histórias antigas cujos finais se perderam e que mantêm no seu miolo o essencial dos mitos de fundação de um povo e seu entorno.

Mas há mais: dessas histórias presas na oralidade, há as ilustrações – as da autora e as dos pequenos índios, crianças e jovens Nambiquara, recolhidos entre 1984 e 1986: Marcelo, Rosinha, Jair, Joel, Ari, Reolinda, Helena, Odair, Ademir e Regina.

Os desenhos indígenas falam por si. São (como todo desenho de criança) simplificados, mas detalhados, descritivos. Alguns são extremamente naturalistas, como o da onça, por exemplo; outros, ainda naturalistas, são mais complexos, induzindo a uma relativa perspectiva, como o do peixe; outros mantêm mais de um ponto de vista, como o da perereca, cujas patas são vistas de cima e a face (semelhante à de um peixe) é vista de perfil. Ilustram as histórias e complementam-nas.

As ilustrações da autora são estilizações abstratas e induzem sobretudo ao movimento, à liberdade e à fluidez, devido às nuances das cores cinza, preta e branca, seus tons e meio tons. Lembram os traços orientais, sobretudo os japoneses, feitos a pincel sobre papel na forma de traço contínuo. Comentam as narrativas e a delicadeza de sua escrita semipoetizada, como já dissemos, mas também a delicadeza da fala objetiva das narrações indígenas e o universo integrado da nação Nambiquara. São comentários absolutos do que expõe (aconselhando) sobre o mundo natural, livre e distante do mundo corrido e sufocante da vida urbana das grandes cidades: uma filosofia mais zen, mais espiritualizada e em comunhão com a natureza, especialmente o ar e a água, pelo movimento que expõem.

Por último, ainda o livro tem outras dimensões, especialmente acadêmicas. São algumas delas: a didática, pelos valores que promove (a defesa da vida natural, espontânea e espiritualizada); a antropológica, na recolha dos mitos e símbolos fundadores de povos indígenas; a histórica, pelo registro escrito de narrativas nativas e vocábulos indígenas que podem se perder na oralidade; a hedonista, pelo estilo de narrar de maneira objetiva, mas poética; e outras mais.

Isso significa que é um livro que se prestará a várias finalidades: sala de aula, contação de histórias, teatro (o livro em si é quase uma pequena peça que se prestaria a uma leitura pública ou a um recital, especialmente se for acompanhada de música), performances etc., além da pesquisa, porque, enquanto registro de histórias de um povo, permitirá trabalhos sobre práticas (usos e costumes, modos de fazer indígenas), representações, interpretações de mitos, cruzamentos de imaginários etc. de um universo distante e próximo de todos nós, que é o universo indígena.

Essa a nossa apresentação do livro. Como dissemos, um livro precioso, que vai contar também com uma edição em audiolivro e uma tradução para o inglês.

Leia-o com gosto e atenção, leitor, porque Índio sabido sim. Albertina Vicentini

(04.04.2013)
                                                                                                                                                                                                         
FICHA TÉCNICA

Título: Índio Sabido Sim

Autora: Julia Pascali

Ilustrações: Crianças Nambiquara e Julia Pascali

Editora: PUC Goiás

Formato: 17 x 27cm

Nº de páginas: 96

ISBN: 978-85-7103-831-8 

MAIS INFORMAÇÕES...


A interatriz, doutora e professora da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), Julia Pascali, lança o livro bilíngue Índio Sabido Sim - Histórias que vivi e ouvi junto ao povo Nambiquara, no dia 31 de maio, durante a 5ª Festa Literária de Pirenópolis, com sessão de autógrafos no Lounge da Livraria (Praça Flipiri), das 17:30h às 19h.

Com versão em áudio, tradução para o inglês e destinado a leitores de todas as idades, o livro, todo ilustrado em tons de cinza e preto, narra histórias do amazônida povo Nambiquara, uma nação indígena do Vale do Guaporé, a oeste de Mato Grosso e sul de Rondônia.

A autora frequentou esta nação entre 1985 e 1987 como atriz pesquisadora. Ao revelar que contava histórias para o seu povo despertou em papai Lídio (seu tutor na aldeia) sua veia de contador, e, a partir daí, todas as tardes se transformaram em rodas de contação de histórias, reunindo amigos, familiares e crianças. A autora foi anotando tudo numa cadernetinha. Durante estes 28 anos, as histórias, que lembram os contos Zen, foram sendo lapidadas. Hoje elas inspiram, divertem e se revelam também como documento histórico para estudiosos e para o próprio povo Nambiquara.

Guiada pela visão de consciência indígena em que a solidariedade irmana a todos os reinos e pessoas, onde os diferentes convivem sem hierarquia, todo o processo de criação do livro foi colaborativo desde o contar das histórias, reunindo a aldeia ao redor do papai Lídio e da autora, passando pela edição, revisão, tradução, chegando até o design gráfico que reuniu colaboradores de norte ao sul do país.

ÍNDIO SABIDO SIM responde a várias vocações. Uma experiência poética, estética e artística que trata tudo com alegria, espontaneidade e humor. Bastante indicado para todas as escolas que, sob a lei 11.645, precisam promover obrigatoriamente o estudo das culturas indígenas. Os interessados nos estudos da diversidade da cultura brasileira, antropólogos, literatos, linguistas, artistas, etc., encontram referências inusitadas. Os estrangeiros, com a versão em inglês, podem ter uma visão mais ampla e diversa do Brasil. As pessoas interessadas em aprofundar o contato com as línguas portuguesa e inglesa, podem se exercitar, contando com o áudio como apoio. O audiolivro atende também aos deficientes visuais, promovendo a inclusão. E, por causa do timbre doce da voz da autora, as narrativas curtas em áudio se mostram benfazejas para relaxar e ninar.       



quarta-feira, 19 de junho de 2013

DESCONSTRUIR PARA CONSTRUIR!!!

"Da Copa, da Copa eu abro mão. Eu quero é dinheiro pra saúde e educação!!!!!!! (vozes das ruas, clamando e chamando. Vamos nessa?)

Salomão Larêdo, escritor e jornalista

Ferimento cheio de pús, precisa ser removido, limpo, desinfetado para poder começar o processo de cura e cicatrização. Para surgir um prédio novo, é preciso demolir o que está obsoleto, sem condições.

Concentração do protesto em frente ao Mercado de São Brás

O povo brasileiro já não aguentava mais a continuidade crescente da corrupção em toda parte, em todos os níveis. Não aguentava mais a impunidade, falta de verba para a saúde, educação, habitação, transporte segurança, dentre outros que promovam o ser humano, sendo o mais notório, o investimento em educação e cultura, em livro e leitura, pois o maior inimigo da corrupção, é povo que tem educação, que é cidadão, que lê e por isso, pensa e pensando, muda, pra melhor, é claro.
E eis que o povo acordou e foi pras ruas pra demonstrar sua indignação com a situação que contemplava poucos com muito e muitos sem nada, na miséria; pessoas jurídicas com exorbitantes lucros, pessoas físicas com altos salários, políticos repletos de bens e o povo passando fome ,desempregado. O povo quer mudança e tudo precisa mudar.

Concentração do protesto em frente ao Terminal Rodoviário

Logo, quem se submeter, por exemplo, em concurso público para todos os níveis, deve ter por escopo, outra postura, pois, do contrário, a ferida não fica boa e a infecção continua, crescendo. É preciso uma boa assepsia. De cada um, em todos os níveis, rejeitar corrupção, não admitir safadeza.
É preciso um novo tempo, uma nova sociedade, nova mentalidade para que essa nova sociedade que queremos e precisamos, mais justa, equânime, com justa distribuição de renda, com menos corrupção, com sério investimento em áreas prioritárias como a educação e a saúde, habitação, transporte e alimentação, desponte, venha à tona.
Cada um de nós pode fazer muito, rejeitando todo tipo de corrupção e safadeza. Essa desconstrução é necessária para que seja construído o novo edifício da justiça social, honestidade , moralidade pública.
Essa é uma ação política necessária. Mudar, aplicar bem os recursos à melhor condição de vida a todos os brasileiros. Precisamos de outra estrutura e vamos tê-la, com muito e paciente trabalho sério, construindo, democraticamente, tudo, pois é do exercício democrático continuo que surgirá a nova sociedade , a nova humanidade num país de oportunidades iguais a todos, um Brasil de progresso e de amor ao próximo, de respeito ao outro e por isso, de povo feliz que constrói comunhão fraterna. ( texto : Salomão Larêdo)

 "Da Copa, da Copa eu abro mão. Eu quero é dinheiro pra saúde e educação!!!!!!! ( vozes das ruas, clamando e chamando. Vamos nessa? )



O IMPACTO POSITIVO QUE ME CAUSOU A ESCOLA ESTADUAL VISCONDE DE SOUZA FRANCO DIRIGIDO ATUALMENTE PELA PROFESSORA MARILENE GUIMARÃES LIMA E COMPETENTE EQUIPE

Salomão Larêdo, escritor e jornalista

Tive um impacto positivo enorme ao entrar por esses dias de junho na Escola Estadual Visconde de Souza Franco e perceber que a escola estava limpa, sem papel no chão, jardins cuidados, salas arrumadas, organização, luz, água, banheiros limpos, biblioteca, auditório, equipamentos e alegria dos docentes e discentes.



Em suma: ali trabalha-se pela educação libertadora e promotora do ser humano. Comentei em voz alta com a Andressa Malcher e Elaine Soares e caiu no ouvido da administração e por isso, depois recebi convite pra não sair sem antes passar na diretoria e foi o que fizemos e recebemos da gestora Marilene Guimarães Lima as explicações sobre o trabalho que desenvolve com equipe competente e que gosta do que faz e tem prazer em trabalhar na área da educação por uma educação eficaz e eficiente num ambiente onde as pessoas sejam felizes e tudo o mais é decorrência desse comprometimento.





Eu escrevi, impacto, porque em meu trabalho como educador, professor, jornalista e escritor, o ambiente que mais visito em razão de minha missão e apostolado de formar leitor com espírito crítico, é o escolar e o que vejo quase sempre não me agrada: escolas feias, sujas, pichadas, ambiente pesado que não seduz ninguém e não proporciona nenhuma transformação pois é quase sempre carente de tudo: biblioteca, área de lazer e inclusive de professores bem remunerados. No geral, é este o ambiente da escola pública, ressalvadas as exceções. De tal maneira que ter contato com gestores competentes e entusiasmados que deixam o ambiente como a da atual Escola Visconde de Souza Franco, cria impacto positivo, pois, infelizmente, o mais comum, que devia ser a exceção, é o relato de coisas negativas. Mas, tenho a esperança que mudará quando os governos fizerem com sério investimento em educação de qualidade, espaços modernos, atraentes, bonitos que seduzam quem passa na rua a entrar e ver que a educação pode realizar a diferença.

 Andressa Malcher, Salomão Larêdo, Elaine Soares  e Marilene Guimarães Lima

Mantenho a crença e a esperança, repito. Parabéns, professora Marilene Lima e toda a turma – docentes e discentes – do tradicional Colégio Estadual Visconde de Souza Franco.




terça-feira, 18 de junho de 2013

NELSON BRANDÃO SOARES, SACERDOTE, INTELECTUAL INTRÉPIDO JORNALISTA, ARTISTA, PERDEMOS ESTE INTEMERATO E INTIMORATO HOMEM DE MUITO VALOR!

Salomão Larêdo, escritor e jornalista



A IGREJA CATÓLICA, EM BELÉM, NO PARÁ, NA AMAZÔNIA, NO BRASIL E NO MUNDO E TODA A HUMANIDADE PERDEU ONTEM UM GRANDE SACERDOTE, O MONSENHOR NELSON BRANDÃO SOARES, INTELECTUAL DE ALTA FORMAÇÃO E LINHAGEM, JORNALISTA, POETA, MÚSICO, DEFENSOR DOS POBRES E OPRIMIDOS, DEFENSOR DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA ARQUIDIOCESE DE BELÉM, PAI DOS POBRES DO OLEANA EM SANTA IZABEL, DOS POBRES DO URIBOCA, EM MARITUBA, QUE VIVEU EXCLUSIVAMENTE PARA A IGREJA DE BELÉM DE QUEM SE TORNOU DEFENSOR INTIMORATO E INTEMERATO NUM DOS SEUS MOMENTOS MAIS DIFÍCEIS PERSEGUIDA PELO TEMIDO JORNALISTA PAULO MARANHÃO DONO DA PODEROSA FOLHA DO NORTE E QUE ATACAVA FEROZMENTE A IGREJA DE CRISTO EM BELÉM, SEM DÓ NEM PIEDADE NA DÉCADA DE 1950. TEMPOS DEPOIS, E POR PARTE DE QUEM NÃO CONHECE A HISTÓRIA DA IGREJA EM BELÉM, MONSENHOR NELSON FOI PERSEGUIDO, DESPREZADO, EXCLUIDO E ABANDONADO. JAMAIS SE DEIXOU ABATER. HOMEM PREPARADÍSSIMO, CHEIO DE DONS, SABIA MÚSICA COMO NINGUÉM, FALAVA LATIM, SABIA GREGO, DOMINAVA O IDIOMA FRANCÊS E O ITALIANO. REFORMOU A IGREJA DE SANTANA, RECUPEROU OS ÓRGÃOS DESSA IGREJA E DA CATEDRAL. HOMEM MODERNO E AVANÇADO ABRIU AS PORTAS DE SANTANA AOS INTELECTUAIS, AOS SEUS COLEGAS SACERDOTES QUE QUISERAM CASAR, FAZIA CONFISSÃO E DAVA ABSOLVIÇÃO COMUNITÁRIA, ALTAMENTE HUMANO, ALTA CONSCIÊNCIA SOCIAL E POLÍTICA, INTELECTUAL, APOIOU TODOS OS PERSEGUIDOS NA ÉPOCA DA DITADURA. PUBLICOU LIVROS E SEMPRE TEVE IDEIAS FIRMES, SEGURAS, HOMEM AUTÔNOMO, INDEPENDENTE, AMIGO, HUMILDE, SIMPLES, DE SAÚDE FRÁGIL, SUPEROU AS DIFICULDADES, TODAS E VIVEU, FIRME, SEUS 91 ANOS QUE FEZ EM ABRIL DESTE 2013 QUE O LEVOU PARA A ETERNIDADE. NA MANHÃ DESTE DIA 18 DE JUNHO, APÓS A MISSA DE CORPO PRESENTE, SERÁ ENTERRADO ÀS 10 HORAS NA CRIPTA DA CAPELA MORTUÁRIA DA CATEDRAL QUE ELE TANTO AMOU E DEFENDEU DOS PREDADORES DE NOSSA CULTURA E DO PATRIMÔNIO SACRO QUE ELE SABIA HAVIA SIDO DESVIADO, ELE SE INDIGNOU CONTRA O CONTRATO DE COMODATO FEITO PELA ARQUIDIOCESE DE BELÉM QUE PASSOU OS BENS HISTÓRICOS DA IGREJA DE BELÉM, SOBRETUDO OS PRÉDIOS DO ARCEBISPADO E DA IGREJA DE SANTO ALEXANDRE E OUTROS, AO ESTADO E DEIXOU NUA PATRIMONIAL A IGREJA DE BELÉM E QUASE FOI VOZ ÚNICA A CLAMAR NO DESERTO CONTRA O SAQUE AO PATRIMÔNIO DA IGREJA DE BELÉM E POR CAUSA DISSO, SOFREU AS REPRESÁLIAS.


NOS ÚLTIMOS ANOS ERA REITOR DA CAPELA DO HOSPITAL DA BENEFICENTE PORTUGUESA. NÃO IMAGINEI QUE, QUINTA-FEIRA PASSADA, DIA 13 DE JUNHO, DIA DE SANTO ANTONIO, QUANDO FUI AO SEU APARTAMENTO CONVERSAR MAIS UMA VEZ COM ELE, FOSSE A ÚLTIMA DE MUITOS PAPOS QUE TIVEMOS. DISSE-ME, NESSA OPOTUNIDADE QUE ESTAVA BEM DE SAÚDE E SE SENTINDO BEM, APENAS ALGUMA DOR NO JOELHO. QUIS SABER DA SAÚDE DE SEU COLEGA E EX-ALUNO E AMIGO, PADRE, O TIO DAVID LARÊDO, QUE SE RECUPERA DE UM AVC QUE ONTEM TEVE OUTRO ABALO AO SABER DO FALECIMENTO DE MONSENHOR NELSON, DE PADRE JOÃOZINHO E, DIAS ANTES, DO FALECIMENTO, EM CASTANHAL DO PROFESSOR DAVID AMORIM SÁ, PADRE CASADO.

Salomão Larêdo, Mons. Nelson, Cônego David Larêdo, Pe. José Augusto, Mons. Raimundo Posidônio e o arquiteto Claúdio Pastro

MONSENHOR, HÁ UNS 10 ANOS REPASSOU A MIM E A UM GRUPO DE 10 PESSOAS SUAS AMIGAS DE CONFIANÇA, PASTA COM DOSSIÊ CONTENDO E CONTANDO A SITUAÇÃO DE QUE FOI VÍTIMA DENTRO DA PRÓPRIA IGREJA DE BELÉM. MAIS RECENTEMENTE, CONVERSAMOS SOBRE O CONGRESSO EUCARÍSTICO DE 1953, À ÉPOCA DO ARCEBISPO DOM MÁRIO DE MIRANDA VILLAS-BOAS, DE QUEM FOI AMIGO E SECRETÁRIO. TENHO ENTREVISTAS FEITAS COM MONSENHOR NELSON, UMAS, BEM RECENTES. (Texto e fotos: Salomão Larêdo)